terça-feira, 30 de abril de 2013

Eu mesmo



“Só eu, de qualquer modo não sou o mesmo, e isso é o mesmo também.”
Fernando Pessoa


E a cada ontem, deixamos de ser o mesmo.
Mudamos a cada minuto, nos transformamos positiva ou negativamente.
Sujeitamo-nos a determinadas situações que, se vistas com mais cautela, seriam desnecessárias para nossa história.

Mudamos por influência alheia,
Por influência dos astros,
Por influência dos hormônios,
Por vontade própria.
Algumas vezes pelo próprio amor,
Em outras, pela falta do mesmo.

Mudamos porque a rotação do mundo é esta.
Mudar é necessário, senão essencial.
É preciso.
Mudamos desde quando fomos projetados.
Crescemos, criamos feições, personalidade e caráter.
Nossa fisionomia muda ao decorrer dos dias e anos.
Nossa estatura também.

Nossos sonhos mudam de acordo com nossas experiências.
Nossos desejos mudam de acordo com nossos caminhos.
E tudo muda sempre, diariamente, a cada segundo, a cada piscar de olhos.

E ao mesmo tempo em que mudo, ainda continuo o mesmo.
Ainda sou a mesma criança birrenta que não queria tomar banho nos dias de frio,
Ou que queria ser bombeiro para salvar gatos no telhado.

Eu mudo conforme a música,
Transformo-me conforme o roteiro.
Mas no fundo, sou o mesmo.
O mesmo menino de sempre:
Com cara de homem e barba no rosto.
Mas a essência: essa é a mesma desde sempre.

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