“Só eu, de qualquer modo não sou o
mesmo, e isso é o mesmo também.”
Fernando Pessoa
E a cada ontem, deixamos de
ser o mesmo.
Mudamos a cada minuto, nos
transformamos positiva ou negativamente.
Sujeitamo-nos a determinadas
situações que, se vistas com mais cautela, seriam desnecessárias para nossa
história.
Mudamos por influência
alheia,
Por influência dos astros,
Por influência dos hormônios,
Por vontade própria.
Algumas vezes pelo próprio
amor,
Em outras, pela falta do
mesmo.
Mudamos porque a rotação do
mundo é esta.
Mudar é necessário, senão
essencial.
É preciso.
Mudamos desde quando fomos
projetados.
Crescemos, criamos feições,
personalidade e caráter.
Nossa fisionomia muda ao
decorrer dos dias e anos.
Nossa estatura também.
Nossos sonhos mudam de acordo
com nossas experiências.
Nossos desejos mudam de
acordo com nossos caminhos.
E tudo muda sempre,
diariamente, a cada segundo, a cada piscar de olhos.
E ao mesmo tempo em que mudo,
ainda continuo o mesmo.
Ainda sou a mesma criança
birrenta que não queria tomar banho nos dias de frio,
Ou que queria ser bombeiro
para salvar gatos no telhado.
Eu mudo conforme a música,
Transformo-me conforme o
roteiro.
Mas no fundo, sou o mesmo.
O mesmo menino de sempre:
Com cara de homem e barba no
rosto.
Mas a essência: essa é a mesma
desde sempre.
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