O que eu digo é uma coisa. O que
você entende é outra coisa. Cada pessoa tem uma percepção diferenciada da
outra. Por isso essa distinção de gostos, posições e atitudes. Assim como a
variação de cores, uma pra cada gosto. Você, em hipótese alguma deve se sentir
culpado pelo o que disse. A culpa é do outro, que não entendeu o que você
queria dizer, distorceu as palavras.
E
assim o mundo vai seguindo, cheio de contradições, mal entendidos e
divergências. Com muralhas sendo levantadas, por uma pontuação inadequada em
determinada frase, uma palavra mal colocada, pelo tom de voz não alinhado.
Para
muitos, entender o outro é baixar a cabeça e dizer amém para tudo. Errado.
Entender o outro, é expressar sua opinião sem ofender a dele. É mostrar que, na
vida não há só as portas de empurre e puxe, há outras tantas espalhadas por ai,
estrategicamente escondidas, loucamente ansiosas para que sejam descobertas e
abertas. Que portas são essas? A mente!
A
mente precisa de novidade, inovação, audácia. Precisa diariamente receber
estímulos inusitados, informações variadas, desde uma matéria banal na revista
Caras, quanto um conteúdo enigmático de um livro de medicina, direito,
administração, ou seja lá o que for. E a revista Caras talvez nem seja tão banal assim,
quando você a lê apenas quando vai ao salão de beleza pintar as unhas, é uma
distração, um momento de liberdade para a alienação.
Um
colega, todo certinho, que só lê revistas importantes como Veja e Exame, me
surpreendeu ao revelar que, leu uma matéria sobre como terminar com a namorada
sem ser grosseiro. Uma das dicas era simples: Comer muito feijão. Como assim,
comer feijão? Pois é, algumas pessoas têm um sério problema conjugal com o
feijão, flatulências seria apenas um dos pequenos problemas. Se ele, tão
certinho se permitiu a tal banalidade, porque você não?
São
distrações assim que precisamos. Ler piadas, rir das piadas. Sair um pouco da
trilha principal e descansar um pouco. Permitir-se não ser tão certo sempre,
seguir todas as regras estabelecidas. Pouco importa o que as pessoas vão
entender, embora muitas vezes a má interpretação ocasione problemas um tanto
complicados.
Viva
mais sem pensar no pensamento e opinião alheia. Seja brega quando achar
conveniente, tiete o artista sem pensar no que as pessoas ao redor acharão. Eu
mesma perdi oportunidades de ganhar um autografo por vergonha de parecer
infantil, levando em consideração a opinião alheia, e não minha satisfação
pessoal.
Coma
feijão independente de querer terminar um namoro, leia Caras independente de
sua religião, quebra regras independente das leis. Viver é necessário,
expressar sentimentos e opiniões também. Mesmo que em muitas vezes tenha que
ser como um grito de independência, de que a criança cresceu e tem pensamentos
próprios.
Abra
a mente, ultrapasse fronteiras, saia da rotina. Icerbergs existem em todos os lugares. A escolha é sua: Ser navio
ou mergulhador.
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