quinta-feira, 29 de agosto de 2013

A arte de dizer adeus


Dizer adeus é muito difícil, e isso engloba dizer adeus para uma pessoa querida, para o fim de um relacionamento, para mudanças de etapas, mudança da casa antiga, mudança de emprego. É difícil reorganizar a vida, deixando para trás coisas que antes faziam sentido, mas hoje já não fazem. Até para um bolo delicioso é difícil dizer adeus.

Até nossas certezas em determinada altura da vida precisam ser despachadas com um belo adeus. Sim, é doloroso, mas além de preciso, é necessário.

Um dia desse eu cai antes de cair à ficha. Eu precisava, de forma urgente, dizer adeus à velhas manias, filosofias, objetos, sentimentos. Precisava me desapegar. E simplesmente não era apenas pegar toda essa tralha e jogar pela janela ou deixar na lixeira para o caminhão de lixo levar, eu precisaria me despedir diretamente, assim como nos despedimos de alguém em um aeroporto ou rodoviária: precisava agradecer por tudo que já fizeram por mim, mas cada um deveria seguir seu próprio caminho.

Eu que sou uma pessoa muito apegada, encarei como uma tarefa de superação. Ia ser doloroso, tenso, cheio de crises e discussões, mas deveria acontecer. Arregacei as mangas e fui à batalha.

Comecei por roupas e objetos; fiz uma limpeza geral no meu quarto. Muita coisa saiu, espaços foram abertos, e eu fui me despedindo de cada coisa, sem aquele peso de culpa, sem aquela sensação de perda, assim como pessoas entram e saem de nossas vidas, objetos e roupas seguem o mesmo caminho: chega uma hora que não há outra alternativa além de ir.

Depois parti para meu eu interior. Eu tinha que despachar sentimentos de culpa, de impotência, de egoísmo. Mandei a culpa embora, com cara de poucos amigos, ela fez um belo estrago em mim nos últimos tempos. Da impotência me despedi cordialmente, ela também não estava me ajudando em nada. O egoísmo era uma família inteira, uma parte foi embora juntamente com a limpeza do meu quarto, a outra parte ia agora, com sentimentos que já não eram mais necessários.

Preconceitos sem fundamento, inveja sem motivo, raiva sem raiz, mágoa supérflua, disse adeus para todos. Fiz uma limpeza interna, me tornei aberta ao novo.

Lógico que, com toda essa limpeza, ficou um vazio dentro de mim. Um vazio que futuramente seria preenchido com outros sentimentos, percepções que me ajudariam a evoluir, a progredir.

Novas certezas apareceram, as dúvidas saíram de fininho pela portas dos fundos, a tristeza ficou no canto dela, e a felicidade começou a desbravar o território no intuito de dominar tudo.

Eu disse adeus pro velho, pro dispensável, pro que não surtia mais efeito, eu criei espaços, deixei que o novo entrasse e me mostrasse a outra face da moeda que antes eu não consegui enxergar.

Doeu? Doeu um pouco. Foi difícil? Muito mais do que eu imaginava. Mas o resultado... O resultado sempre vai além das expectativas, do preestabelecido, do imaginável.


E dizer adeus é uma arte, que vez em outra deve ser apreciada e divulgada. E como se fosse um banho, sempre manda toda a sujeira embora e renova as energias.

Página em branco



Adoro caderno, cadernetas, bloco de notas. Principalmente pelas páginas em branco, e o cheiro de papel que não foi usado. Gosto muito também de uma página em branco no word, e aqui na página de postagem do blog também. Páginas em branco atiçam a criatividade, instiga a mente a inventar alguma coisa e preencher imediatamente essa página. Seja com palavras ou com desenhos. Há as páginas em branco que nossa memória nos dá, que logo, pintamos e bordamos e lotamos ela com todas as informações que nos acontece. E a vida, também nos presenteia com uma página em branco, todo dia ganhamos uma, e nessa página, somos obrigados à escrever, mesmo que, em certo dia nossa inspiração esteja de viagem e a motivação em um sono profundo.

Todo dia é uma nova página em branco que ganhamos para escrever sobre nós mesmos. Há dias que essas páginas contém sentimentos intensos, já em outros, sentimentos estáveis. Páginas que escrevemos mentiras, surpresas, verdades bruscas, boas piadas, ótimos investimentos, nossas brigas, conquistas, decepções, tristezas, viagens, conversas. 

Uma página que após escrita, não pode ser mudada. Um livro que, não podemos nos dar o luxo de reler quantas vezes der na telha, pois, esse livro, ainda não há término - e nós mesmos, não poderemos escrever o desfecho. 

Aproveite sua página em branco, escreva coisas legais, pratique coisas saudáveis  Em vez de escrever lamentações, se colocar como vítima da história, seja o protagonista, faça a diferença (pro lado positivo), empenhe-se em se torna algo melhor. Tenha uma história que você se orgulhe. Foque em você, nessa sua página em branco. Vira e mexe fazemos participações especiais nas páginas em branco de outras pessoas. Mas não viva em função de participações especiais, não queria ser figurante a vida inteira.

É lega em certo momento, dar uma parada, observar tudo o que há ao redor. Colocar na balança o que merece sair de ação, o que deve entrar. Mudar a posição dos móveis, das opiniões. Mudar o elenco, e até mesmo o roteiro, caso ache que a história está tomando um rumo bem diferente do desejado.

Lembre-se: Você é autor, diretor, ator. Tudo nasce de você, seja dos pensamentos ou atitudes. 



quarta-feira, 28 de agosto de 2013

O princípio do vazio


Li uma matéria da revista Vida Simples, edição de agosto, sobre o que leva as pessoas a se viciarem em drogas, álcool, comida, gastança. Psicanalistas renomados dizem que é pelo vazio que sentem, e como o desespero é intenso, a forma mais rápida de preencher esse vazio - que sufoca, infelicita, corroí - é se jogando de cabeça nas compras, na comida, no consumo de drogas ou do álcool. Segundo eles, é uma forma de instantânea de preenchimento, mas é como se fosse uma bexiga que não é bem amarrada, logo o vazio volta, com muito mais intensidade, fazendo com que o dependente venha a consumir mais e mais, na busca infinita de tapar o rombo que há dentro de si.

Esse sentimento de vazio surge de muitos fatores, e não necessariamente de um. Pode ser rejeição ou abuso na infância; bullying por causa do peso, do nome - ou sobrenome -, da raça, da dificuldade no aprendizado; dificuldades financeiras, falta de alimento. São inúmeros os motivos que levam as pessoas a aderir vícios para suprir a falta de sei lá o que sentem. A forma mais correta e segura de tapar esse buraco seria procurar ajuda de um especialista, para dissecar toda a história de vida, encontrar a causa do problema, e trabalhar na solução do mesmo. Mas não é o que ocorre.

A crítica, a cobrança, a perseguição com a pessoa que tem algum tipo de dependência, não é a melhor alternativa para ajudá-la a superar e extinguir o vicio. Críticas acentuam drasticamente a situação. Vigiar constantemente é acurralar e forçar a pessoa a tentar uma fuga maior ainda. Pra quem é viciado em compras, uma discussão acarretará em mais sacolas e muito mais roupas, sapatos, acessórios, e isso e aquilo. Pra quem usa drogas, a pessoa irá consumir para esquecer todas as palavras ásperas, toda a frustração - o mesmo vale para consumidores de álcool. Pra quem é dependente de comida, a geladeira será assaltada na calada da noite. 

Mas aonde quero chegar? Quero chegar ao ponto de que, temos que aprender a entender mais o lado do dependente em vez de julgá-lo sem saber, e acima de tudo, devemos ajudá-lo a resgatar o amor próprio, auxiliando-o no encontro com o si próprio.




Não é fácil viver em um círculo onde criticas são constantes, acusações mutiladoras, e apoio zero. Todo mundo precisa de um ombro amigo, uma mão para contar. Cada um tem o livre arbítrio de escolher o caminho que bem entender, não estamos aqui pra julgar o que é certo ou errado, pois cada um tem suas próprias verdades e mentiras.

Se existe algo vazio aí dentro de você, que tem incomodado bastante, e os preenchimentos que você anda fazendo tem mais lesado do que beneficiado, talvez seja hora de você procurar ajuda e compartilhar o problema. Duas cabeças trabalham melhor que uma. Preencha seus vazios com coisas duradouras e que realmente te satisfaça, e não com coisas instantâneas que só aumentam o arrombo. 

Conte com sua família, seus amigos verdadeiros, e com um bom profissional. Conte com você, acredite na sua superação, e vá a luta. A cura nasce de dentro pra fora. Tire todo o lixo interno, mande para algum aterro. Plante flores em seu jardim. O princípio do vazio, começa com vazio, mas não precisa permanecer nesse estágio para sempre. A ideia e preencher, mas só com coisas boas e saudáveis.

segunda-feira, 26 de agosto de 2013

Pra sempre?!


Sabe aquele medinho que carregamos bem lá no íntimo, que quase nunca compartilhamos tipo, um segredo secretíssimo? Pois é, eu também tenho um desses medinhos. Eu tenho um medo terrível do “pra sempre”. Finais de filme com “viveram felizes para sempre” sempre me causou certa confusão. Como assim ser feliz pra sempre? Me explique melhor, por favor.

Assim como eu acho impossível ser feliz pra sempre, triste pra sempre, mal humorado pra sempre, inconveniente pra sempre, pra sempre, sempre. O sempre, sempre acaba. Isso é fato. Nossa vida é composta de episódios, assim como um seriado, tem dias que tudo de melhor acontece, o universo inteiro conspira para que tudo que você quer aconteça do jeitinho que programou. Mas têm outros dias que tudo que é possível de dar errado, dentro da bendita “24 horas” acontece, um pneu fura, um relatório é perdido, uma indireta, um desentendimento, um furto, e assim por diante.

Esperar pelo pra sempre, é perder uma eternidade buscando uma utopia que não existe. Não adianta nada ficar a procura, perguntando se já está chegando. Cadê? Onde está? Você não vai achá-lo.

O pra sempre é mais interno do que externo. O pra sempre material, de casamento até que a morte os separe, com filhos lindos e educados, marido fiel e trabalhador, esposa zelosa e que vive em pró do lar e da família já era. Isso é conto de fadas, roteiro de cinema que não é campeão de bilheteria.

O pra sempre pode ser focado de outras maneiras, como no hoje, no momento presente, o agora, o já! É cada tijolinho assentado com cimento, que vai unindo duas coisas completamente distintas, que antes nem sequer sabiam da existência da outra. Uma casa é construída dia após dia, um relacionamento também.

O pra sempre é muito mais de nós mesmos do que dos outros. Não há fórmula secreta. Não há mágica, muito menos encantamento.

Eu por exemplo, tenho medo de ser feliz pra sempre. Porque, na minha humilde opinião, seria tedioso não viver certos contratempos. Seria como viver  na primavera eternamente, não aproveitando o calor do verão, as folhas marrons no chão graças ao outono, e o vento gélido do inverno.


E o pra sempre, nada mais é que uma única palavra: Construção.



sábado, 24 de agosto de 2013

Deixa isso pra lá...


Comecei ioga há duas semanas, sob prescrição médica. E eu entendi bem o porquê de tal prescrição. Eu, que sou uma ansiosa incorrigível, que sempre vive anos luz na frente, sofrendo antecipadamente, sendo feliz e infeliz por precaução, deveria aprender a viver o presente - o hoje.

E o ioga é isso - focar no agora, na respiração. Dar a devida atenção ao corpo, ao ser, à você. Esquecer o que poderá acontecer amanhã - viver o hoje apenas, cada minuto. Um passo de cada vez. 

Sim, eu sei o quanto é difícil estar inteiramente no presente, pois sempre há algo maior que nos puxa para outra direção, seja planejando uma viagem pra daqui seis meses, ou um aniversário surpresa pra daqui duas semanas, visualizar o casamento que ainda não aconteceu, ou uma briga que só existe no seu palco interior.

Foram pouquíssimas as vezes que eu simplesmente não planejei o que faria do meu dia. Isso sempre ocorreu nas férias, quando eu mudava de ideia assim do nada, e saia de todas as regras estabelecidas pelo previsto. Vivendo o agora, sem saber aonde eu estaria daqui meia hora, observando tudo ao meu redor, prestando atenção nas placas, pessoas, palavras, em mim.

A questão é não deixar a vida te levar pra qualquer lugar, sem rumo, sem direção, sem sua permissão, observar os minutos passarem sem participar desse decorrer do tempo. A questão não é inércia, e sim além de estar presente, tem que participar.

Deixa isso pra lá de se preocupar com o futuro, preocupe-se mais com a utilidade do seu tempo agora. Gaste mais tempo lendo, escrevendo, assistindo, passeando, do que queimando neurônios sobre como estará daqui 10 anos, com imensas expectativas de estará milionário graças ao acerto dos números da mega sena.

Hoje eu estou mais centrada, mais no agora, um passo de cada vez, respirando sem desespero de chegar logo ao final de tudo e ser feliz pra sempre. Melhor de tudo é ser feliz no presente, sem expectativas de que a felicidade só pertence ao Sr. Futuro e que ela está longe demais para ser alcançada.

Mais pé no chão, mente no agora e pensamento na felicidade. Respire fundo e relaxe, o amanhã ninguém sabe, aproveite o hoje. A hora é agora!

quinta-feira, 22 de agosto de 2013

Uma desculpa... Um meio


Tem gente que vive de vento, e outras de desculpas. Essa é a verdade nua e crua. Inimaginável, mas é a verdade. Assim, toda esparramada no chão, folgada ao extremo, ocupando espaço e querendo toda a atenção que acredita ter direito. 

Desculpas pelo atraso na entrega do relatório, por uma ligação não retornada, por uma gafe horrorosa, pelo erro grotesco. E a vida se torna uma maratona de desculpas. Como diz o velho ditado: Quem não arruma um meio, arruma uma desculpa. E as desculpas são vomitadas sem pensamento algum, não colam, mesmo que se use cola quente, super bond, e etc. 

Uma desculpa que magoa mais que uma verdade. Uma desculpa que decepciona mais que um erro. Uma desculpa que dói mais que um espancamento. Uma desculpa, uma mentirinha, uma afronta à responsabilidade e ética. Uma meia desculpa, uma desculpa inteira. Existem dois tipos de desculpas, a da boca pra fora, e as que tem um peso bem maior, ou seja, as verdadeiras. 



Mas tem gente que cansa, com o repertório quilométrico de desculpas esfarrapas que guardam como cartas na manga. Pra cada pergunta: uma desculpa. Pra cada cobrança: duas desculpas. E assim, vira uma cascata, com até, ironicamente, um campeonato de melhor desculpa do ano.

Desculpa por faltar ao trabalho, por esquecer o aniversário da mãe, por não pagar uma conta, por não abastecer o carro, por ter passado o telefone errado, por não responder um e-mail, por perder as chaves de casa.

Uma desculpa, um meio. Um meio, uma desculpa. É melhor meter as caras e resolver as coisas, do que viver na enrolação e agregando insatisfações alheia e uma má reputação. Um meio, a melhor alternativa. Uma desculpa, quando em excesso, ato de covardia. 

Mas a desculpa, para quem vive disso, virou um meio de sair impune as obrigações, responsabilidades e deveres. Um meio de se eximir das consequências. Um meio... sem fim.


quarta-feira, 21 de agosto de 2013

Hora do chá


Os ingleses tem o costume de tomar o chá das 5. Por aqui a moda não pegou muito, mas o chá em si, é tomado mais antes de dormir, para a proporcionar uma ótima noite de sono. Mas convenhamos, você sabe qual é o chá predileto de, pelo menos, 90% da população? Aceito palpites.

Camomila? Não. Boldo? Não. Hortelã? Também não. Vamos pessoas, usem a criatividade que existe dentro de vocês. Maçã? Apesar de ser uma delícia... Não! Romã? Capim Cidreira? Laranja? Amora? Não, não e não. Ok, eu vou falar, já que ninguém acerta. O chá predileto é o Chá de Sumiço. 

Pessoas que tomam chá de sumiço quando precisam atender o telefone para resolver um problema urgente; quando precisam devolver uma roupa ou um livro emprestado; que marcam um encontro e não ligam para dar satisfação; que pegam dinheiro emprestado e não dão mais as caras. Isso são meros e simplórios exemplos de como as pessoas tomam esse delicioso chá.

Eu tomo chá de sumiço quando não estou afim de conversa fiada, problemas problemáticos ao extremo, reclamações supérfluas, e assim por diante. Tomo chá de sumiço quando saio de férias, me isolando de muitos meios de comunicação, para aproveitar os benefícios desse chá, que deve ser tomado uma vez em outra.

Eu tomei chá de sumiço daqui do blog, porque a criatividade e a imaginação tomaram chá de sumiço da minha cachola. Uma bola de neve, um foi levando o outro a tomar o bendito chá. Mas dei um basta, suspendi essa história de chá de sumiço, que outros chás sejam degustados.

Dê chá de sumiço para pessoas inconvenientes e inoportunas que aparecem assim, de repente em sua vida. Dê chá de sumiço também, para sentimentos ruins e depreciativos, para medos, mágoas, raivas, relacionamentos interpessoais que só desgastam, velhos costumes que não ajudam no crescimento.

Abra as portas chamadas oportunidades para sua vida, mesmo que pra isso, você precise de uns goles de chá.




quinta-feira, 15 de agosto de 2013

Fora de moda



Moda pra mim é que nem futebol. Não entendo as regras, dou palpites bizarros, e no final, ou vou na opinião alheia, ou morro afirmando o que acho que é certo. Não sei distinguir o azul tiffany com o azul royal. Cardigã e casaquinho de lã pra mim é a mesma coisa. Tudo o que não tem salto e é fechado configura sapatilha. Salto alto é salto alto, sem diferenciar o que é plataforma, meia pata, toda pata e assim por diante. Iluminador? Ou você lâmpada?



Não sei mesclar estampas, ser despojada com salto 20, amanhecer com a cara plastificada de maquiagem. Sou tudo o que as fashionistas odeiam. Peraí, também não sou essa desleixada da era da pedra que muitos pensam. A moda sou eu quem faço. Não ouso, fico no básico, nada de saia amarela, com blusinha azul, sapato verde e bolsa branca. Bandeira nacional só no mastro. No meu corpinho? Todas as cores juntas e misturadas? Jamais.

Não sei viver em função das tendências. Sigo minha própria tendência de gostar do que eu bem entender, e não usar apenas o que está na moda. Posso ser uma brega invicta ou uma despojada alienada. Não sei. Só sei que, ando de forma confortável e que me sinto bem. Independente se estou vestindo uma marca carérrima no corpo, ou um achado em um brechó. 

E pessoas que, julgam as outras pelo o que elas vestem, medem do cabelos aos pés, para depois tomarem partido de atendem ou não bem. Outras que olha a marca do carro, logo o valor que este tem no mercado. Tudo aparência.

Hoje o mundo vive de aparências e felicidades instantâneas. Quanto mais marca você vestir, quanto mais caro for seu carro, quanto mais você ostentar, mais pessoas hipócritas e interesseiras gostaram de estar ao seu redor. E se você quer viver nesse meio, ótimo! A receita está dada.

Mas me cansa toda essa falsidade, todo esse glamour fajuto que sai de forma rápida e eficaz com água e sabão. Me cansa a falsa de autenticidade, dançar sempre conforme a música, e viver prisioneiro das regras absurdas que a sociedade impõe. 

Sou fora da moda se analisar como a moda se impõe hoje. Mas se autenticidade, sensatez e centralização é estar na moda... Meu bem, a brega aqui é você. 

terça-feira, 13 de agosto de 2013

Desapego: Parte 2





Eu precisava urgentemente praticar o desapego em minha vida. Essa foi a recomendação dada, mas estava sendo difícil demais. Por onde começaria? Será que conseguiria? A dúvida cruel pairava no ar, e eu continuava a tardar a atitude que deveria tomar.

Comecei com meus livros  - Meus amados e idolatrados livros. Sou completamente e irremediavelmente ciumenta com eles. Se empresto quero-os sem orelhas, farofa, café, anotações. Quero-os com cheiro de novo, bem tratados e pertinhos de mim. Sofria antecipadamente só de pensar que eles ficaram jogados, juntando poeira, servindo de suporte para uma televisão ou porta-copos. Mudava de ideia e inventava uma desculpa: Já emprestei. E lá ele ficava, prisioneiro do meu ciúmes.

Emprestei o primeiro e ufa.. Voltou inteiro. Depois emprestei o segundo, terceiro, quarto, décimo oitavo, trigésimo sexto... Perdi a conta! Eram inúmeras pessoas com meus livros, adorando, devolvendo intacto, debatendo sobre o assunto abordado, agradecendo. E eu, ficando feliz com o retorno de meus pequenos filhotes para a casa, como se tivessem feito um intercâmbio interminável em Saturno. Mas comecei a ficar feliz também, pelo bem que eles estavam fazendo para que os lia.

Lógico que, os livros foram o primeiro passo para a tarefa de exercitar o desapego, para uma pessoa apegada demais com seus brinquedinhos, livrinhos, roupinhas, revistinhas, perfuminhos, e outros "inhos" da vida. Mas era preciso. Eu comecei com o emprestar, mas logo sei que terei que doar, ou simplesmente, dar. Para poder abrir espaço para o novo entrar em minha vida. 

Enquanto isso, vou compartilhando conhecimento - seja através de livros ou revistas - enquanto me preparo para outros tipos de desapego. A meta é transformar essa "possessiva" em uma pessoa melhor, e que o início de tudo seja através de palavras escritas e publicadas para olhos curiosos lerem - o que eu tanto prezo e amo.

domingo, 11 de agosto de 2013

Pessoa Sim


Você provavelmente já deve ter convivido com uma pessoa da categoria "sim". Seja na família, no trabalho, na escola, no relacionamento. Pessoas "Sim", estão espalhadas por todas as partes, são pessoas que dizem sim para todos, no intuito de agradar de imediato, sem levar em conta as consequências que ocorrerão se ela não cumprir o prometido. 

Daí o mal estar já está consumado, se essa pessoa é do seu ambiente de trabalho. Na reunião cm a chefia, ela concordou com todos os planos propostos, assumiu tarefas que certamente não conseguirá cumprir no tempo fixado, só disse: sim, sim, sim, sim e sim. A intenção era apenas mostrar como é uma pessoa prestativa, mas uma imagem que logo menos será revertida. 

Eu já fui uma pessoa sim, eu dizia amém para tudo, simplesmente porque tinha medo das consequências se eu disse um não. Não, eu não concordo com esse plano de crescimento. Não, eu não tenho conhecimento sobre determinado assunto. Não, eu não quero estar presente naquela reunião. meu primeiro não aconteceu quando meu esgotamento emocional estava no limite. Foi quando eu percebi que, as pessoas não me odiariam se eu dissesse não, quando deveria dizer não. 

Viver em função do sim ou não é letal. Você acaba se jogando em situações constrangedoras, criando atritos desnecessários, sugando a própria energia para realizar tarefas ou compromissos que você não está preparado - ainda - para assumir. 

O equilíbrio é a palavra chave para a pessoa "sim". Dizer sim apenas quando se sente apto para determinada coisa, e não apenas para agradar as partes e se jogar em um poço de desilusão própria. Não dizer sim em um pedido de casamento, se você ainda não tem certeza se é isso que quer. Não dizer sim ao grupo acadêmico que escolheu você fazer a pesquisa sobre os venenos da aranha, se você morre de medo. Não dizer sim ao pedido de entrega de uma relatório monstruoso nos próximos 10 minutos, se você sabe que esse fechamento precisa de pelo menos 3 horas de muita concentração e calma. 

Pessoas sim se frustam com o mundo e consigo mesma por não conseguir concluir o estabelecido, porque não respeita os próprios limites. Diga sim apenas para sua evolução, crescimento e bem-estar. Diga não ás sua limitações. Um passo de cada vez, um sim bem estudado e tudo dá certo.

sexta-feira, 9 de agosto de 2013

Daqui 6 meses...


Uma amiga muito querida me deu a notícia que está grávida de 3 meses. Fui pega de surpresa (talvez bem mais que o pai da criança). Congelei por algumas frações de segundo e expressei pela alegria dela, que agora também é minha. 

Eu adoro crianças pelo fato de poder sentar no chão com elas, e entrar naquele mundo mágico e divertido sem parecer uma louca varrida. Brincar com bonecos e bonecas imitando vozes engraçadíssimas, apostar corrida com os carrinhos, montar quebra cabeças e compartilhar histórias sem pé nem cabeça, mas que fazem todo o sentido pra gente, naquele momento único.

Daqui 6 meses, ganharei um sobrinho ou sobrinha de coração. Uma criança que sairá gritando "Tia Buna" olha isso, "Tia Buna" me ajuga naquilo, "Tia Buna" passa essa tela pra mim. E não haverá satisfação maior do que ajudar essas pequenas criaturas adoráveis a evoluírem no aprendizado.

Tias são brechas na lei. Brechas que autorizam arte, chocolate em excesso, brincadeiras até tarde, sessão pipoca que dura um fim de semana inteiro, brincadeiras inimagináveis, risos espontâneos, guerra de cócegas. E eu gosto de ser uma brecha na lei.

Daqui a 6 meses eu posso continuar trabalhando no mesmo lugar, ter  viajado para outro país, ter lido milhares de livros, mas eu terei uma pessoa nova em minha vida. Uma pessoa que contará todas as novas descobertas com todo o entusiasmo que só uma criança consegue ter.

Será uma sobrinha (o) de coração como o Cauan, que adora montar comigo origamis, jogar os jogos do tablet, colar figurinhas no album e fazer alguns piqueniques no trabalho; como a Yasmin, que adora me contar por telefone toda a rotina com suas bonecas maravilhosas, e os bichinhos da vovó e todos os inúmeros passeios no trem da alegria pela beira-mar; ou como o Pedro, que adora meus brinquedos, que se diverte com o Charlie, e adorava sentar a mesa para celebrar o café da tarde com muita guloseima.

Mais uma criança para encher minha vida de alegria e esperança, de que a descoberta é mais importante do que a quantidade, que a alegria é mil vezes mais benéfica do que as preocupações. 

Será mais uma integrante do grupo que tem o dom de me mandar para o país das maravilhas, com aventuras emocionantes, risadas gostosas, inteligência surpreendente e sede de conhecimento.

quinta-feira, 8 de agosto de 2013

Sobre você


Hoje faz exatamente dois anos que você entrou em minha vida. Dois anos onde há muito amor, companheirismo e estresse entre nós. Eu geniosa de um lado, e você genioso do outro. 

Quando te vi pela primeira vez, mal pude esconder o sorriso que despertava em meu rosto, e a alegria por aquele momento. Foi amor à primeira vista. Um amor que cresceria de uma forma tão imensa, e atingiria proporções inimagináveis que eu mesma duvidava que seria capaz de sentir. 

Você chegou todo desconfiado e irritado. Estava com medo de tudo aquilo, não sabia o que iria acontecer. Só pensava em voltar no sossego da sua casa. 

Chegou observando tudo e todos, não sabia em que tipo de território estava lidando. A viagem foi exaustiva, cheia de turbulências e imprevistos. Você literalmente queria uma cama quentinha para dormir sossegado, o dia havia sido cheio demais para você. E eu estava ali, toda boba te admirando. Seus lindos cabelos, seus passos incertos, seus olhos penetrantes.

E todos esses dias que passamos juntos, só aumentou e reforçou nossos laços de amor. Sentimos saudades quando estamos longe um do outro, quando estamos bravos, respeitamos o espaço, aprendemos a dividir a cama, a controlar a ansiedade. 

Com você, acordei um parte de mim que tinha esquecido o significado de amor incondicional. 

Charlie, sua bola de pelo linda, a mamãe te ama tanto! Sou tão feliz por você ter entrado em minha vida, que sempre me pego pensando em quando você era uma miniatura de dog, que mal conseguia subir na cama, e rodopiava que nem um louco a procura de um tapete para fazer pipi. 

Obrigada pelas festas de boa-vinda que me proporciona todos os dias, pelos beijos molhados, pela alegria dominadora e pelos olhares cúmplices. 


terça-feira, 6 de agosto de 2013

Operação: Tapa Buraco


Um dia desses, no jornal da manhã, passou uma breve matéria sobre a péssima qualidade do asfalto usado nas cidades brasileiras. Asfalto esse, que na primeira chuva, pega carona e se manda, deixando apenas buracos. São carros sendo danificados e pessoas caindo. Daí a Prefeitura local entra em cena, com a Operação Tapa Buraco. Tapa o buraco ali, outro aqui com um outro asfalto ruinzinho, só pra dizer que está trabalhando em pró da comunidade. E a gente, acredita.

Se eles gastassem realmente o dinheiro público com materiais de boa, não precisariam fazer o serviço duas vezes. O asfalto duraria mais anos com uma qualidade de padrão aceitável. Mas não, é mais fácil fazer de qualquer jeito e embolsar uns cifrões. Colocando qualquer coisa lá, para tapar o bendito buraco.

E seguindo esse parâmetro do asfalto, quantas vezes ocasionamos buracos na estrada de nossa vida, e vamos fazendo remendos que não duram muito tempo. Feridas que não são limpas e viram rombos assustadores, crateras tenebrosas. Em vez de pararmos e darmos a devida atenção para esse reparo, vamos e tapamos de qualquer jeito, para mostrar aos outros (e na rala ilusão, para nós mesmos) que tudo foi arrumado e agora a bola tem que ser tocada pra frente. Mas não, aquele buraco está se enchendo de sujeira e bactérias, está crescendo dia após dia, sem que percebamos. E quando caímos na real, o estrago pode ser irreversível.

Se o buraco foi feito através de uma decepção, chore, lamente-se, veja alternativas e vá tapando o buraco em camadas. Se foi por uma perda, fique triste, revolte-se, e também vá preenchendo esse buraco de saudades saudáveis, alegrias, lembranças boas. Não adianta jogar qualquer porcaria para continuar seguindo em frente, sendo que, isso vai piorar as coisas. Vida são etapas, que devem ser respeitadas. É preciso respeitar alegria, tristeza, amor, ódio, etc. É preciso saber qual a medicação correta para cada tipo de doença.

Operação Tapa Buraco funciona assim: Tapar todos os buracos que existem em sua vida. E não preencher somente com qualquer material, e sim com coisas boas, seja felicidade, amor, alegria e assim por diante. Assim como o asfalto, muitas vezes ficamos esburacados com a falta de cuidado que as pessoas tem conosco, e que temos com nós mesmos. 


segunda-feira, 5 de agosto de 2013

Fazer o bem sem olhar a quem

Eu admiro muito pessoas que praticam o bem diariamente. Pessoas que sorriem para desconhecidos e dão bom dia. Pessoas que acariciam cachorro de rua e os alimenta. Pessoas que adotam crianças. Pessoas que fazem o bem por prazer, e não por obrigação.

Praticar o bem pode ser realizado de diversas maneiras. Não precisa fazer doações exorbitantes, nem ficar enfurnado em igrejas, dar dinheiro nos faróis, alimentar todos os cachorros da rua, e sorrir para todos. Isso são pequenas coisas, que agregadas em um todo, se tornam o maior diferencial. 

Fazemos o bem quando não criticamos, quando jogamos o lixo na lixeira, quando transformarmos impaciência em paciência, quando alimentamos um cachorro de rua em vez de repeli-lo, quando não entramos em uma briga, quando não desperdiçamos comida nem água. O bem pode ser praticado diariamente, de forma simples. Seja um sorriso, uma palavra, um silêncio, um pensamento.

Fazer o bem sem olhar a quem, é não esperar recompensas com as ações, nem direcionar o bem apenas as pessoas conhecidas e com laços afetivos mais intensos. Deve ser focado para qualquer pessoa, inclusive para inimigos. Aliás, inimigos não existem de verdade, o que existe é uma não sintonia. 

Chega um determinado momento da nossa vida que fazer o bem acaba se transformando em algo bem maior. Esse momento bateu na minha porta uns meses atrás. Eu só estava recebendo o bem, e nada de distribuir. Um anjinho sentando no meu ombro disse: "Bruna, está na hora de fazer a diferença!". E aqui estou eu, na busca de fazer o bem sem olhar a quem. Seja através de palavras, ações ou pensamentos. 



sexta-feira, 2 de agosto de 2013

Banho


Quando crianças, amamos ou odiamos o banho. Nos imaginamos piratas ou mergulhadores em seus barcos ou submarinos indestrutíveis. Nos imaginamos cantores de qualquer estilo musical, inclusive de ópera; ou simplesmente dançarinos, com passos incopiáveis. Na piscina somos peixinhos desenvoltos ou tubarões assustadores. Com nossas bóias ficamos lá, ora a deriva, ora lutando contra a correnteza.   

Um banho tem o dom de renovar as energias, de nos fazer sentir limpinhos e puros. Seja de mar, de rio ou de chuveiro, um banho sempre faz um bem danado. O banho gelado que refresca do calor exorbitante que faz lá fora.  Ou aquele banho quentinho que aquece até nossas tristezas e as faz adormecer. Banho de gato, banho demorado, banho forçado, banho espontâneo, banho de caneca, banho de banheira, banho de mangueira, banho de chuva. Banho sempre é banho.

Um banho de chuva para quebrar toda a rotina que se tornava massante gradativamente. Um banho de banheira pra ter aquele dia de princesa intocável e poderosa. Um banho de gato para não perde o ônibus. Um banho forçado, porque mesmo que esteja um frio de arrebentar e você jure de pés juntinhos que não suou uma gotinha sequer, o banho precisa ser consumado. Banho de mangueira para lembrar as peripécias da infância. Um banho de caneca para reforçar a quentura que tanto agrada. Um banho demorado para sentir cada gotícula bater no corpo.

Ultimamente no banho, penso mais do que canto.



quinta-feira, 1 de agosto de 2013

Intro metida


Intrometido: 1. Metediço, atrevido; 2. que se mete no que não lhe diz respeito; 3. introduzido.

Metade de mim é assim: reclusa, tímida, introspecção. Já a outra metade e assim: curiosa, tagarela, opiniosa, atrevida. Uma bipolaridade bem medida - ou não.

Intro - é para dentro. Mergulhar nos próprios temores e escuridão, bem busca da descoberta de soluções e luz. Pensar, refletir.

Meto a fuça onde não sou chamada quando a questão é de bem maior. E o bem maior é amplo, maior que meu autocontrole de não querer saber, pouco importar. Se é sobre a evolução do mundo, as belezas do planeta, as guerras infundadas, os mistérios que envolve os sentimentos humanos, lá estou eu, me intrometendo na história.

Minha honestidade ofende muita gente. Ofende quem acredita na mentira, quem vive no país das maravilhas, quem atira pedra na vidraça alheia. Eu também tenho o teto de vidro. Não sou exemplo, nunca quis ser, pra ser bem sincera. Mas nunca vivi de fantasias impossíveis e de intrigas desnecessárias. E na maioria das vezes não recebi as criticas como uma afronta pessoal - era necessário melhorar. As que surgiram carregadas de maldades voltaram para que as disse.  

Sem medo do não, dosando bem as verdades que devem ser ditas ou guardadas. Talvez eu viva a meter a fuça onde não sou chamada, mas é mais forte do que mim, quando envolve a evolução e revolução do mundo, eu não consigo me controlar. Pode parecer aos olhos alheio que sou uma tremenda intrometida. Pode ser que sim, pode ser que não. Ou pode parecer que sou uma arrogante sem fim. Também pode ser que sim, mas também pode ser que não.

Metida, sou atrevida em muitos pontos. Revolucionária. Sonhadora com empresas ideais, país ecologicamente correto. Não não sou tão ecológica  Adoro papel, adoro lápis. Prefiro eles do que um computador portátil. Sigo em frente sem medo do incerto. Escrevo pensamentos e opiniões - minhas e alheias. 

A minha semente no mundo é a palavra. A palavra que inquieta, motiva, desafora, felicita. Intrometida de nascença. Intrometida de vivencia. Pode parecer uma rima boba, mas eu vim ao mundo pra fazer a diferença.