quarta-feira, 10 de abril de 2013

Aceitando o incerto



Inúmeras vezes me questionei se o caminho que eu estava era o certo. Sempre soube que não era o único. Tive muitas opções, uma boas, outras ruins, e outras tantas bem duvidosas. Sempre segui me instinto, não me preocupando se o caminho era certo ou errado aos olhos alheios - tinha que ser certo aos meus olhos e ponto. 

Conforme os anos passam, tanto eu, quanto você, mudamos a forma de pensar, as opiniões formuladas, a visão distorcida da vida. Quem não queria casar, resolve que constituir uma família é o melhor investimento de felicidade. E quem já sonhava em casar, ter uma casa de campo com crianças e cachorros correndo pelo jardim, hoje prefere a vida urbana, e vive cercado de prédios, numa solidão respeitada - e opcional.

Tudo muda constantemente. Quem era conservador abraça a modernidade como um amigo querido, quem era moderno demais fica careta. As tendencias vem e volta. A criança cresce e começa ter voz ativa e opinião própria. O adulto envelhece e começa a resgatar os bichos papões que viviam no armário. A coragem que era primordial, foi guardada no fundo do baú e esquecida às traças.

Hoje o sol é mais forte do que há quinze anos atrás, assim como as chuvas são mais intensas e desastrosas, exemplo vivo que, até a natureza sofre mudanças - consequência das atitudes alheias. E nós também mudamos, por motivos externos ou internos, o que antes achávamos ser a galinha dos ovos de ouro, hoje pode não passar de um elefante branco. 

Viver de nostalgia não basta. Ficar supondo o que teria acontecido se tivesse virado à esquerda do que a direita não vai mudar o hoje e o agora. Lembranças tem o dom de machucar (nem todas as vezes, mas machuca). Encarar a realidade com a cara e a coragem pode render muitas feridas internas. Acompanhar a evolução humana, a aceleração da modernidade que o mundo solicita desesperadamente, não é uma tarefa nada fácil. Exige, acima de tudo, uma higiene mental periódica, uma dose de paciência com pitadas de tolerância.

Vivendo em um mundo de muitas tribos, muitas culturas, muitas opções sexuais, felizes são aqueles que tem jogo de cintura e aceitam toda novidade sem preconceito e violência, aceitando que todos tem um lugar ao sol e direito vitalicio ao respeito.

Os bens materiais não devem ser colocados em pedestais, não devem substituir de forma alguma os valores primordiais da vida de uma pessoa - que nunca serão os bens materiais, embora muito se confundam propositalmente. E toda mudança, por pior que seja, deve ser aceita de forma gentil - as mudanças servem para o aprendizado, e elas nunca serão em vão. 

As pessoas, assim como mundo, muda de sintonia constantemente, e mudar de opinião não quer dizer que você não seja uma pessoa confiável, mudar de opinião é sinal que você tem a capacidade de se colocar do outro lado da situação. É como uma árvore: troca as folhas, mas os princípios sempre serão os mesmos (raízes). Um pouco de desapego com a vontade de reinventar, acreditar nos sonhos e investir em cada um deles - confiar que se pode chegar exatamente onde se quer - sem medo, sem corrente invisíveis  e acima de tudo, acreditando em si mesmo.


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