sábado, 27 de abril de 2013

Quando eu era pequenina...




Quando eu era criança, além de ser bem serelepe, eu nunca levava desaforo pra casa. Não cheguei a ser uma mal-criada de carteirinha vip, mas que eu enfrentava qualquer adulto que excedesse os limites, isso eu fazia!

Tinha um determinado amiguinho que era uma mala sem alça, fofoqueiro pelos cotovelos, sempre sabotava nossas traquinagens o que rendia castigo e boas palmadas para todos do grupo. Eu sempre que podia, em toda boa oportunidade que surgia, batia nele pra descontar as atitudes X-9 que ele tinha. Ele sempre foi o que era excluído das nossas artimanhas por sempre correr pra mãe dele e dedurar nossos planos mirabolantes.

Os anos passaram, a turminha da pesada foi se afastando e a infância virou motivo de boas risadas. Vendo nos dias atuais como cada um está, todo mundo vai muito bem, obrigada. Uns já terminaram o curso superior, outros ainda não, alguns estão bem profissionalmente e outro não tão bem, e assim a vida vai fluindo pra cada um. Sabe aquele fofoqueiro que eu disse antes? Pois é, o dito cujo continua fofoqueiro, dedo-duro, X-9, boca aberta e indesejado como na infância. Ainda depende da mãe para invejar a vida alheia e resolver as encrencas em que se mete por meter o nariz onde não deve.

Analisando os fatos, ele é o único que ainda ter vínculo com o cordão umbilical. Tem uma profissão abaixo de sua graduação, e uma arrogância que o torna indesejado perante os outros. Se fosse patrão, seria processado diariamente por seus funcionários por assedio moral. Até hoje, tenta mostrar o que não é e nunca será: alguém confiável.

E crianças que sempre estiveram na barra da saia da mãe, se achando superprotegidas por evitar que os outros amiguinhos aprontassem e se divertissem livremente, se tornam adultos chatos, sem visão ampla e arrogantes ao extremo. Acreditam ter Deus na barriga, mas não tem nem moral de dizerem que ainda dependem da mãe pra limpar sua barra.

Eu sempre aprontei as minhas, soube esconder as peripécias de meus colegas, e ia em busca de meus sonhos sem precisar pisar em ninguém e nem boicotar a ideia de outros. Ainda sou assim. Intolerável pra alguns, interessante para outros. E a vida sempre será assim: com diferenças, cada um com a sua panela. Uns achando que podem vencer o mundo sozinho, e outros procurando andar em bando pra tornar a vida mais marcante.

Eu já decepcionei muitas pessoas. Já fui decepcionada por outras tantas. Quem já tentou puxar meu tapete no passado, hoje sofre bons bocados por conseqüência própria, pois como dizem, o mundo dá voltas.

Aprendi a não invejar ninguém negativamente. Nem desejar o que não era meu. Sempre fui a luta, levei belos tombos, conquistei muitas coisas e soube distinguir quem merecia estar do meu lado e quem merecia sair do meu mundo.

Meu mundo é espaçoso o suficiente para diferenças diversas. Meu preconceito é vulnerável, ele acaba conforme adquiro mais conhecimento. Caráter a pessoa tem ou não tem. Não é porque você era um gordo e ficou magro que seu caráter vai mudar. Não é porque você era rico e ficou pobre que o seu caráter vai entrar em uma transformação. Opinião se muda constantemente, conforme a bagagem cultural, as experiências vividas. Caráter vem da infância.

Na vida de cada um irão aparecer muitos “olho gordo” e pessoas de caráter duvidoso. Se você não é criança, infelizmente não poderá dar uns tapas no pé da orelha desse Zé Ruela. Mas cabe à você criar as barreiras necessárias para não deixar esse tipo de gente infectar seus sonhos e sua vida.

Sempre haverão pessoas do lado contra. O que vale mesmo é ter personalidade suficiente para não se deixar abalar por esses seres subdesenvolvidos que vivem apenas de pequenos e contínuos fracassos.

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