quarta-feira, 31 de agosto de 2016

Boa Noite


Dilma Rousseff sofre impeachment e não é mais presidente. Willian Bonner e Fátima Bernardes se separam após 26 anos casados. Frente fria chega em São Paulo. Onde investir seu dinheiro após a cassação da Dilma. 24ª Bienal do Livro de SP termina neste fim de semana com atrações internacionais. 7 dias para o inicio da Paraolimpíadas Rio 2016.


Boa noite,


Dilma Rousseff sofre impeachment e não é mais presidente da República, o presidente interino Michel Temer tomou posse às 16h e apenas disse que a responsabilidade aumentou. Ovacionado por uns e vaiado por outros, o presidente oficial não escorregou no português, enquanto a presidente deposta diz que lutará com unhas e dentes pela sua reiteração no cargo legítimo assumido. 

Na segunda (29), Willian Bonner e Fátima Bernardes publicaram em seus respectivos "Twitter" o fim do relacionamento que durou 26 anos. Sem entrar em detalhes, afirmaram que serão bons amigos daqui pra frente, e as más línguas afirmam que eles já estavam morando em casas separadas há algum tempo. É gente, depois do rompimento deste casal modelo, fica difícil acreditar no amor eterno.

E pra quem estava reclamando do calor que estava fazendo em São Paulo nos últimos dias, onde a alta foi de 31ºC e fez a típica dancinha da chuva, pode comemorar! A temperatura caiu graças uma frente fria que veio sei lá de onde, que trouxe uma chuvinha fina (que molha mesmo) e vários casacos com cheiro de guardado às ruas de São Paulo nesta quarta. Ai minha rinite!!!

Com a cassação de Dilma Rousseff, investir seu dinheiro ficou muito mais fácil! Os títulos atrelados ao IPCA serão uma excelente pedida com grandes chances de valorização à longo prazo. Para os mais corajosos, o mercado de ações terá alta - ganho alto e rápido. Poupança continua sendo um dos piores investimentos. 

24ª Bienal do Livro de SP termina neste fim de semana (04), a expectativa é que o número de visitantes seja igual ou superior ao último fim de semana. Com diversas atrações, a Bienal este ano trouxe muitos escritores estrangeiros que levou muita gente a loucura! 

Falta 7 dias para o Inicio das Paraolimpíadas do Rio 2016! Com mais de 100 mil ingressos vendidos, tanto os atletas, quanto os espectadores estão ansiosos com o inicio dos jogos! E todos nós esperamos que todos os participantes saiam vitoriosos com ou sem medalhas (mas que nosso quadro de medalhas supere Londres 2012!).

Hoje, 31 de agosto e eu aqui, escutando a chuva cair lá fora, inconformada com a separação do Bonner e da Fátima depois de 26 anos juntos, vendo os jovens ficando loucos porque não sabem se o impeachment vai ou não cair no vestibular, sem dinheiro para ir na Bienal e investir sei lá onde com a queda da Dilma, sem antena em casa para ver a paraolimpíadas que começará na próxima semana, sem inspiração para escrever um texto decente.



Fiquem agora com as noticias veiculadas nas redes sociais e sites de entretenimento, enquanto eu tento olhar para o casal abaixo e voltar a acreditar em contos de fadas e no felizes para sempre.


Boa noite.






sexta-feira, 26 de agosto de 2016

Ai, que preguiça!

" Querer, a gente quer muita coisa. Mas sempre é um querer preguiçoso."

Martha Medeiros - Montanha Russa



Ando numa preguiça absurda, ultimamente. Preguiça de ser simpática com gente falsa. Preguiça de sorrir pra gente folgada. Preguiça de escutar quem não tem nada de relevante a dizer. A preguiça se aloja no meu ser, me domina de tal forma, que o que me resta é a mais pura redenção. Me rendo numa indiferença quase mórbida, me transmuto para outra galáxia e meu corpo congela num sorriso e numa balançada de cabeça, e murmura automaticamente algumas palavras, como por exemplo, "legal". "uhum". "nossa" só pra demonstrar que presente de corpo estou, mas meu espirito está numa outra dimensão.

Morro de preguiça de escutar os problemas alheios, que sempre são os mesmos há mais de mil anos. Morro de preguiça com os discursos bem elaborados dos políticos que estão surgindo com milhões de propostas que nunca sairão do papel. Morro de preguiça de mim mesma, quando estou confusa, impaciente, sem direção e com vontade de comer algo que não tem na geladeira. 

Lógico que quero revolucionar o mundo, mas morro de preguiça de subir em um palanque e fazer o tal alvoroço necessário. Tenho preguiça de ir correr quando está frio - mas vou lá e corro. Tenho preguiça de correr quando está chovendo - mas vou lá e corro. Tenho preguiça de correr quando está um calor infernal - mas vou lá e corro. Mas o porquê de correr? É simples, eu ganho algo com isso. Puro interesse. Porque correr por correr, porque a corrida alimenta minha alma, satisfaz a minha necessidade de endorfina é a mais pura mentira. Corro porque ganho milhas e ponto. Se eu não ganhasse, não correria com tanto afinco assim não. 

Mas... o que é que tem isso ligação com a preguiça? Absolutamente tudo! Quando é algo para nosso próprio bem, para nossa própria satisfação, para nosso próprio interesse, a preguiça some. Quer ver? Você morre de preguiça de levantar cedo para trabalhar, mas vai. Por que? Porque você recebe sua remuneração, que, consequentemente proporciona a realização de vários desejos. Você morre de preguiça de ir pra casa da sogra no domingo, mas vai; Por que? Porque você quer manter seu relacionamento saudável na medida do possível, ou simplesmente porque, ela mora no caminho de uma excelente doceria. 

A mais pura verdade é que somos um bando de interesseiros à espera de ter uma boa moeda de troca para sacudirmos a preguiça para o lado e darmos um up nos acontecimentos. Enquanto isso não acontece, vamos empurrando tudo o que encontramos pela nossa frente com a barriga, a espera que a preguiça suma num piscar e transforme tudo na mais pura sintonia e disposição.

Ai, que pre-gui-ça! 



quarta-feira, 17 de agosto de 2016

Tudo muda

"Para chegar onde quer que seja, aprendi que não é preciso dominar a força, mas a razão. É preciso, antes de mais nada, querer." 

Amyr Klink - Cem dias entre o céu e o mar



Passei semanas encaixotando algumas coisas e jogando outras tantas fora. Isso fica, isso não. Isso vai pro lixo e isso pra doação. Fui me desapegando aos poucos de tanta coisa, pra não sofrer tudo de uma só vez. Meu coração não anda bom, palpitações me acordam as três da manhã, então é melhor conter as emoções. Ainda sou muito nova para morrer, embora uma pessoa de 45 anos tenha me chamado de tia - o que realmente me abalou psicologicamente. 

Desde pequena passei por várias mudanças de casas, de um aluguel ao outro até meus pais adquirirem a casa própria quando eu tinha sete anos. E eu lembro que foi uma felicidade imensa, porque logo eu (acreditem) sempre odiei mudanças. Eu sempre perdia algo nas mudanças. As casas sempre sequestravam uma parte de mim.

As prateleiras começaram a ficar vazias - os armários também. As paredes com tantas bolinhas pretas -  que foi um dos melhores passatempos na minha morada independente e irreverente, que eu queria que fosse aconchegante e cool - ficaram cruas; a bancada com porta retratos de cada momento vivido, estava vazia. Aos poucos fui desfazendo meu lar e o transformando em uma casa qualquer - do jeitinho que era quando cheguei.

Senti um vazio - e outro nó na garganta. Sim, eu estava sozinha fazendo tudo isso, mas dei um bocejo pra disfarçar a vontade de chorar pro Charlie não perceber. Ando extremamente emotiva, a TPM deve ter armado a barraca dentro de mim, só pode.

E cada quadro tirado, a  pilha de caixas aumentando, me libertava e aceitava que a mudança seria positiva. A mesa de piquenique tão sonhada já tinha um novo lar, que eu nem fiz questão de saber onde era esse tal novo lar, pra não correr o risco de ir lá, chorar as pitangas e pegá-la de volta. A piscina vazia fez uma saudadezinha boa de se ter, chegando devagarinho e lembrar que até o Charlie ali nadou. O balanço que o vento "balança", que hoje está solitário na varanda outrora cheia de coisas e cores mostra que por ali, passaram crianças e adultos que não resistiram numa balançadinha qualquer. 

Logo eu, que achei que ali criaria raízes e ficaria até o fim dos meus dias, já estava de malas prontas pra mais uma nova morada. Uma nova casa que logo menos virará um novo lar. 

A pior parte foi vê-la vazia. Parecendo uma casa qualquer, com o cheiro de tinta forte, graças as paredes recém pintadas. Paredes estas que tem muitas gargalhadas arquivadas. Quando fechei a porta e olhei para aquele gramado imenso que tantas vezes o Charlie sumia no meio dele, o coração apertou. 

Deste momento em diante, mais uma vez, minha vida muda completamente. Um novo livro, uma nova etapa. Novos objetivos, novos rumos. O tempo verbal focado apenas no presente, sem pretérito perfeito, imperfeito ou mais que perfeito, só a espera de um futuro tranquilo - que ocorra no tempo certo.