quarta-feira, 30 de outubro de 2013

Uma oração


Como a inspiração (tema de um futuro próximo aqui no blog) anda faltando no trabalho ultimamente, passei a bola para outra pessoa.

Pra quem curte e pra quem não curte, fica minha mensagem do dia, cantada pela irreverente Rita Lee!




Bjuca!

terça-feira, 29 de outubro de 2013

O consumidor


Esta é um carta verídica, de um consumidor que teve seu direito violado. 


Há 25 anos comprei uma lava louças BRASTEMP, que funcionou muito bem durante todos esses anos, até o mês de abril de 2013, quando essa heróica máquina não aguentou mais e partiu desse mundo.

Muito contente com esses 25 anos de serviço, sai com minha esposa a procurar uma nova lava-louças da BRASTEMP.

Entrei na Loja Fast Shop da Rua 23 de maio n.º 1947, no Shopping Paulista, no dia 24/05/2013. Durante a escolha da máquina, vimos outras marcas e outros modelos da BRASTEMP, mas queríamos a mais moderna - o lançamento - e, após analisar várias máquinas, adquirimos uma lava louças Ative 12 Serviços da BRASTEMP, por R$ 2.899,00. Na hora de preencher o pedido, uma das perguntas que a vendedora fez foi: VOCÊS QUEREM 110 W OU 220 W?”.

Como sou Engenheiro há 30 anos e sei que utensílios que esquentam água como chuveiros e outros, funcionam melhor e sem oscilação no 220 W. Não tive dúvidas, minha resposta foi: “ 220 W”.

Em seguida minha esposa foi até o caixa e deu seu cartão para o pagamento e saímos felizes para esperar a chegada da máquina. Após alguns dias, o motorista e o ajudante de caminhão da loja, pararam em minha casa e descarregaram a máquina BRASTEMP. A levaram até próximo à cozinha, abriram a caixa e perguntaram se era a máquina que tínhamos comprado.

E lá estava a “minha BRASTEMP”, pensei. Vai aliviar as lavagens de prato, que eu encaro, de vez em quando, nos fins de semana. Feliz, coloquei a máquina no mesmo local, embaixo da pia onde a outra BRASTEMP ficou e funcionou por 25 anos. Mãos à obra! Engatei a entrada e a saída de água, coloquei na tomada, enchi de louças e liguei. Que maravilha!! Lavou e secou tudo. “Passou no teste!”, pensei.

No próximo fim de semana, (uso somente nos fins de semanas, quando a louça dobra encima da pia) todo contente, coloquei os pratos e talheres na lava louças e liguei novamente. Não aconteceu nada, ela estava quieta, não funcionava. Ai peguei o manual e fui fazer as verificações. Tirei e recoloquei as mangueiras, e ai desta vez com os óculos (pois tenho 2,5 graus nas lentes) vi que tinha uma etiqueta que dizia: Voltagem 110.

Aí começou meu calvário!

Liguei na Loja e consegui falar com um gerente de nome Alexandro e expliquei que tinha comprado 220w, e entregaram 110w e como eu já tinha tudo pronto para a máquina ( local onde funcionou há outra tanto tempo) não coloquei os óculos para conferir, se era 220W e não 110W (Uma sugestão: a BRASTEMP deveria obrigar que técnicos instalem suas máquinas, assim como outras fazem, exemplo: LG, Electrolux e outras). O consumidor tem que estar atento se não, vai para o buraco.

Ai depois de diversas ligações o Sr. Alexandro me passou o número do SAC da Brastemp. E eu liguei para o SAC, e uma atendente me passou o número do protocolo, dizendo que eu deveria procurar a loja,  pois, a loja vendeu 220w e entregou 110 w.  Veja que, na nota que me entregaram no dia da chegada da máquina não dizia que voltagem era. Liguei diversas vezes no telefone que essa funcionária da BRASTEMP me deu, e só dava gravação. Nunca mais consegui falar com ela.

Aí fui para a assistência técnica e nos primeiros dias de junho retiraram a máquina para conserto.

A assistência técnica que me atendeu foi a Ati-Servi Eletro Domésticos Ltda. E ai, começa a segunda temporada do seriado. Primeiro: precisava de uma placa para ver o que tinha sido danificado, placa esta que, chegou às mãos da assistência em 08 de julho de 2013. Segundo: somente dia 27 de julho de 2013 recebi um orçamento, dizendo que tinha que ser trocado uma eletrobomba e uma válvula de entrada.

Como já não aguentava mais, autorizei imediatamente o conserto.  E depois de vários e vários dias de espera, mais precisamente no dia 03 de setembro de 2013 recebo um e-mail da assistência com os seguintes dizeres: O motor e as outras peças da lava louças já estão conosco. Está faltando apenas, um interruptor de porta. O prazo para entrega da sua lava louças ocorrerá, no mais tardar dia 20/09/2013. Atenciosamente, Ana”.

Esperei mais uma vez, mas a máquina não veio. Bastante pressionado pela minha esposa (com total razão, pois não aguentava mais tanto descaso), nos dirigimos novamente até a assistência técnica no dia 04 de outubro de 2013 e fomos informados pela Sra. Eva que ainda faltava mais uma placa que a BRASTEMP AINDA não tinha entregue.

Portanto, resolvi escrever e contar o absurdo pelo qual estou passando, por ser um consumidor de terceiro mundo. Pois em um país sério, essa loja e essa fábrica já teriam resolvido esse problema.

Comprei em 25/04/2013. Hoje é dia 08/10/2013. (Quase seis meses depois e ainda não usei a máquina)

Vejam: meus pagamentos estão em dia. O que não está em dia é o conserto da minha máquina. 


Depois que essa carta chegou na BRASTEMP, nas mãos certas, o caso foi solucionado. Uma nova máquina foi entregue ao consumidor.

Aqui não é o canal do Celso Russomano, mas a carta, repleta de indignação e ironia com os envolvidos, que não estavam nem ai para o consumidor, querendo que ele se cansasse e desistisse, teve um desfecho favorável. Milhares de pessoas no Brasil, deixam para lá, em casos como esse, por causa do descaso. Muitas vezes, nem PROCON e nem Celso Russomano conseguem resolver a situação, por causa do descaso absurdo por parte das empresas.

Mas sabe porque isso acontece? Porque tem muito funcionário insatisfeito com o emprego, que apenas cumpre metas, não quer saber dos danos que pode estar causando.

Essa história é real, o nome do consumidor foi preservado, mas o da loja e da assistência não. 

segunda-feira, 28 de outubro de 2013

Carta ao Prefeito


Senhor Prefeito, 

Seu primeiro ano, no cargo de prefeito deste município não passou despercebido. Algumas críticas, alguns elogios. Corpo mole e muitas missões cumpridas. Um prefeito jovem, em um município que durante muito tempo fora dirigido por pessoas mais velhas. O asfalto chegando, a educação infantil crescendo, o IPTU aumentando, e leis sendo vetadas e liberadas. Buracos sendo tapados, torneios de futebol beneficentes, e a primeira dama mergulhando no trabalho social. 

Lógico que tem gente, que mistura cidadania com politicagem, e irá vomitar um monte de reclamações sobre isso e sobre aquilo. Sobre as multas que se proliferam como gremlins graças aos radares móveis camuflados, sobre a lei de regularização que não deveria ter sido publicada, sobre os pontos turísticos que andam largados a própria sorte, sobre lixeiras que não são colocadas em cada poste no centro da cidade, e assim por diante. Sei que é apenas um prefeito, e não um gênio da lâmpada mágica pronto para atender o pedido de todos os cidadãos atibaienses. 

Gosto da ideia de investir nas crianças, faça isso sempre, não apenas no primeiro ano de sua gestão e no último, mas durante os 04 anos, de forma ininterrupta. Atente-se a saúde, ela também é importante - e nossa cidade tem uma carência grande. Multas servem para disciplinar, e não para arrecadar dinheiro. Mais propagandas turísticas, menos propagandas políticas. Ouça todas as opiniões, e depois passe uma régua e selecione as melhores. Ouvir é uma boa qualidade. Na operação tapa buraco, preze pela qualidade em vez da quantidade - tanto para o asfalto, quanto para o quadro de funcionários. 

Em 04 anos, não dá para fazer tudo, revolucionar a cidade, mas já dá pra fazer muita coisa bacana, que vai render por muitos anos. Reeleição é apenas consequência de um bom trabalho executado. Ser prefeito não é um privilegio, é um dever. 

Agradeço, em nome da grande maioria dos cidadãos, as benfeitorias que tem feito por nossa cidade, mas também, venho alertá-lo de que isso tudo é apenas o começo de uma grande jornada - e que estamos de olho.

quinta-feira, 24 de outubro de 2013

Jovem pra ser velha e velha pra ser jovem


Está aí um assunto que eu sempre saio pela tangente: Envelhecimento. Eu sei, é o processo natural da vida. Enquanto escrevo esse texto, envelheço aos poucos. Também sei que, adquirir idades ao meu currículo só agrega sabedoria - ou não. Sei de todo o roteiro, mas ainda não gosto do assunto, nem na teoria, nem na prática.

Não brigo com o espelho, nem fico caçando rugas e cabelos brancos, mas não gosto de pensar no assunto, como muitos pensam. A única coisa que penso é na aposentadoria antes dos 60. Aposentadoria? Pois é, antes eu pensava em entrar na faculdade e encontrar meu primeiro emprego. Hoje planejo a aposentadoria. Sintomas de que estou envelhecendo. Mais uma garantia, né? Pessoas em processo de "amadurecimento" gostam de garantias, zonas de conforto, continuidade da árvore genealógica. 

Vire e mexe jogo uma mochila nas costas para acordar a juventude que habita meu ser, mas logo aponta uma dor nas costas que mostra que já estou ficando velha para ser jovem, mas mesmo assim, lá estou eu, brigando com a tal rivalidade. Conserto: brigando não, tentando encontrar um meio termo.

Mas confesso, bate um desespero assim, miudinho, mas bate. Começo a cuidar da saúde, do corpo, a ler mais, para ser se cabe em minha cachola toda informação do mundo. Mas o que pega mesmo, bem lá no meu ego, é a vestimenta. (Se você pensou que era botox e cirurgias plástica, se enganou!)

Quando se passa dos 25 anos, a pressão da sociedade é que você use roupas adequadas para sua idade. No meu caso, camisas, saltos e saias. Ok, legal. Mas isso não é a minha cara. Não é que é roupa de velha, é roupa de gente grande, e eu ainda, mesmo que seja só no espírito, ainda não me engrado nessa categoria. Já me tiraram os tênis, e agora me vem que sapatilhas não pode? Ah, mas vá!

Dá pra ser fofa, após os 25 anos, sem parecer uma adolescente de 15. Dá pra ser despojada aos 35 anos, sem a rebeldia dos 18.  Você não precisa vestir a fantasia de gente grande, e assim ficar pro resto da vida. Assim como, de vez em nunca eu subo no salto, entro numa camisa e saia lápis e mergulho na maquiagem; e de vez em sempre, estou eu com uns jeans, uma blusinha, de cara lavada e rabo de cavalo, pé no chão ou de tênis, sendo feliz. 

A beleza não é estar de acordo como a sociedade exige. Acho lindo cabelos grisalhos, não penso na velhice, porque o hoje é o que me interessa. E se eu puder trapacear, usando havaianas e rabo de cabelo, em vez de saltos e botox, acredito que eu aceite melhor tal fase que chegará na minha vida. 

Isso pode parecer um monte de desculpas esfarrapadas, ou um desejo desesperado pela juventude. Mas no fundo, eu quero menos opinião sobre o que eu vou ser quando crescer, e o que eu vou vestir para passear no shopping. Não sou modelo, nem fashionista. Não sou encanada com rugas, nem com fios brancos. Não sou desleixada, nem desprovida. 

Hoje sou jovem pra ser velha, mas também, velha pra ser jovem. 


terça-feira, 22 de outubro de 2013

Xodó do xodó



Um xodó é assim, 
carinho daqui, beijinho de lá,
um agradinho aqui, um ciuminho de lá.


Ombro pra encostar,
um colo para deitar.
Uma forma de carinho, demostrar.


Um xodó é um cafuné,
um abraço,
um bem me quer.
Um pessoa,
um cabelo e até um pé.
Uma criança,
um homem ou uma mulher.


É um chamego,
ao mais querido.
Um apego,
ao preferido.


Xodó do xodó,
é um xodó ao quadrado.
Ela namora ele,
e ele, é seu namorado.



sexta-feira, 18 de outubro de 2013

Viajei


Chega de viajar em rimas (eu estava inspirada nesses últimos dias, confesso!) e bora conversar sobre outros tipos de viagem.

Já viajei algumas vezes na minha vida. Para cidades pertinhas, outras longinhas, com a força do pensamento e com a ajuda da maionese. Já atravessei fronteiras. Gosto de ser turista, assim como, gosto de ser viajante. Se você me perguntar qual foi o lugar que eu mais gostei, não vou saber te responder. Tanto lugar bacana, com uma história surpreendente que, se eu escolher uma só, estarei sendo injusta. Sempre fui para onde eu quis. Planejei, pesquisei, meti a cara e desvendei mistérios incríveis, que ninguém nunca ousou mexer.  

Mas a viagem não é só a ida. A volta também tem viagem, tem história, tem um ângulo que permite nos maravilharmos com coisas familiares. Nada como nosso lar. Nada como viajar, eu diria.

Não posso ver passagem aérea em promoção que entro em parafuso (tipo viciadas em sapato com um cartaz de "50% OFF"). Pezinho no aeroporto e a mente já no destino final: lá estou eu fazendo trilhas, comprando chaveiros, tirando fotos, olhando tudo para não me perder, esperando o ônibus, comendo sentada na calçada enquanto olho os carros passarem, dormindo em camas duras e fedidas, tomando banho de água gelada, maravilhada com tanta coisa diferente que, pouco me importo com as adversidades à frente. 

Não posso ver um solzinho lindo no céu que já me imagino numa praia, observando o vai e vem das ondas, pensando em nada, tramando tudo. Querendo viver ali, daquele jeito, para todo o sempre, debaixo de um coqueiro, tomando uma água de coco, só observando. 

Quando vejo um carro na minha cidade, cuja placa é de outro cidade que não conheço, automaticamente viajo para esta cidade, imaginando como ela é, quando a primeira igreja foi construída, a comida tradicional, o tipo de ar, o tipo de cidadãos, e por ai vai. 

Viajo diariamente, cada minuto para um lugar diferente. Viajo lendo um livro, uma revista, vendo uma foto, placa de carro, uma música. Viajo numa conversa, dirigindo e sonhando. Viajo nas palavras.

Viajei escrevendo esse texto, você provavelmente viajou lendo-o, assim como, deve ter viajado em tantos outros textos espalhados por aqui. Viajar é preciso, vivo repetindo isso que nem um papagaio elétrico. Então... viaje! Da forma que conseguir, mas viaje!

Bom, viajei.

Dia

Nem todo dia é um bom dia. O tempo amanhece nublado, o patrão acorda zangado, o trânsito emperra, o computador trava, há mais choro do que riso, mais problema que solução, mais tédio do que remédio, mais mala do que amigo. Dia que dá vontade de dormir o dia inteiro, não sair da cama nem que o papa toque a campainha ou um tsunami suba a serra. Dá aquela vontade de não fazer nada, não pensar em nada, jogar tudo pro alto e virar cigano de uma vez (Aff, mas até nisso falta coragem). 

Dia que não se acerta nem na discagem do número da própria casa, que a fila do banco é maior que a rodovia mais extensa do mundo, que a bateria do celular acaba na mesma hora que o carro quebra na rodovia, o chuveiro queima bem na hora de enxaguar o xampu, a chave cai no bueiro e uma pomba batiza sua cabeleira. Dia que a mãe implica por tudo e o chocolate não resolve absolutamente nada. 

Tem dias que, o melhor é nem por o nariz fora de casa.

Nem todo dia é um mau dia. É um buquê de flores do nada, um chocolate por uma gentileza, um obrigado de bom grado, um com licença com delicadeza, um abraço que conforta, um sorriso que motiva, um motivo que não se faz necessário.

O trânsito flui, há solução para cada problema, o céu tá aberto, bonito e saudoso, não há pombas com dor de barriga, a fila do banco anda, o chuveiro não queima, o carro não quebra, a bateria não acaba.

Dia que começa mal e termina bem. Que começa bem e termina mal. Começa bem e assim termina. E começa mal e vai até o fim.

O bem e o mal, um complementa o outro, tipo arroz com feijão, café com leite, goiabada com queijo. 

quinta-feira, 17 de outubro de 2013

Garimpando


A gente sonha com um canto bacana para morar. Pode ser perto da praia ou da montanha, próximo ao centro da cidade ou não, uma casa com escadas ou toda plana. Piscina e jardim? Pode optar também. Um apartamento ultra moderno, uma casa toda histórica. Nosso sonho pode se torna realidade, podemos construir ou não a casa de nossos sonhos, e decorá-la ao nosso bom ou mau gosto.

Garimpando daqui, garimpando de lá, com as novas tendências, de arquitetura moderna, decoração retrô, clima ameno, trânsito local, tudo isso vai entrando na lista de requisitos. Pode ter um pouco do calor do nordeste, e da neve que cai no sul. Nada dos chuviscos paulistas, e dos 40 graus carioca. Tem que ser o lugar perfeito pra se viver.

Mas mudando de pato pra ganso, em determinado momento da vida, corrigindo, da morte, não poderemos escolher nossa nova morada, pois, nossas atitudes já terão escolhido. Pra quem acredita em céu e inferno, o calvário começa. Todo mundo almeja ir para o céu, e todos temem as chamas do inferno.

Garimpando daqui, garimpando de lá, eu não quero ir para o inferno. E não porque lá seja quente demais, maldoso demais - o mundo o qual vivo já é assim -, não quero ir por um motivo simples: vou encontrar muita gente conhecida por lá. E quando viajo, a última coisa que quero é encontrar alguém conhecido.

Mas eu sei que, quando eu tiver que trocar de casa, não irei nem para o céu, e muito menos para o inferno. Purgatório? Já estou nele. O céu ou inferno será a última morada. Talvez eu vá pra China ou pra Africa, continue aqui no Brasil, só que em um estado diferente. Tudo dependerá do que eu darei ao mundo, se será mais positividade ou negatividade. Tudo depende só de mim.

Garimpando daqui, garimpando de lá. Pegando o que é útil e agrega, dispensando o que não vale a pena. Certo e errado, depende do ângulo. Não tema o céu e nem o inferno, tema apenas nunca encontrar seu próprio caminho, a morada dentro de você.


terça-feira, 15 de outubro de 2013

Trânsito à vista!


Segundona, logo cedo quando me levanto, sinto um vento quente no ar. Olho pro céu, e quem está todo sorridente? O sol! Deixo o receio de lado, pego o capacete e vou de moto trabalhar. Não vai chover, não vou me molhar. A meta é chegar em ponto, mal pegar o trânsito, sentir o vento na cara. E lá vou eu.

A tarde o tempo mudou. Telefonei para São Pedro e perguntei: "Tá de brincadeira? Fecha a torneira!". Logo escutei ele resmungar, um trovão ecoou pelo céu. A chuva? Nem apareceu. O mormaço ficou, o tempo fechou, e nenhuma gota caiu. Ufa...Tomar banho de chuva é bom, quando não estou encima duma moto, andando em ruas revestidas de paralelepípedos que com água ficam escorregadios  como sabão. 

Rumo pra casa, me deparo com um trânsito quilométrico. Corto ou não corto? Costuro ou não costuro? Que papo é esse de corte e costura? Gíria de motociclista, aprendi na Mix. Cortei, logo costurei. Buzinei, me sentindo uma moto girl do mal. Freei com tudo, pensando o pior: "Lá estou eu, pela terceira vez, testando o asfalto!". Foi de raspão. O trânsito não fluía. Aquelas buzinas cantando todas juntas estava me deixando louca, até parei de usar a minha. Caminho alternativo, corredores livres, e lá estou eu, economizando milhares de minutos do meu tempo. 

O porque do trânsito? Um caminhão quebrou bem na rotatória. E dizem que em cidade pequena não tem dessas coisas de tráfego intenso, poluição sonora, quilômetros de trânsito parado. Atibaia não é uma cidade pequena, embora tenha, de fato, muita gente miudinha de caráter, mas não estamos falando disso, né?

E lá estava eu, feliz da vida, sentindo o vento no rosto, ultrapassando todos os carros que estavam ali, sem ar condicionado, inspirando poluição, expirando indignação por perder o inicio da novela das seis. Enquanto eu, economizando tempo, gasolina, ajudando a não destruir a atmosfera, chegando no horário de sempre, e nem sentindo os efeitos colaterais do trânsito em minha vida. 

E a tendência é piorar. Não pelos caminhões que vão quebrar em esquinas e rotatórias, minando o trânsito local, mas pelo excesso de carros que saem, diariamente de concessionárias, e fecham o trânsito. Carro é uma maravilha, mas vem se tornando um grande problema. Lógico que, se o transporte público fosse bom, todo mundo iria trabalhar de ônibus. Mas isso é mentira. Nem todo mundo iria, nem todo deixaria o conforto do carro, com um som só seu, um espaço cheirosinho, para pegar um ônibus lotado, de gente cheirosa e fedida, para ir trabalhar. Lógico que você não fará o esquema carona coletiva, para não se sentir na obrigação de sempre estar amarrado ao favorzinho. 

Eu tenho pensado seriamente em comprar uma bicicleta. Me falta fôlego para investir em tal transporte alternativo, já que será um tremendo rally de tantos sobes e desces de casa para o trabalho, e do trabalho pra casa. Mas estou pensando, trabalhando nessa mudança positiva, pois será menos um carro travando o trânsito, menos um carro poluindo o ar e mais dinheiro útil no meu bolsinho.

Preparem-se: Trânsito à vista a cada baixa do IPI. E logo menos, uma nova ponte aérea: Guarulhos-São Sebastião. Porque descer a serra, é luxo ultimamente. Assim como, almoçar em casa, quando se mora à apenas 5 km do trabalho, a demora é de 25 minutos para concluir o trajeto. 

Mas enfim, um beijo pra São Pedro que não mandou água, e ao meu bom senso que usou a moto como meio de transporte rápido numa segunda que tinha tudo pra ser a treva. 

O universo conspirando ao meu favor, porque eu estou conspirando a favor dele. Troca mútua, uma via de mão dupla. Trânsito à vista, é apenas uma pista, de como você pode mudar... sua vida.

quinta-feira, 10 de outubro de 2013

Corujinhas


A primeira coruja,
nasceu no fim da tarde.
Toda meia suja,
mas sem muito alarde.

Logo em seguida,
uma, duas e três.
Parecia uma corrida,
quatro, cinco, seis.

A fileira foi crescendo,
as corujas aparecendo.
Os docinhos surgindo,
Juro, as escutei rindo!

Olhos arregalados,
barriga arrendondada.
Pode vir tudo,
chocolate, pirulito, bala.

A primeira puxou a fila,
chocolate, bexiga, amendoim.
A briga começou entre elas,
era uma piada sem fim.

Aos poucos foram sossegando,
cada uma ao seu posto.
Também, com tanto doce,
enjoaram do gosto.

Quando a última nasceu.
As 199 pularam.
Piraram? Indago eu.
Os gritos continuaram.

Pro espaço elas foram,
para as crianças alegrar.
Uma pra cada lado,
para seu novo lar.

Dia de terapia


O dia começa tenso,
"É hoje!", eu penso.
Liga daqui, reclama de lá,
Primeiro tempo, não vou aguentar.

Foco na tabela.
Problema um e dois?
Já era!
O telefone toca.
Quem era?
Gente chata, me erra!

Segundo tempo não é diferente,
esse lugar lota de gente.
Nem adianta usar repelente.
É tanta gente, que nem se sente.

Dia de terapia,
nem sempre é de alegria.
Um pouco de irritação,
um pouco de agonia
E bora reclamar,
pra ver se alivia.

quarta-feira, 9 de outubro de 2013

Pode ser amanhã?


Tem gente que só começa as coisas em segunda-feira. Tem gente quando dá na telha. Eu - quase sempre - me encaixo no segundo grupo. Porque começar uma dieta numa segunda, se eu posso começar qualquer dia? Pra que começar ser uma pessoa boa na segunda-feira, se posso ser em qualquer dia? Segunda-feira virou desculpa. Já usei essa desculpa várias vezes, que até perdi a conta. Comecei minha dieta do segredo numa quarta. Dieta do segredo? Como assim? A dieta do segredo é você comer absolutamente tudo em segredo, enquanto você finge fazer a dieta. Brincadeiras, a parte, eu não estou nesse tipo de dieta. mas a questão em pauta hoje é: O que você anda adiando?

Mas aqui não vai entrar em quesito inicio de dieta. O adiamento que falo é: relacionamentos mal resolvidos, conflitos familiares e internos, faxina para renovar o ambiente. Sim, até uma faxina geral interfere no andamento da nossa vida. Geralmente quando nossa casa começa a fica empanturrada de coisas que não servem pra exatamente nada, roupas que não são usadas há anos, tapetes e brinquedos jogados no depósito, louças que por estarem lascadas fiam no escanteio. Pare de adiar a faxina! Lenço na cabeça, vassoura numa mão, saco de lixo em outra e bora colocar ordem na casa!

Se seu relacionamento anda mal resolvido, naquele chove e não molha, faz sol mas não seca. Senta e conversa. Pingos nos "i". Lavar a louça suja. Pratos limpos e sentimentos expostos. Pare de adiar, esperando um momento oportuno para conversar. Você cria as oportunidades, as cartas é você quem põe na mesa.

Xiiii... conflitos familiares? Como assim? Deixar quieto? Que história é essa de quanto mais mexe na merda, mais fede? Sim, eu sei. Na minha família também tem ovelhas negras, não tem como usar a diplomacia sempre, quando aquele primo chato aparece numa hora super inconveniente, aquela tia fresca reclama que as toalhas da sua casa não são importadas, e a sua sogra bota defeito até na intensidade da luz que irradia da lâmpada. Conflitos familiares existem e sempre existirão. O que não vale é querer metralhar a família inteira, para se livrar de todos os inconvenientes. isso também é adiar soluções viáveis.

Os conflitos internos, esses são complexos. O que ser? O que querer? O que buscar? São inúmeras dúvidas, inúmeros pitacos alheios que não servem pra nada. Terapia? Ajuda muito. Mas só sentar no divã não resolve os problemas. Tem que abrir a mente e realmente querer mudar. Tirar da frente todos os empecilhos que andam rondando o seu progresso. É difícil? É. É impossível? Não, não é. Basta um pouco de jogo de cintura e pulso firme. Um passo de cada vez e se vai mais longe do que se imagina. 

Não adie nada na sua vida. Porque a morte, não adia a visita. Bate na porta e te intima: "Bora rapaz, não adie, não enrole. Tenho metas a cumprir!". Resolva o que tiver que ser resolvido, e comece pelas coisas mais chatas, pois assim, a motivação vai surgindo para que tudo seja resolvido e o bem-estar volte a reinar em sua província.

Pode ser amanhã? Não, não pode. E depois de amanhã? Muito menos! A vida não tem muito tempo disponível para adiar as coisas. Não adie conversas, não adie soluções. Tire tudo da frente - com soluções, é claro! Se não conseguir sozinho, peça ajuda, não é vergonha alguma. 

terça-feira, 8 de outubro de 2013

Bons ventos!


Admiro muito Amir Klink, sua história, seu modo de velejar, seu respeito pela natureza. Um olhar atento ao fluxo das águas e dos ventos. Mexer-se sem pressa, esperando sempre uma maré favorável e não lutando contra a correnteza. Nunca encalhando, apenas esperando o momento oportuno.

Tomamos decisões por impulso, no calor de uma discussão. Não respeitamos o semelhante, a natureza, a si mesmo. Perdemos o foco, o fluxo de nossas atitudes e pensamentos, nos jogando contra a maré, brigando com o que não conseguimos vencer, baseados apenas no orgulho ferido, pisoteando a poeira que já está levantada, querendo resolver tudo em apenas um piscar de olhos, não tomando o fôlego entre uma maratona de palavras e outra.

Falta aprender com os próprios erros e com os erros alheios. Falta percepção e avaliar o terreno. A questão nem é levar desaforo pra casa, e sim resolver o problema com os ânimos sob controle e a cabeça fresca. No calor da situação as palavras são mais pontiagudas – e ferem com maior profundidade.

Amyr aprendeu na marra a se mexer sem pressa, a respeitar a vontade dos ventos e das águas. Assim como, eu, você e toda torcida mundial também aprenderemos na marra a dominar os sentimentos e saber respeitá-los.

A vida é uma grande professora, que ensina exatamente o que o aluno precisa aprender. São defeitos que deverão ser transformados em virtudes. As virtudes que deverão ser realçadas ou diminuídas.

Desacelere mas não encalhe. Siga em frente, mas sempre olhando ao redor, pois oportunidades se escondem entre árvores, nuvens, ondas. Não tenha medo do imprevisto, mas também não queira dominar aquilo que é mais forte que você. Sabedoria supera a força.

Você irá se deparar, em toda a sua jornada, com um mundo que nunca imaginou, tanto fora, quanto dentro de você. Seja resiliente, a maré estará ao seu favor, se souber lidar com as adversidades e sair da zona de conforto.

Bons ventos!

quarta-feira, 2 de outubro de 2013

Bruxa do chocolate


Uma a chama de fada do chocolate,
a outra de bruxa.
Só porque traz um brigadeiro,
uma trufa. 

Oferece pra todo mundo,
compartilhar é o canal.
Mas as meninas não podem comer,
é quebrar a dieta radical.

Mas tem dias que a pergunta
"tem um docinho ai?"
ecoa o dia inteiro.
A fada entra em cena,
traz o chocolatinho, 
e as meninas o comem inteiro.

Dieta do brigadeiro,
é melhor que a de proteína.
Por que traz felicidade,
e a energia que anima.

A trufa recheada,
alegra a garotada.
O brigadeiro feito no dia,
declara a alegria.

Quando a TPM ataca,
uma barra é quase nada.
Pra funcionar é só no tranco,
pode ser amargo, ao leite ou branco.

Quando o estresse predomina,
a galera desanima.
A bruxa entra em cena,
e a fada sai na surdina.