segunda-feira, 28 de dezembro de 2015

Ataque de Sinceridade


Sim, eu sei, 2015 foi um divisor de águas. Tive uns ataques de sinceridade que arrepiou a nuca de muitos puritanos hipócritas. Um ano altamente escandaloso, com mascaras caindo, a inflação subindo, gente manifestando sem saber o motivo, gente sendo passivo perante toda a corrupção ativa e gente fingindo não saber o que está fazendo e o porquê de estar. Em meio a tantas crises de identidade, de moral, financeira, o ano acaba com aquele sentimento de esperança que o próximo ano que entrará será melhor.

O que eu desejo para 2016?

Eu desejo que as pessoas sejam mais sinceras consigo e com os outros, assumam as consequências de seus atos. Que a justiça seja feita de forma integra. Que a saúde pública e privada não nos trate com descaso. Que passagens aéreas em promoção sejam constantes. Que as pessoas se apaixonem pelo hábito da leitura. Que as pessoas encontrem seu valor e não seu preço. Que a política saia da crise, e a economia também. Que o custo de vida diminua e a qualidade aumente. Cada um cuidado de si e do próximo sem inveja enrustida e sorrisos vazios. Mais conteúdo! Educação de qualidade para todos, de todas as idades. Oportunidades. Recomeços.

Menos violência, intolerância, cobrança. Menos animais abandonados e maltratados. Menos trânsito. Mais solidariedade, respeito, exemplos e represas cheias. Menos especulações. Mais sintonia familiar (e não obrigação). Menos transferência de responsabilidades. Mais mudança para gerar mudança.

Desejo que a Martha Medeiros lance pelo menos uns 03 livros. Que eu tenha mais inspiração. Que minha paciência sempre seja maior que minha vontade de mandar a pessoa se lascar. Que eu corra mais. Que eu seja grata por tudo que acontecer de bom e de ruim.

A vida só toma um rumo diferente se nós, protagonistas de nossas próprias vidas seguirmos em busca de sermos a mudança que queremos. Desejo que você acredite que o impossível é uma questão de perspectiva de cada pessoa. Desejo que você tenha fibra moral. Desejo que você não se acomode na vida. Desejo que você não inveje a vitória alheia, cada um sabe como é árduo vencer uma batalha limpa. Desejo que você se encante com a beleza do pôr-do-sol, da borboleta voando, do avião decolando, de uma criança gargalhando ou do silêncio predominando.


Que 2016 corresponda à suas expectativas e ao seu planejamento. Eu tenho a mais absoluta certeza que ele será fantástico – para todos nós. 

quinta-feira, 3 de dezembro de 2015

Reeeeeta Final

E foi dada a largada! Dezembro, que é sinônimo de sexta-feira, feriado prolongado, meter o pé na jaca e fazer dela a sua pantufa predileta. E o ano está acabando meu povo! 2015 que entrou pra história, com a economia estagnada, a politica em crise, alguns planos que não saíram do papel e tanta coisa que se esvaiu pelos dedos que perdemos de vista!

E você, já começou a fazer o balanço do que foi sua vida em 2015? Foi um bom amigo? Foi honesto com você mesmo? Cumpriu as metas? Está satisfeito ou mais um ano frustrado com o que poderia ter feito e não fez?

Para muitos, esse ano foi altamente conturbado. Para poucos, foi apenas mais um ano. A questão aqui abordada nem é politica, porque não devemos arranjar culpados para nossas desventuras, por mais que, façamos parte do tal efeito dominó. (Sim, uma parte voto no PT, outra parte no PSDB e outra parte ficou tomando cerveja e foi justificar sua ausência meses depois).

Agora é hora de reavaliar todos os tipos de relacionamentos que você tem. Todos que acrescentam algo e todos que não acrescentam nada. Tem que ficar o que e quem realmente vale a pena. E isso engloba todo mundo: conhecido, colega, amigo, parente próximo e parente distante.

FAMÍLIA = Grupo de pessoas com a ancestralidade em comum. Mas família é muito mais que cota sanguínea. Família de verdade engloba respeito e não maledicência; afeto e não obrigações. SINTONIA define família mais do que frases bem elaboradas.

AMIGO = Individuo que mantém um relacionamento de afeto, consideração, lealdade e respeito por outra pessoa. Ou seja, é aquela pessoa que está ao seu lado tanto nos momentos bons, quanto ruins, descobre o seu melhor, quando você mesmo não sabe que há algo bom. SINTONIA define amigo mais do que qualquer texto de Drummond ou musica do Roberto Carlos. 

TRABALHO = Atividade profissional regular, remunerada ou assalariada. É o local onde você passa grande parte do seu tempo com o objetivo (pelo menos é o que deveria ser) de crescer como profissional qualificado para proporcionar uma melhor qualidade de vida. 

Um conselho? Não deixe que sua FAMÍLIA ou seus AMIGOS ou o seu TRABALHO mine seus sonhos, eles tem que em conjunto auxiliar na realização deles. Não alimente laços afetivos com pessoas as quais você não tem nenhuma SINTONIA ou que não tem nenhum consideração pela sua pessoa. Aquela velha história de que só quem é do bem tem que estar por perto. Felicidade a gente compartilha com quem torce de verdade pela nossa felicidade, e não por quem finge que está feliz quando na verdade está ali, morrendo de tédio, ódio, desespero de ver sua vida seguindo em frente e a dele enguiçando a cada esquina. 

Reveja seus planos, sonhos e relacionamentos. Reveja seus sentimentos e atitudes. Muitas vezes nada dá certo na sua vida, porque você passa muito tempo do seu dia alimentando sentimentos destrutivos em relação à outras pessoas, seja porque elas ocupam um cargo hierárquico, ou porque fizeram aquela viagem que você tem vontade de fazer e nunca juntou dinheiro para de fato ir, ou porque simplesmente elas transmitem uma felicidade que você nunca chegou a sentir. 

Uma frase que fez toda sentido esse ano pra mim: "Quanto mais eu trabalho (tanto meu lado pessoal, quanto o lado profissional) mais eu tenho sorte!". E é sério, sorte é algo muito relativo, depende muito mais das atitudes que você toma do que da intervenção divina que você acredita que seja a solução para todos os seus problemas. 

Quer ter sorte? Faça por merecer. As oportunidades de sucesso limpo e duradouro jamais chegam às pessoas que, não querem "meter a mão na massa" para transformar os objetivos em realidade. Ser feliz não é mérito, é um trabalho diário. Não somos felizes porque merecemos, somos felizes porque fazemos jus ao beneficio de felicidade que nos é dado cru e lapidamos de acordo com as nossas necessidades. Felicidade é algo genuíno e imaterial, sentido verdadeiramente quando a satisfação pessoal supera a satisfação de satisfazer outrem. 

Planeje e aplique seus objetivos no próximo ano, veja o que vale investir de 2015. Filtre seus sonhos. Filtre seus relacionamentos. Filtre sua percepção. Tudo isso tudo precisa ser saudável para dar flores, vida e continuidade. Limpe seu interior de toda negatividade que alimenta. Perdoe a si mesmo por não perdoar de imediato os contratempos. Alias, agradeça os contratempos, eles são fortalecedores de caráter e necessários para nosso amadurecimento. 



quarta-feira, 4 de novembro de 2015

Minha primeira corrida

Em agosto entrei em um grupo de corrida para aprender a correr corretamente. Um projeto muito bacana do Balance Studio. 45 dias numa rotina diferente, correndo. Eu que era do pilates pro ioga, do ioga pro pilates, entrei nessa, com a intenção da corrida se tornar meu remédio tarja branca (Mais um, já que as palavras são, oficialmente o meu tarja branca predileto). 

No primeiro dia, eu me perguntei o que eu estava fazendo ali, correndo como uma pata e sentindo que todo o ar do mundo estava sendo roubado dos meus pulmões. Muita gente daquele grupo pensava exatamente a mesma coisa, tenho certeza. No segundo dia, a coisa tinha melhorado um pouco. Eu já conseguia correr um minuto sem achar que aquilo era o fim do mundo, mas meu coração estava na boca, e queria me abandonar na primeira oportunidade. A partir do terceiro dia as coisas começaram a melhorar. Conseguia correr 400 metros, depois 700 metros, 1.000 metros respirando. Pois é, no inicio eu achava completamente anormal correr e ainda exigir que eu respirasse ao mesmo tempo. Mas uma hora a gente aprende.

O projeto acabou, continuei correndo esporadicamente e tive a audácia de me inscrever numa corrida. A Flávia, grande amiga topou correr comigo (Mas ela corre muito, há muito tempo). 

A corrida aconteceu na noite de halloween. Toda temática. Noturna (já que é quase impossível eu correr de manhã). E eu fiquei apavorada na última hora. Morri de medo de ser pisoteada, sonhei que era a última a chegar e não tinha mais ninguém lá, e o calor que estava fazendo em Atibaia, era capaz de atrair todas as baratas do estado para a tal corrida. A Flávia falou que eu tinha que ficar tranquila, que tudo daria certo e eu terminaria a corrida sã e salva. Lá fomos nós. 

O primeiro 1,5 km foi razoavelmente tranquilo. Tinha um guri, de uns 6 anos correndo com a mãe no maior pique do mundo. Ai se tornou uma obrigação continuar correndo, respirando, olhando pro chão pra ver se tinha alguma barata me seguindo, olhando pro lado pra ver se a Flávia não tinha sumido. Eu tinha rezado o dia inteiro pra chover, pro clima ficar mais fresco, mas a noite estava abafada. Em determinado momento, meu sangue começou a ferver, eu sentia meu rosto queimar, eu precisava de água e eu nem tinha corrido 2 km. Mas eu tinha que seguir em frente, o gurizinho mini-atleta já estava lá na frente e eu tinha que alcançá-lo. 

Veio a ladeira, veio a descida, veio a estrada de terra, veio um sapo do meio da rua. De repente, muitos sapos cantarolando. Deu 3 km. Nesse exato momento eu comecei a perguntar que diabos eu estava fazendo ali, que raio de insanidade tinha me atingido e o que eu estava fazendo em pleno sábado a noite correndo, encontrando sapos e correndo o risco de encontrar baratas voadoras. Deu 4 m. A Flávia não queria que eu parasse, ela ficava: Vamos Bru, só falta mais 2 km, respira pelo nariz, solta pela boca. Nessa hora, comecei a sentir que pisava nos meus próprios dedos, e isso doeu muito. Eu queria correr, mas ao mesmo tempo queria respirar. Eu só queria que aquele sofrimento gratuito terminasse logo.

Quando a Flávia me disse: Vamos Bru, agora falta 1 km! Quis chorar. Sentar literalmente no meio da rua e chorar e espernear. Eu não aguentava mais. Era calor, era cansaço, era dor, era todo aquele povo desanimando. Eu queria andar, mas eu queria acabar com tudo aquilo rápido. A Flávia: Bru, só mais 200 metros. Se quiser me manda a merda. Eu nem tinha forças pra responder, se eu mandasse ela a merda, eu não teria mais ninguém me incentivando a continuar. A minha vontade de terminar aquela corrida era maior que tudo. Daí a Flávia: Bru, falta 100 metros, olha a chegada ali. Pára tudo. Naquele exato momento começou a câmera lenta. Juro por todas as trakinas de morango do mundo. Aquela chegada não chegava nunca, foram os segundos mais longos da minha vida, sem exagero nenhum. A corrida terminou. A Flávia me parabenizou. Foram 44 minutos ao total. Uma eternidade. Eu sentia que tremia do dedão do pé pisoteado, ao fio de cabelo ensopado de suor. O guri mini-atleta fez o mesmo tempo que o meu (que fique claro que não fui eu quem fez o mesmo tempo dele). Peguei minha medalha. Peguei o picolé de chocolate que estava distribuindo. Fui embora. Queria minha casa, meu sofá, queimar o tênis.

Minha primeira corrida foi envolvida de muita ansiedade e medo. Eu não tinha noção alguma de como aquilo seria. Meu desempenho foi bom, o tempo foi a média que sempre fiz. A Flávia disse uma coisa antes da corrida começar que fez total sentido o percurso inteiro. A corrida é o esporte mais solidário de todos. Do inicio ao fim eu escutava pessoas incentivando as outras, pessoas como a Flávia que, já foi corredora profissional, correndo do mesmo ritmo de iniciantes e motivando, guardando água, perguntando se está tudo ok. Eu que sempre busquei esportes individualistas por achar que, eu era uma negação e prejudicaria o time com a minha falta de coordenação motora, percebi o quanto é importante ter alguém ao lado incentivando você a dar só mais um passo, acreditar que você pode concluir e que não é uma insanidade em pleno sábado a noite sair pra correr.

A corrida ainda não é meu remédio tarja branca, os textos sim. Hoje, três dias depois da corrida eu consigo achar graça de tudo. Até cogito participar de uma outra corrida, em um futuro bem próximo. As corridas cotidianas, continuarão, até porque, um treinamento para encarar uma outra corrida é necessária, já que fiquei com a depressão dos 3 km. Hoje eu sei o que esperar, sei como colocar o chip e a respeitar minha velocidade natural.

Ah! Não fui pisoteada, não cheguei em último lugar, ganhei uma medalha, não queimei meu tênis. Minhas canelas ainda doem, mas estou bem satisfeita com o resultado final. Daqui um ano posso estar capacitada para um possível pódio, mas isso nem de longe será uma prioridade, a próxima corrida eu quero aproveitar mais, e quem sabe, ajudar outras pessoas a não desistirem quando só faltar 100 metros (Né Flávia?). 




segunda-feira, 2 de novembro de 2015

O que te falta?

O que falta na sua vida? Aquela casa top na praia? Aquele carro do ano? Aquele marido compreensivo? Aquela esposa inteligente? Filhos bem educados? Dinheiro na poupança? Viagens 05 vezes ao ano? IO bolo de fubá da sua avó? 

Pra mim, falta paciência. Indiscutivelmente. Ontem, hoje e amanhã. Paciência para esperar, para aceitar os contratempos que dão um banho de água fria nos meus planos. Paciência pra não mandar certas pessoas pra onde Judas perdeu as botas, paciência para ler o livro com toda calma do mundo. Para os poetas, falta um pouco de sofrimento pra aflorar as palavras cantadas e rimadas. Para os jornalistas, deve faltar palavras para transformar frases em bons textos. Para os advogados, argumentos. Para os vendedores, clientes. Para os alunos, interesse. Para os educadores, motivação. Para os engenheiros, obras. Para os bancos, devedores. Para os corredores, um tênis perfeito. Pra gente sem vergonha, um belo tapa no pé da orelha. Para o governo, desculpas. 

As vezes, falta dinheiro no resto do mês. Falta um pouco de compaixão com o próximo. Falta coragem. Coragem pra quê? Pra reconhecer que errou, que pisou na bola, que fez meleca no meio de campo, ou simplesmente sair da zona de conforto e tentar ser feliz de outra maneira. Está faltando água, árvores, clareza nos sentimentos e nas intenções. Falta felicidade, e não a felicidade comprada, mas aquela que surge numa roda de amigos ou sozinha numa praça, e traz uma gratidão tão grande que você se pergunta: Se eu tenho isso, não preciso de mais nada, certo? Então o que é que eu realmente estou buscando? Eu sei, está faltando dinheiro no bolso de muita gente e sobrando na cueca de outras tantas. Precisamos nos alimentar, nos vestir e o dinheiro é nossa moeda de troca. Falta ética, dignidade e respeito. Por ora, falta a tal busca de tal coisa que nem sabemos, de tão perdido que estamos nessa falta de direção.

Falta viver sem padrões. Falta ser honesto consigo. Falta ser honesto com os outros. Falta ser feliz por nada, e por tudo também. O que falta para todos nós é consciência de que o que falta para alguns, sobra para outros. Um ciclo viciante? Sim. Acumulamos tanto que vivemos vazios, somos ocos em conceitos e considerações. Cegos para a verdade que está bem debaixo do nariz, falta separar a emoção da razão, o certo do errado. Falta cultura, paixão, meta, sonho, vontade, ambição. 

Falta maturidade para alguns; espirito esportivo para outros. Falta um empurrão para alguns; um chega pra lá para outros. Falta mais dias chuvosos com chocolate quente e pensamentos à solta para encontrar o equilíbrio de não ter absolutamente tudo sob controle. 

Falta gratidão pelos danos, erros, tombos. Pelas decepções, desencontros, sofrimentos. Gratidão por todas as desventuras que te trouxe até aqui, pela cicatriz que traz a tona aquele tombo espetacular de bicicleta, mas que te ensinou a pedalar com precisão. Falta um "beijo pra sarar" da mãe, quando a vida nos vira do avesso e nos obriga a tomar outra direção, sem ao menos nos dar um tempo para chorar. 

O que te falta pra ser feliz, seguir em frente e desatar todos os nós? 





quinta-feira, 22 de outubro de 2015

Professores

O dia dos professores já passou, mas falar deles nunca sai de pauta. Que não transpareça prepotência minha, mas eu sempre tive uma sorte absurda com os professores, eles sempre foram bons nas matérias que davam. Teve uns que sequer sabiam o que estavam fazendo ali, de tanta sabedoria que transbordavam e transmitiam. E eu sou muita grata a todos eles. 

Vamos aos agradecimentos?

Tia Tânia, minha primeira e única professora do ensino infantil. A que me ensinou que, quem tagarela na hora da refeição, fica de castigo metade do tempo na hora que a diversão no parquinho rola solta. Mas no fundo, no fundo, ela tinha orgulho de mim (preciso acreditar nisso!) eu era a única que aos 06 anos sabia ler e escrever e tagarelar em proporções assustadoras. Obrigada pela paciência!

Tia Cidinha, minha professora da primeira até a quarta série. Ela perpetuou em mim o hábito da leitura. Ela organizou as melhores excursões que eu pude participar. Me ensinou letra cursiva, somar, subtrair, multiplicar, dividir, principalmente meu lanche no recreio com as outras crianças. Ela dava asilo na biblioteca quando eu queria boicotar as aulas de educação física. Obrigada pelos livros!

Depois delas, tive inúmeros professores no ensino fundamental e médio, de inúmeras matérias. Mas as que mais marcaram foram as professoras de história, Vera, Thereza e Cecília. Elas abriram minha mente para desvendar o mundo, em torno das pirâmides do Egito, a grande muralha da China, o holocausto tenebroso e o golpe militar. Obrigada pelas histórias!

Na faculdade, entre juízes, promotores e advogados como professores, destacam-se o Dr. Cristiano e Dra. Renata com a destreza que ministravam suas aulas e na tática exemplar de ensino que, até hoje sei de cor Direito Civil. Obrigada pelas leis!

Já a querida Fátima, me mostrou todo o vasto vocabulário francês num curto espaço de tempo, para que eu não morresse de fome, nem de tédio, nem de nada na minha viagem desbravadora. Me sai razoavelmente bem, não passei fome, não passei tédio, só algumas vergonhas, mas tudo bem, faz parte do contexto. Merci pour tout!

A Gabi, grande amiga, é completamente apaixonada pela profissão. Ela ama as suas pequenas grandes crianças de uma forma incondicional. Ela fala o nome de cada um com uma ternura que só mãe coruja fala de seus filhos. E ela é boa no que faz, ela ensina de coração, o que torna isso tudo uma grande diferença entre ser professor e dar aula. E ela sabe bem, que ali na sala de aula é uma moeda de troca, enquanto ela ensina a garotada ela aprende muito coisa que só acrescenta sua bagagem. Obrigada pelos princípios! 

E a vida, vem me ensinando, diariamente, durante todos esses anos, que não existem meias verdades e nem meias mentiras, que o certo continua sendo o certo e o errado, errado; que eu devo ter paciência, estudar, exercitar, viajar e correr atrás dos meus sonhos. Que nada substitui deitar a cabeça no travesseiro em paz. Que eu tenho muita sorte, mesmo quando acho que o azar anda me perseguindo de forma mais que maníaca. Que eu posso errar, se esse erro me ajudar a evoluir. Que eu devo acertar, porque isso infla meu ego. E ela vem me ensinando tanta coisa boa, tanta coisa útil que eu me pergunto, vez e outra: O que eu estivesse fazendo esse tempo todo que ainda não aprendi a lição? Eu estava em algum lugar, questionando os porquês, os quandos, os quantos, os ondes, em busca de respostas que não tem perguntas. 

Quando não somos professores, somos alunos. E no fundo, eu não sei se estou preparada para deixar o banco escolar algum dia. Obrigada à todos os professores que fizeram parte da minha formação! 



quinta-feira, 15 de outubro de 2015

Barulho na madrugada


Acordo de madrugada com o barulho. Será que alguém pulou o muro e está tentando arrombar a porta da minha casa? Meu cachorro dispara a latir. O susto é enorme que, quando tento acender a luz do quarto, nada acende. Pronto: Os caras são tao espertos que cortaram a minha energia para o crime perfeito, logo penso. Cadê o celular? Acho esse, tateando no escuro e o derrubo. Acredito que ele se despedaçou em mil. E agora? O Charlie continua a fazer o maior escândalo. Nessa altura do campeonato, quem quer que fosse que, já desistiu de arrombar a porta e roubar o que quer que fosse e foi embora, era muito barulho e os vizinhos, possivelmente, já teriam acordado. Resolvi levantar no escuro mesmo assim. Eu estaria bem encrencada se encontrasse o meliante na sala, pois não daria tempo de chegar até a cozinha e pegar a frigideira para me defender adequadamente. Tentei a sorte. 


Cheguei na sala e vi que tudo estava quieto demais, o único som que vinha de fora era do sapo, que provavelmente estaria ali na minha área. Acendi a luz da sala, da cozinha, da varanda, da lavanderia. Peguei minha melhor frigideira e resolvi vasculhar lá fora. Sim, tinha um sapo perto da churrasqueira. Se alguém tentou entrar em casa, só pode ter sido ele. Além de feio e asqueroso, o dito cujo era muito gordo. Apaguei tudo e resolvi voltar a dormir. Sem antes, achar meu celular despedaçado e juntar cada pedacinho dele. Eu precisaria dele logo menos, para me acordar. Percebi que apertei o interruptor da velocidade do ventilador em vez da luz. Não faltou energia em momento algum, faltou foi discernimento em apertar o interruptor certo, isso sim. O meliante era o sapo gordo, que eu esperava que fugisse logo, para que eu não tivesse o desprazer de vê-lo pela manhã. Mas por precaução, a frigideira ficou ao lado da cama. 


Logo pela manhã, mal lembrando da muvuca que aconteceu na madrugada, tudo estava na mais perfeita ordem (E o sapo já tinha se retirado da cena do crime) até que.... Eu descobro o verdadeiro motivo do barulho horrível da madrugada: O suporte que sustenta os cabides despencou. Claro, que era por excesso de peso, mas como o guarda-roupas estava fechado e o som da queda foi abafado, dava a impressão que era na parte externa da casa. Na hora eu cai na risada, mas depois eu vi a confusão que eu tinha entrado: Teria que arrumar toda aquela bagunça na primeira oportunidade - e muita coisa tinha que ir embora.


A culpa não era do sapo, nem do suposto ladrão. A culpa pelo barulho era somente minha. Pelo meu "excesso" de roupas penduradas à espera de serem usadas (e quase nunca usadas). Era eu saindo da minha zona de conforto de forma forçada para reorganizar meu guarda-roupas e tirar o peso extra que havia ali. 


Metaforicamente falando, é um exemplo que devemos seguir. Tirar o excesso de nossas costas, antes que entremos em curto circuito. Dar atenção aos contratempos que a vida cria e nos envolve e resolvê-los e até mesmo eliminá-los o quanto antes, e não simplesmente quando a sirene toca e a tempestade já está caindo. 



quarta-feira, 30 de setembro de 2015

Já acabou?


Como assim hoje já é o último dia de setembro? Pois é, hoje é o último dia no nono mês no ano. Voou? Literalmente. Eu ainda não consegui identificar em qual dia do mês me perdi. Foram 04 livros lidos, 10 comprados, 7 filmes assistidos, 53 quilômetros corridos, 01 mergulho no mar, 01 temporada de uma determinada série assistida. O segundo C da minha vida no boletim escolar, depois de 20 anos. Mas que fique claro que eu só tirei C, porque sou mulher. Mas meu amigo disse que tirou C porque é homem. Rimos muito disso tudo. Mas um C a gente nunca esquece. Dois? Perpetua no ser da pessoa que tem complexo de Q.I baixo. Por mais que o bendito C aprove, ele tá lá, destoando com o boletim. Só duas pessoas tiraram A e B, e fiquei feliz por uma delas ser minha amiga. Pelo menos amiga inteligente eu tenho. E isso já aumenta a autoestima - amigos inteligentes nos torna inteligentes.

Mas não sei se me perdi no feriado raivoso que esfriou e boicotou minha ida à praia, ou nas cenas fortes interpretadas pelo Wagner Moura na série Narcos. Pode ter sido também, no meio de alguma crônica do livro Simples Assim da Martha Medeiros, ou nas promoções indecentes de livros que alguns sites lançaram. Pode ter sido na complexidade da situação criminal do último juri que participei, ou nas verdades afiadas que a terapeuta me falou. Há a hipótese de ter sido naquela viagem à Bertioga, naquele bate e volta pra poder descansar a mente e matar a saudades do mar. Ou no bendito C, que não sai da minha cabeça. Ou foi numa dessas corridas meio loucas pra diminuir a raiva que pesava nos ombros e me fizeram ir o mais longe possível e me dificultou a volta para casa, pisar nos próprios dedos é algo que, definitivamente, não recomendo para absolutamente ninguém.

Devo ter tagarelado na orelha de alguém sobre a minha necessidade de viajar e  que o dólar só sobe, dificultando assim meu planejamento. Devo ter reclamado da falta do tempo que eu tenho para dormir, pois 6 horas diárias não dão conta. Devo ter esquecido do aniversário de alguém. Conheci meus futuros-ex-vizinhos, e depois de conhecê-los, resolvi não me mudar mais, pois prefiro uma única vizinha chata do que 298 vizinhos insuportáveis. 

Analisando de outro ângulo, independente do dia que eu me perdi, me perdi bem em qualquer um desses dias agitados, culturais, sedentários, raivosos e reflexivos. Por mais que o tempo corra um pouco mais depressa quando passamos para o segundo semestre e o dia a dia exija um pouco mais de nós, é ótimo saber que fazemos nossa parte - tanto profissional quanto pessoal e investimos na gente, seja dormindo, estudando, assistindo, passeando ou seja lá o que for.

Pelo menos ganhei chocolate e flores. Conhecimento e risadas. Histórias e resistência. Porque ganhamos sempre, inclusive um C no histórico da pós graduação, e não no boletim escolar.





sábado, 19 de setembro de 2015

Não seria eu


Muita gente sabe que eu sou fã de carteirinha da escritora Martha Medeiros. O ultimo livro dela Simples Assim, trouxe alguns temas bem particulares e sensíveis, que se tornou tão esclarecedor que merece ter uma abertura aqui. Um dos temas que ela mais abordou foi de como mentimos para nós mesmos e como isso interfere diretamente em nossos relacionamentos interpessoais e pessoais.

Como assim, mentir? Mentimos para nós mesmos quando afirmamos hipocritamente que está tudo bem, quando na verdade não está. Quando engolimos sapos em reuniões familiares que não gostaríamos de estar. Quando dizemos que adoramos uma pessoa e a consideramos pra caramba e falamos mal dela pelas costas. Se queremos ser mentirosos com os outros, tudo bem! O duro é mentir diariamente para si mesmo, criar um mundo do qual não pertencemos.

Um exemplo? Meus pais se divorciaram quando eu tinha 11 anos. Eu morria de vergonha em ser filha de pais divorciados. Era algo que minhas amiguinhas na época nunca souberam. Hoje eu vejo que a melhor coisa que me aconteceu foi o fato deles terem se divorciado quando eu tinha 11 anos. Doeu? Muito! Demorei pra aceitar? Mais do que muitos imaginam. Mas minha revolta e minha mentira interna foram canalizadas para algo que me transformou no que sou hoje(e me orgulho muito disso), e se eles tivessem juntos até hoje eu não teria alcançado esse patamar. Uma amiga que, acompanhou o divórcio conturbado dos pais recentemente, me perguntou como eu aceitei e superei tudo isso. Eu dei risada, disse que não fazia a minima ideia de como tinha superado e se realmente superei.

Segundo as palavras da Marthinha, não dá para mudar o passado, o que é fato. A única coisa que dá para mudar é a forma que enxergamos tudo o que aconteceu e ver o que é possível perdoar, esquecer ou redimensionar. Você não deve perdoar as pessoas pelo o que fizeram ou deixaram de fazer, você tem que perdoar a si mesmo por ter criado expectativas e ter sofrido com a frustração de não ter as coisas sob o seu controle. Muita coisa não dá pra esquecer, fica enraizado ali, ouso até dizer que vira o alicerce, as estruturas que nos deixa seguir em frente.

Todos nós somos falhos e acreditamos que nossos critérios de julgamento sejam os melhores, os mais sensatos, os mais aplicáveis. Participei de um plenário de júri recente, e a promotora, muito sensata no meu ponto de vista, disse algo que me fez refletir. Estamos passando por um momento critico no mundo. Uma crise moral, ética e econômica que vem crescendo de forma veloz. As pessoas tem confundido o que é certo e errado de acordo com seus supostos valores, sem pensar nas consequências de suas atitudes. Perdemos aos poucos nosso senso de justiça e do certo, e o mundo está como está. 

Que a vida não é fácil, todos nós sabemos. Muitas vezes ela é bem sacana e nos vira do avesso, nos provoca a reagir e tomar posições, escolher de que lado queremos estar. Há coisas que nunca ficam esclarecidas, por mais que mergulhemos em nossas trevas internas e atravessemos à nado o oceano de nossas perguntas sem respostas. 

Tudo que dá errado, pode dar muito certo. E o que parece o fim do mundo, pode ser o inicio de um novo mundo. Tudo depende apenas de como encaramos as catástrofes familiares, profissionais e pessoais que nos atinge assim, de sopetão. Somos o resultado da criança que fomos: Criança sendo mimada pela tia, rejeitada pelo avó, empanturrada de bolos e outras guloseimas, criticada pelas notas baixas, sendo muito homem ou mulher antes da hora preestabelecida. 

Entre aproveitar a vida ou suportá-la, eu fico com a primeira opção. Se não fossem os danos, se não fossem as mentiras acreditadas, se não desse errado, não seria eu.



sábado, 5 de setembro de 2015

Loucura Sã


Se indignar é da nossa natureza. Mas me responde uma coisa: Como é que aguentamos tanto estresse? Porque eu, definitivamente, não sei. Tem dias que eu acordo com meus instintos primitivos a flor da pele. Tem dias que eu me adepto ao Deboísmo. Tem dias que eu aguento cada desaforo, que se eu estivesse num dia relativamente raivosa, não sobraria um sobrevivente para contar a história. Eu sei, nosso mundo é um verdadeiro hospício. Há dias que tudo está numa maré baixa, já outros, o tsunami já está nos sugando e nos fazendo lutar. Todos loucos, todos sãos, num equilíbrio quase imperceptível.

Somos loucos? Claro! De loucura todos temos um pouco. Somos sãos? Claro! A sanidade é que nos faz seguir sempre em frente. Mas tem gente que consegue. Consegue o quê? Consegue seguir até as ultimas consequências sem negociar com a moral e a ponderação, causando um efeito dominó de revolta que, só Deus na causa para segurar o furor humano que começar a crescer.

Se eu tiro o chapéu pra quem sempre fica sob controle? Nem aqui e muito menos na China. Precisamos, vez em outra soltar os cachorros e dizer: “Olha aqui sua cafumbira dos infernos, eu sei de tudo o que você está fazendo, ok? Ou você pára, ou você vai tomar uns tapas no pé da orelha!”. Perder o controle é feio? Não, é libertador. Vejo inúmeras pessoas engolindo sapos e vivendo uma diplomacia fajuta que entro em depressão imediata. Tem gente que se acha tão esperta que esquece de limpar os próprios rastros e mantém uma calma admirável diante tanta merda que eu desacredito.

Precisamos sim rasgar o verbo, soltar os cachorros, gritar até perder a voz. A insanidade, se usada vez em outra, proporciona um alivio mental indescritível. Que matemos, no nosso interior, tudo e todos que nos causam os sentimentos mais impuros e indesejados. Que cortemos o vínculo com tudo aquilo que nos induz a fazer o que dá na telha sem pensar nas consequências. Em contrapartida, ser civilizado demais tem seus malefícios e é um tédio sem fim.


Dedico este texto à todos que mantém a classe em meio a tantas rasteiras, que conseguem aguentar provocações baratas sem partir pra briga, é inteligente o suficiente para saber que a vingança é um prato que, definitivamente, não se come – nem frio e nem quente. E, dedico esse texto também, aos esquentadinhos que não deixam barato as ponderações esquecidas por uns e outros. 


sexta-feira, 4 de setembro de 2015

Qual seu sonho?


Ele: Qual o seu sonho?
Ela: Ganhar na Mega Sena e morar em Miami!
Ele: E o que você está fazendo para seu sonho realizar?
Ela: Esperando algum amigo ganhar e me dar uma parte da bolada.
Ele: Você não faz o jogo para ganhar?
Ela: Não, eu não acredito nisso.

O dialogo acima inventado, reflete muito bem como lidamos com nossos sonhos. Queremos mundos e fundos, mas sempre transferimos a responsabilidade da realização dos sonhos para terceiros. A guria quer ganhar na mega sena, mas não faz um misero jogo para tentar a sorte. E você? O que tem feito para realizar seus sonhos? Tem trabalhado neles ou está esperando por uma intervenção divina ou uma fada madrinha que realize todos eles?

Um carro novo? Uma casa? Aquela viagem ao mundo? Ter um negócio próprio? Fazer aquele mestrado no exterior? Uma aposentadoria confortável? E o que você tem feito pra isso acontecer?

Nós brasileiros somos as pessoas mais imediatistas do planeta. É sério. Queremos tudo pra ontem. Tá ai porque a economia vai mal, porque nosso dinheiro não dá pra nada. Parcelamos tudo em 10x no cartão de crédito, compramos carros financiados, casas financiadas, viagens financiadas, financiamos tudo o que couber no nosso bolso. Depois reclamos que somos mal remunerados, que a fatia do bolo sempre fica para os outros, que desse jeito não dá pra viver. Esqueci, somos imediatistas e dramáticos. Somos os maiores endividados, a começar pelo governo. 

Quero deixar bem claro, sou a suja falando do mal lavado. Eu financiei meu carro, que hoje, felizmente encontra-se quitado. Eu financiei meu apartamento. Eu compro de forma parcelada no cartão de crédito. Mas tudo isso fez parte da realização dos sonhos. No final das dividas, terá uma recompensa. Mas se você me perguntar se eu encararia financiar outro carro, te respondo: Não mesmo! O próximo será planejado, não tenho mais idade para cair de cabeça em mais dividas. Uma a hora a gente aprende a fazer a lição de casa direitinho.

Não estou induzindo você a se atolar em dívidas. Isso é algo que eu não me orgulho muito. Mas se essa dívidas que você criou foram para a realização daquele sonho de vida, vai em frente, pois valerá cada perrengue passado. A questão é a seguinte: Suas dívidas não podem te afastar de seus sonhos, ok? Mas se o seu sonho nem é tão desejado assim, reflita. Talvez haja uma alternativa mais bacana do que juros exorbitantes e aquelas telefonistas chatérrimas do banco ligando, pra saber quando você poderá acertar seu débito. 

Mas se o seu foco é ficar de pernas pro ar quando a aposentadoria chegar. Economize. Cada moeda achada na rua deve ir pro cofrinho. E pra ter conforto lá no futuro, ostentações devem ser eliminadas a partir deste momento e a palavra renunciar começa a fazer parte do vocabulário.

Cada sonho tem um preço. O certo sempre será planejar antes e ver se essa sonho cabe no bolso agora ou só daqui uns meses ou anos. Mudar a filosofia imediatista que a sociedade prega e que vira uma cegueira sem fim. As seguintes perguntas devem ser levadas em consideração: "Preciso mesmo disso?"; "O quanto isso me fará feliz"; "O que tanto vou ter que renunciar pra ter isso?"

Meus sonhos hoje são mais modestos - mas ainda existem. Correr atrás de realizar esses sonhos é fundamental pra dar um sentido pra nossa existência. Tem gente que precisa de bem pouco para ser feliz. Tem gente que precisa de muito. Tem gente que sonho tão alto que vive frustrado por todo mundo viver realizando sonhos e ele não conseguir nem subir alguns degraus. Sonhos podem virar pesadelos, do dia pra noite. E sonho é uma coisa muito relativa. Meu sonho não é igual ao seu - e vice versa. 

Sonhos só são realizados pelos sonhadores. Não os transfira para terceiros, as chances de você se decepcionar e passar pela vida infeliz é muito grande. Sonhe. Planeje. Realize. É fácil, é só querer. 



domingo, 30 de agosto de 2015

Acidentes de percurso


Eu queria, porque queria ser jornalista. Fui reprovada em todos os vestibulares que prestarei para este curso. Os que prestei para Direito, passei em ótimas colocações. Um acidente de percurso? O destino impondo sua vontade? Sei lá. No inicio até me animei em me tornar uma advogada bem sucedida ou uma promotora temida. Uma juíza justa? Seria ótimo no currículo. Uma delegada linha dura é bem mais atrativo. Mas a bela verdade é que no terceiro ano da graduação eu já via que estava no lugar errado, mas jogar tudo pro alto estava fora de cogitação. Talvez um concurso público viesse à calhar ou a diplomacia me entusiasmasse de uma forma incomum. Até hoje não consigo descrever o sentimento de satisfação que me acometeu no ultimo dia de aula. Eu estava livre! Mas eu persistir em me enganar e ir rumo a temível prova da OAB. Eu, nunca quis advogar, nem na prática, muito menos na teoria, e porque eu estava gastando meu tempo e meu dinheiro insistindo nisso? Porque eu escutava diariamente pessoas dizendo que eu deveria fazer, que isso seria promissor pra minha carreira. Essas mesmas pessoas sequer tinham feito algo maior por suas vidas e estavam lá, dando pitaco do rumo que a minha deveria tomar.

Até que, me descobri realizada na área financeira. Administração que nunca tinha sido nem a minha ultima opção de curso superior, entrou no meu cotidiano como quem não quer nada. E eu gostei daqueles números que pareciam palavras cantadas e descobri um universo não paralelo fazendo sentido na minha vida. Um acidente de percurso? O destino impondo sua vontade? Sei lá. Só sei que as coisas começaram a ter mais significado depois de eu ter encontrado algo que eu não estava procurando e esse algo ter preenchido algumas lacunas profissionais na minha vida.

Se eu vou prestar a prova da OAB? Não sei. Hoje, não faz sentido pra mim insistir nisso. Sei que muita gente acha que isso é a coisa mais absurda do mundo. Mas o mais absurdo é não respeitar as escolhas alheias. Sei que, caso eu venha a ser aprovada nessa bendita prova, não será por merecimento cósmico. Terei que sentar minha bunda numa cadeira e estudar até não aguentar mais, e quando eu não aguentar mais, terei que levantar minha bunda da cadeira, tomar um café com leite e voltar lá para estudar um pouco mais. Nem boa e, nem más oportunidades caem do céu. Somos nós quem as criamos, e de alguma forma eu criei uma oportunidade paralela que tem me realizado substancialmente.

Eu simplesmente admiro que se formou em engenharia e morreu atuando na engenharia. Ou até mesmo, quem investiu na medicina e passou o resto dos seus dias administrando uma pousada em Ilha de Boipeba na Bahia. É maravilhosa essa coisa de poder mudar, se reinventar e ser tudo o que gostaria de ser. A vida é altamente surpreendente quando você aceita que ela não, necessariamente, seguirá um roteiro previamente estabelecido.

Tudo que dá errado, pode dar muito certo. As vezes só precisamos mudar nossas apostas. Depois que eu migrei para a área financeira, conheci pessoas altamente excepcionais e inteligentes, que a cada dia me mostra que a leveza da vida reflete nos números, nas ações e que reflete diretamente em nossos objetivos. E fazer os números multiplicarem é a mesma coisa que multiplicar as possibilidades de sermos felizes. Basta mudar o ângulo de visão. 

Se eu fosse jornalista, talvez não tivesse a cabeça que tenho hoje, não teria conhecido as pessoas que conheço e nem teria vivido as experiencias que vivi. Dai concluo como os acidentes de percurso são fundamentais na vida. Sem eles, eu não teria nem um terço da felicidade que tenho hoje.

segunda-feira, 10 de agosto de 2015

Tô velha, e agora?

O primeiro cabelo branco descoberto na cabeça, a gente nunca esquece. Isso meio que traumatiza a gente, desenvolve uma neurose de que outros simultaneamente aparecerão. Arrancar ou não? Dizem que quando se arranca um cabelo branco, nascem mais sete. Cientificamente falando, isso não é num todo uma verdade absoluta, mas também não é uma mentira deslavada pra assustar aqueles que temem a velhice com toda força universal que há em si.

O cabelo branco simboliza uma nova fase - uma evolução. E toda evolução vem acompanhada de uma crise, que pode ser natural ou não. O surgimento do cabelo branco é uma crise natural para muitos. Mostra o quanto somos passiveis de desventuras, que a conservação física não é eterna e sim, todo nós um dia, teremos nossa cabeleira antes ruiva, loira ou morena, platinada naturalmente. Um novo ciclo que ao passar dos anos nos forçará a aceitar. Tem gente que não aceita o fato de envelhecer (prazer, eu sou a capitã desse time), mas tem gente que abraça isso como se estivesse encontrando um velho amigo muito querido (invejo bastante quem tem essa desenvoltura e aceitação).

Cabelos brancos pra mim representam sabedoria. Olho pra senhoras e senhores com a cabeça toda branca e imagino o quanto essa pessoa já viveu, o quanto já aprendeu e o quanto pode ensinar. Cabelos brancos trazem histórias interessantes, assim como a flacidez da pele e as expressões ao redor dos olhos. É o tempo deixando sua marca. O que fazemos? Desafiamos o tempo. Tintura para os cabelos, cremes anti idade, cirurgias plásticas. A questão não é enganar o tempo e as pessoas, precisamos enganar a nós mesmos. Mostrar que somos superiores aos anos que passam e que seremos eternizados numa juventude falsa, uma beleza ilusória de que o tempo não passa pra gente. 

Uma conhecida que sempre foi loira, apareceu um dia morena. Perguntei o porquê da mudança, e ela disse que precisava saber se tinha cabelos brancos. Na hora, achei graça da resposta que ela deu, porque ela que sempre foi loira, queria descobrir se tinha ou não os benditos cabelos brancos. 

Afinal, nem tudo depende da nossa vontade. Sejam os cabelos brancos, as rugas, ou a flacidez. O tempo vem mostrar que estamos sempre em uma tremenda mudança. Até nós precisamos amadurecer em algum momento da vida, mesmo que esse amadurecimento envolva aceitar os sinais do tempo numa boa. Ainda não apareceu nenhum fio branco na minha cabeleira, talvez ele esteja esperando o momento certo para aparecer (vai que eu surte?!)

Espero um dia comemorar esse amadurecer, pois sou parte dele e ele de mim. Embora tenha sonhos adolescentes, minhas costas doem. Jovem pra ser velha e velha pra ser jovem? Melhor terminar o texto por aqui mesmo. 




sexta-feira, 7 de agosto de 2015

Super Lulu

Há 06 meses ele nasceu. Recebeu uma carta minha, tinha que receber. Mas eu não vim publicamente desejar meus votos de vida nova e tudo mais. Pois é, 06 meses passaram e meu lindo-adorado-imaculado-sorridente-afilhado Luigi está a cada dia mais esperto, inteligente, feliz e lindo.

Talvez eu não merecesse um afilhado tão lindo e simpático assim. Mentira, eu mereço. Somos bochechudos e adoramos cachorros. Odiamos levantar cedo e damos muita risada. Fome nos deixa completamente irritados (e sono também). Adoramos filmes de desenho. Mas como assim, somos tão parecidos? Acho que é a mais pura sintonia mesmo. Eu amo viajar, e ele está seguindo meus passos, em seis meses, já conheceu dois estados. Eita menino mochileiro!

Lulu,

O mundo é bem barulhento, mas ele é tão vasto, que desde cedo eu desejo que não faltem oportunidades de você conhecer cada cantinho desse mundão misterioso e cheio de coisas boas, é um direito que você adquiriu minutos atrás, aproveite, você tem um vovô piloto, as coisas ficam bem mais fáceis. E toda vez que você sentir que não aguenta mais, que tudo isso é demais para sua cabeça: Feche os olhos e procure o silêncio dentro de você.

Lulu, já te avisei que, nosso mundo é bem caótico, mas também é maravilhoso. Tem tanta gente do bem, com o coração cheio de energia boa, que aflora uma esperança absurda de que vale a pena continuar seguindo em frente e acreditando num amanhã melhor, até porque, somos nós quem plantamos felicidade. 

Na vida devemos ser corajosos, gratos e honestos com as pessoas, mas principalmente com a gente. Preserve a natureza, proteja os animais, seja educado e tenha o pensamento positivo apesar dos pesares. As meninas, uma hora vão começar a surgir na sua vida, e olha guri, elas não são nada fáceis, apesar de nunca estarem para brincadeira, tem algumas que são bem engraçadas e não se importam de comer cachorro quente na calçada. Precisamos de bom humor e uma mente aberta, para conseguirmos levar a vida com leveza e aprender sem se machucar.

Lembre-se que você escreverá sua própria historia, que eu acredito que será cheia de aventuras e coisas boas. Tenha poucos e bons amigos, não diga tudo o que pensar, acredite em dias melhores e lembre-se você é muito amado por todos nós, que continuamos aqui a tagarelar em suas minúsculas orelhinhas. 

Que o tempo que tenhamos juntos seja a mais séria, a mais profunda e necessária brincadeira!

sábado, 25 de julho de 2015

Seja Paciente


A paciência é uma das virtudes possíveis. Sim, você leu certinho. Em um mundo onde tudo é pra ontem, ter paciência é um diferencial - e é possível sim. José Francisco Botelho definiu a paciência como a arte de sofrer sem perder a compostura. E o que mais temos feito é perder a compostura. Irados com os contratempos que nos pega assim desprevenidos, com o pensamento firme de que o mundo anda conspirando contra nós, a paciência pode ser uma grande aliada - nos mostra que o mundo faz sentido, quando achamos que já perdeu o sentido há muito.

Eu sou uma pessoa impaciente, convivo com pessoas impacientes, e acredito que todos nós temos o mesmo pensamento: Pra que ser gentil e cordial, quando as pessoas são dissimuladas e cruéis? Pra que ser correto, quando o mundo inteiro tem se corrompido na velocidade da luz? Pra que continuar lutando quando nem sabemos se vale a pena a batalha? A resposta não é: "Porque devemos" e sim "Porque somos diferentes".

A paciência anda lado a lado com a esperança. Temos esperança que a politica nacional melhore, temos a esperança que a inveja dos nossos supostos amigos não nos atinja, temos a esperança que o futuro será melhor. E quando temos esperança, temos paciência. E ser paciente não é ser acrítico a tudo. É aceitar que a mudança não deverá vir dos outros e sim de nós mesmos, que somos os únicos responsáveis por nossos infortúnios e sucesso. Nós é quem criamos todas as possibilidades boas e ruins em nossas vidas. Mas quando percebemos que apesar de todos nossos esforços as coisas ainda estão fora dos trilhos, a paciência nos mostra que, mudar o trajeto é necessário, e essa nova alternativa pode ser um pouco mais demorada, mas com certeza atingirá o objetivo principal.

Não estou dizendo que você deverá ser paciente com aquela pessoa que faz de tudo para te prejudicar, estou dizendo para você ser paciente com suas próprias limitações. Se você não puder perdoar de imediato, tudo bem! Tenha paciência para perdoar no tempo certo. 

Alguns acreditam em destino, outros não. Outros acreditam que a vingança trará toda a felicidade que precisam, outros acreditam que não. Eu venho, gradativamente, acreditando que a paciência pode ser a minha melhor arma, meu escudo contra os contratempos e as decepções. Um sábio amigo certa vez me disse que, a minha melhor forma de aceitar e entender tudo é através das palavras - fazendo o que eu sei de melhor fazer - Escrever. Que é importante não perder a esperança, pois sem ela não resta mais nada, nem ao menos a esperança.

A paciência consigo mesmo é acreditar na possibilidade de avançar apesar das forças contrárias, de resolver as dificuldades, de crescer na adversidade, de ver a crise como uma oportunidade. A paciência sempre será opcional, mas só ela carrega a esperança de dias melhores. O que é uma bela opção.


quinta-feira, 23 de julho de 2015

Toc toc toc

Eu andava bem perdida. Não fisicamente, mas emocionalmente falando. Dá pra ter ideia do que é abrir uma página no word em branco e sequer conseguir formar uma frase de efeito de duas linhas? E desenvolver o texto? Eu estava entrando em depressão, é como se eu tivesse desaprendido a escrever, que a inspiração não quisesse mais se apossar dos meus pensamentos e dedinhos. Até que então.... TOC TOC TOC. Sim, alguém bateu  na porta. Não foram palavras, e sim um livro com várias figuras, um livro de colorir. TOC TOC TOC. De repente, me vejo com 4 anos estirada no chão com um livro e vários lápis de cor, colorindo e dando vida para as figuras. 

Sim, eu achei o máximo os livros de colorir terem voltado com a maior publicidade possível. Ok, a alta dos lápis de cor me desanima, mas eu gostei bastante. Independente deles estressarem ou não  (pois pra mim,  não teve esse feito), eles simplesmente são um portal que me faz regressar ao tempo - a minha infância. 

E esse portal ora aberto, diminuiu essa sensação de estar perdida, de não ver sentido nas coisas. Até porque, muita coisa não precisa ter sentido, de fato. Precisa ser vivida. Quando somos crianças, botamos uma esperança infinita na vida, acreditamos no impossível, e seguimos felizes, dando a devida credibilidade que a vida merece. Dai viramos aborrecentes e depois adultos, e nos tornamos seres insuportáveis, cheios de razões, ciúminhos baratos e picuinhas. Sim, ficamos chatos, muito chatos.

Sem essa de a gente ser o que é. A gente pode mudar sim - pra melhor ou pra pior - devemos sim, mudar de opinião, aprender com o novo e evitar enrijecer com base em fundamentos sustentados em areia. Tenho aprendido bastante com a garotada da nova geração. Eles tem mostrado que precisamos sim, dar mais crédito para vida e para a gente mesmo. Precisamos desacelerar e continuar seguindo em frente. Apesar de todas aqueles pesares horríveis e contratempos petulantes. Menos culpa e mais aceitação. Menos controle e mais coração aberto. Sim, abrir o coração é se tornar vulnerável, mas é preciso que ele esteja aberto para que possamos entender melhor todas as desventuras em série que nos atinge assim, de supetão. 

Liberte o Peter Pan que habita seu interior. Aceite que ter esperança é a forma mais leve de seguir em frente. A gente se perde, mas um dia a gente se encontra, seja num livro de colorir, num beco sem saída ou até mesmo, dentro de um abraço. 


sábado, 20 de junho de 2015

Depois da queda


Quem nunca sonhou que caia? De um penhasco ou até mesmo de bicicleta? Na última semana sonhei que estava em um avião e o mesmo caia. Foi terrível a sensação, acordei apavorada: Dali a alguns dias eu embarcaria em um. Pronto, aquilo me bastou para pirar na batatinha e cogitar fazer testamento e tudo. Explico melhor. A senhorita aqui adora aviões (não estou sendo irônica não, gosto mesmo!), e achei que era um presságio. Ou eu continuaria viva e cancelaria a viagem, ou arriscaria tudo colocando minha vida em risco. Sim, você acertou se achou que eu escolheria a segunda alternativa. Lá fui eu, com cara, coragem e o check-in feito rumo a minha viagem não turística. O voo não caiu, como vemos (Ou eu seria uma alma penada escrevendo aqui), mas ele foi alterado de última hora. Prefiro acreditar que meu anjo da guarda fez bem seu trabalho, já que tem que lidar com uma guria estupidamente teimosa.

Mas vamos desenvolver sobre nossas quedas pessoais - sejam elas físicas ou emocionais? Embora eu tenha usado a analogia acima, o objetivo é o seguinte: Levantar e sacudir a poeira ou esperar que alguém nos estenda a mão?

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Difícil, né? Tudo depende da situação. Depende do contexto que está a história. Mas eu digo uma coisa: Por mais que estejamos mortos de vergonha, devemos levantar e seguir em frente, sacudir a poeira mesmo. Mesmo que estejamos enfraquecidos de tantas decepções, devemos levantar e seguir em frente, mais uma vez sacudir a poeira. Mas Bruna, seguir pra onde? Como? Bom, isso é uma metáfora que você deverá adequar a sua vida da forma que melhor te servir.


Seguir em frente, mesmo quando toda a sua força encontra-se desaparecida; seguir em frente mesmo quando você simplesmente descobre que o mundo está ruindo a sua volta; seguir em frente mesmo sabendo que todos estão do lado oposto, torcendo por sua queda; seguir em frente mesmo quando a sua vontade, aquela vontadezinha intima, e ficar estagnada , em plena inercia de deixar a vida passar.


Cair é a coisa mais fácil do mundo, o difícil é levantar e seguir em frente, sem beijo pra sarar. Seguir com a garganta seca e fazer o que deve ser feito. Levantar de tombos altamente doloridos com a mesma  esperança que uma criança carrega: que basta um merthiolate pra tudo melhorar.



terça-feira, 16 de junho de 2015

Validade


Um dia desses me peguei emputecida na cozinha de casa. A farinha de trigo tinha vencido há cerca de 15 dias; a gelatina, fazia um mês; e daqui há 2 dias venceria 6 litros de leite. Tanta gente passando fome, e eu perdendo prazos. Dá pra entender a raiva da menina? 

As desvantagens de morar sozinha é isso: Você não pode comprar muita coisa pois não dá tempo (nem conta) de comer tudo. E minha aversão por supermercados, faz com que eu acabe me descuidando dos prazos - acabo fazendo alguns estoques e quando dou por mim meses se passaram. Ossos do oficio e da falta de confiscar. Adianta chorar sobre o leite quase vencido? Não, né? A solução é tomar até se sentir um bezerrinho. 

Mas você já parou para pensar que fazemos exatamente a mesma coisa com as pessoas? Bruna, peraí, desde quando pessoas tem prazo de validade?! Te respondo, desde que o mundo é mundo, as pessoas vencem. Eu já venci o prazo de validade para muitas pessoas, e muitas pessoas também já venceram pra mim. Não está entendendo ainda? Ok, vou desenvolver melhor o assunto.

O que são pessoas com prazo de validade vencido? São aquelas que estão ali na sua vida, empacando, sendo literalmente uma pedra no seu caminho. Não acrescentam em absolutamente N-A-D-A. Só atrapalham, seja com suas reclamações infindáveis ou sua imobilidade incomum. 

Sabe aquele casamento que você anda empurrando com a barriga, onde você não aguenta mais uma virgula do seu marido e ele não aguenta mais uma palavra sua? Venceu! Sabe aquela sua amiga que só sabe falar da vida que anda uma merda, que vê defeito em todo mundo e não está satisfeita nem com o sabonete que toma banho, e sequer pergunta como você está? Venceu! Sabe aquela sua tia chata pra caramba, que cuida da vida de todo mundo, aumenta milhares de pontos num conto e não olha para a própria desordem que anda a própria vida? Venceu. Eu poderia ficar aqui, dando milhares e milhares de exemplos (Porque uma coisa que nunca acaba nesse mundo são exemplos) sobre tipos de pessoas com prazo de validade mais que ultrapassado, mas sintetizarei: Pessoas vencidas são aquelas de mal com a vida, que não vêem perspectiva de evolução, só nos procuram para lamentar-se, para distorcer a vida alheia, ou seja, pessoas bem pobrezinhas de espirito. 

As pessoas vencem, todos os dias, a cada minuto, e conservar uma pessoa "vencida" na sua vida e arriscar ter o prazo de validade vencido também. Então? O que fazer? Arregaçar as mangas, fazer aquela limpeza - a geral mesmo - e ver quais pessoas ainda estão com prazo de validade em dia na sua vida e as que não estão. Sua saúde física, mental e emocional depende muito disso para ficar joia.

"Tirei da minha vida todas as pessoas com o prazo de validade vencido" já escreveu a grande Martha Medeiros em uma de suas celebres crônicas. Se ela disse, tá falado. Eu já comecei na minha.

sexta-feira, 12 de junho de 2015

Fortunas e tragédias


Em vários momentos da vida deparei-me no seguinte dilema: Fazer o que é certo ou o que eu quero? Algumas vezes optei por fazer o que era certo em determinada situação, em outras, escolhi fazer o que eu queria. Se eu me arrependo? Não.

Mas em cada escolha há consequências. Por mais que a gente estude todas as possibilidades viáveis, consequências possíveis, não podemos prever a reação do outro. As vezes o que você quer é resolver sua própria vida, colocar o carrinho de volta aos trilhos, mas a outra parte vê nisso uma esperança que não foi dada, ou até mesmo uma rejeição que nunca houve.

E quando juntamos fazer o que é certo com o que a gente quer? Isso é algo muito difícil de acontecer, mas acontece. Acontece de tudo se encaixar em um momento oportuno entre vontade e ética. A solução? Cair de cabeça para não mudar de ideia. Ir adiante, sem pensar nas consequências, nas pessoas envolvidas, nos sentimentos que aflorarão. Se houver interferência externa, as coisas podem desandar. Sim, a sua mente também pode ser bem traiçoeira, te pregar peças.

Se a coragem faltar, o negativismo for maior que o positivismo, faça o que seu coração e a sua mente ordenarem. Muitos reclamarão, outros dirão que você pirou na batatinha, e outros tantos te empurrarão para que tudo seja mais rápido.

Sempre será mais fácil colocar uma mochila nas costas e ir para o outro lado do mundo onde ninguém te conhece, nem sabem absolutamente nada de você. Sempre será mais difícil enfrentar os laços mais profundos que entrelaçam nosso passado, presente e futuro. Sempre será mais fácil não buscar verdades, que te direcionarão aquelas respostas tão aguardadas. Sempre será mais difícil encarar que todo mundo mentiu pra você a vida inteira sem se revoltar.  

Eu que sempre fui da turma do talvez, quando cai de cabeça no sim, descobri muitos lobos em pele de cordeiro, muitos puritanos hipócritas usando máscaras para esconder suas verdadeiras facetas. 

Decepção sempre fez parte da minha trajetória e não será agora que cessarão. Dizem que o mau, por si só se destrói. Eu tenho as minhas dúvidas, quando vejo tantas falcatruas impunes. Tanta gente sendo maledicente e minando relações que tinham absolutamente tudo pra dar certo, com sua língua venenosa e suas atitudes insensatas.

Estou sendo a mudança que quero pra minha vida, mas como consequência, estou sendo a mudança na vida de muita gente  que achou que suas ações perversas estariam para sempre impunes.

A justiça SEMPRE tarda, mas NUNCA falha. Por isso digo alto e em bom tom: Justiça, seja bem-vinda e faça seu trabalho depois de 17 anos de conflitos, injustiças e mentiras, pois o final de cada história é tão somente um estágio transitório num ciclo infinito de fortuna e tragédia. 


domingo, 10 de maio de 2015

Todo dia é dia

Bom, pra quem não sabe, hoje é o dia daquela que já implicou horrores por você deixar a toalha molhada encima da cama, aquela que com um olhar dizia: "Em casa a gente conversa!", aquela que sempre teve o poder de com um só beijo, fazer aquele machucado dolorido sarar rapidinho. Sim, hoje é o dia da minha, da sua, da nossa mãe.

Mas o dia da nossa mãe, é todo dia. Sim, também acho que a minha mãe é a mais implicante de todas. Mas qual mãe de verdade não é? Tem coisas que a minha faz, que ninguém no mundo consegue fazer igual. Juro, só tomo o suco de maracujá dela, de outras pessoas, recuso sem cerimonias, o melhor suco de maracujá, indiscutivelmente é da minha mãe.

Mãe, a gente só tem uma. Mãe, é pro resto da vida. Tendo ela milhões de qualidades ou milhões de defeitos. Na infância, se apanhávamos muito, é porque na maioria das vezes, merecíamos. Eu era uma peste em pessoa. Minha mãe sofreu uns bons e uns maus bocados comigo.

Um dia desses minha mãe passou a tarde na minha casa, pois estava com saudades do Charlie (meu lindo e amado filho-cão), e quando eu cheguei, minha casa estava com cara e cheiro de mãe. Foi ruim? Não... Mas cheiro de mãe é indiscutível. 

Enquanto escrevo este texto, após ter ido comemorar o dia dela numa churrascaria e me empanturrar, a chuva começa a cair e me remeto automaticamente a uma cena da infância. Chuva caindo lá fora, friozinho entrando pelas frestas das janelas e portas, e minha mãe na cozinha preparando bolinho de chuva e chocolate quente. Dá saudades, e a barriga cheia teima em roncar só da lembrança pairar na mente.

Todo dia é dia de conversar com a sua mãe, sair pra almoçar em lugar diferente, falar sobre tudo ou sobre absolutamente nada, ou ficar apenas ali, mostrando que você se importa em estar ali, seja numa conversa com muitas palavras, ou só observando o silêncio que paira no ar.

Feliz dia das mães para minha mãe, para minhas primas-mães, para minhas amigas-mães, para as novas mamães. E especialmente para mim, que apesar de ser mãe de um ser de quatro patas, que nasceu em meu coração, sou completamente grata por tê-lo comigo.