sexta-feira, 28 de novembro de 2014

Sobre pequenas felicidades


E o ano definitivamente está por um fio. Eu sei, chega essa época do ano, você fica na contagem super regressiva de mandar a dieta para o espaço, de pegar férias pois já está saturado de tudo e de todos e com um único objetivo: Começar o novo ano gordo, feliz e renovado. Então para ajudar na contagem regressiva, nada como enumerar as pequenas felicidades para deixar o caminho até o final de dezembro mais leve e motivado.

Como cada um tem suas pequenas felicidades particulares - tem gente que conta, e tem outra gente que não conta - vou enumerar minhas pequenas felicidades, que fazem toda a diferença no final do meu dia.

  • Cachorro Quente, lasanha, algodão doce;
  • Livros (Quanto mais, melhor!);
  • Ir ao cinema e não ter nenhum criança chutando meu banco;
  • Ganhar um presente inesperado;
  • Sair bem na foto;
  • Passar um fim de semana sem atender o celular;
  • Banho quente, sem pressa nenhuma pra sair;
  • Barulho de chuva antes de dormir;
  • Receber um elogio profissional de alguém que eu admiro MUITO;
  • Ir à praia;
  • Achar dinheiro;
  • Sair na sexta do trabalho com todas as pendências concluídas;
  • Pastel de espinafre com ricota do Frituz;
  • Uma noite BEM dormida;
  • Quitar uma dívida;
  • Meu pequeno Charlie;
  • Uma consulta altamente proveitosa na terapia;
  • Vaga para estacionar;
  • Ficar deitada numa rede me sentindo uma marajá;
  • Ver um corrupto que não conseguiu se safar devolver cada centavo pego.

Essas são as minhas pequenas felicidades. Quais são as suas? 

Meu conselho? Foque nelas para que seja mais leve encarar os próximo dias até o tão esperado natal e ano novo! 



segunda-feira, 24 de novembro de 2014

O saber ouvir

Uma amiga foi passar uns dias em um retiro de meditação, onde a meta é não falar e encontrar o eu interior. Eu admiro, e dependendo de como for à experiência dela, quem sabe no próximo retiro eu não me candidate?

Mas a questão em si é: Como é que ela vai aguentar passar 10 dias sem dizer absolutamente nada? Não sei, terei que esperar o seu regresso para perguntar.  Palpito que o “bom dia” será trocado por sorrisos, assim como o “ obrigado” e o “boa noite” usará a mesma metodologia. Mas e o “Ai!” será substituído por uma careta? Mas se eu deixar de analisar friamente todo o contexto, esse retiro não é tão somente para você encontrar o eu interior, tem um leque bem maior atrás da meditação toda. O aprender a silenciar vem lado a lado do saber conversar, e você se engana ao pensar que, silêncio e conversa são duas coisas que não habitam o mesmo mundo. Eles são mais irmãos que muita gente solta por aí.

A partir do momento que você aprende a silenciar, você consegue prestar atenção em tudo ao redor, logo, numa conversa formal  ou trivial, você escutará da forma correta o seu interlocutor, dando a devida atenção e não pensando em respostas ou cortando-o no meio das palavras, para mudar de assunto, assim, desvalorizando o que o outro tem a lhe dizer, logo fará uso das palavras certas, mostrando assim, seu respeito pelo interlocutor e por você mesmo.

Vivemos, infelizmente, em um mundo onde todos, a todo custo, querem mostrar o quão são inteligentes e superiores, onde falam sem parar e sem pensar, sequer dando a oportunidade dos outros falarem, e quando falam, sequer estão escutando. Eu já fiz isso e com certeza você também já fez.

Com a ideia de que o mundo está andando rápido demais, na intenção de aproveitarmos cada minuto, falamos demais para preencher as lacunas vazias, ouvimos de menos como se isso fosse desnecessário e esquecemos que o silêncio é uma das coisas mais valiosas que dispomos e não utilizamos.

Na maioria das vezes, as respostas estão nos silêncios que recusamos em escutar.

quarta-feira, 12 de novembro de 2014

Conversas escutadas


Na sexta, eu fui pra São Paulo de ônibus. E a vantagem de ir para qualquer lugar de ônibus é que, mesmo involuntariamente, você tem acesso à conversa alheia. E escutar a conversa alheia, por mais que seja algo meio "indecente" é bom pra podermos avaliar o quão nossa vida é boa ou ruim. Na minha frente estavam sentadas duas senhoras e a conversa que se seguiu entre elas foi mais ou menos essa:



- Você nem sabe, a minha sobrinha de apenas 20 anos está grávida, e sequer sabe quem é o pai?  Uma desajuizada essa menina! Não pensa em estudar, só quer ficar indo nesses bailes, agindo como uma sem vergonha que não teve educação...

- Ah, mas isso já era esperado, os pais sempre deixaram ela fazer o que bem entendia, desde pequena. Boa coisa não ia dar, mais cedo ou mais tarde ia pegar barriga.

- Isso é verdade. Mas ainda bem que ela é sobrinha da parte do meu marido, pois Deus me livre se fosse da minha parte da família. Graças à Deus na minha família todo mundo é centrado.


Bom, essa tia, certamente é daquelas falsas, onde bajula na frente e detona por trás, maledicente é a palavra correta. Falar mal da sobrinha, que engravidou aos 20 anos e ainda por cima dizer que a família do marido é meio desvirtuada. Mas eu fiquei com uma pulga atrás da orelha no termo "pegar" barriga. Até ou eu sei, todos nós nascemos com barriga (ou eu estou enganada?!). A prosa das duas senhoras continuou a viagem inteira, cada hora falando mal de algum membro da família. E como ficou desinteressante, comecei a prestar atenção na conversa do casal que estava atrás de mim. 

- Olha, sua avó é a pessoa mais muquirana que eu já conheci em toda minha vida. Tenho dó de vocês na infância, com certeza ela morria de dó de servir um copo de água, aposto.

- Amor, as coisas não são bem assim. Vovó passou dificuldades quando era jovem, então hoje ela é bem contida em tudo.

- Contida? Sua avó só pensa em como tirar dinheiro dos filhos e se fazer de pobre coitada. Ela não entendeu bem o aprendizado das dificuldades da juventude. Uma coisa é valorizar, outra coisa é ser uma mão de vaca irremediável. 

Juro, eu quase cai na gargalhada com essa história. O namorado/marido estava indignado com as atitudes da avó da moça, que ao relato dele, deve ser a mulher que mais carrega escorpiões no bolso. Muquirana e mercenária.

Analisando de fora essas conversas, mais parecem implicâncias baratas, de uma tia maledicente com a sobrinha desajuizada; de um "neto" com uma avó mercenária. Mas cada um sabe o peso que carrega dentro de um ambiente familiar. 

Conviver em família é uma das coisas mais difíceis de lidar. Há aqueles que sempre querem ser melhores, há aqueles outros que adoram dar opinião sobre tudo, há também, aqueles que, querem te converter custe o que custar e tem horas que conviver com tios, primos, avós, etc, fica um saco, graças à falta de respeito que a famosa "cota sanguínea" se permite em ter. 

Eu relatei acima, casos cotidianos, que com certeza tem em toda família. Na minha família, por exemplo, não há só uma tia maledicente e sim várias. Gente desajuizada, um outro tanto. Mercenários? Ultrapassa o elenco do Filme que carrega esse título. Adianta falar alguma coisa? Não, não adianta. Pra conviver bem com a família o segredo é simples: Morar longe e se ver esporadicamente, assim, quando ocorrerem encontros, não haverá tempo para falar mal da vida alheia ou se irritar com opiniões descartáveis. 

Independente da sua tia ser  uma maledicente; seu tio, um corrupto; sua prima, uma desajuizada; sua avó, uma mercenária, e os outros tantos, cheios de defeitos também, lembre-se: você é QUEM escolhe com QUEM quer conviver. Cota sanguínea, não diz absolutamente nada, nos dias atuais. SINTONIA é tudo que uma FAMÍLIA de verdade tem que ter. 

O resto? É só para fazer volume na sua árvore genealógica. 


sexta-feira, 7 de novembro de 2014

Click!


E chegou a sexta mais esperada do ano inteirinho. Juro de coração que meu dia predileto é quarta-feira e que eu não fico tão ansiosa assim pela sexta (já que muitos sábados eu trabalho), mas hoje, excepcionalmente  hoje, eu rezei que chegasse logo. Todo mundo fica animadíssimo pela sexta-feira. Mas eu estou animada porque hoje, vai ser A SEXTA-FEIRA. 

Eu soube através do Whatsapp. Quanta ironia! Eu, fanática lunática, não fui quase a primeira a saber, se duvidar, fui uma das últimas. Mas pelo menos, eu soube a tempo. Prima querida serve pra essas coisas, pra avisar que a felicidade, de vez em quando, sobe num avião e vem do sul pra capital paulista, alegrar a vida de milhares de fãs. Pois bem, eu vou, porque se eu não for, hoje será, definitivamente o dia mais infeliz da minha vida. Um dia sem carboidratos, sem livros autografados, sem a musa inspiradora de palavras sábias que me faz correr contra o tempo e lugar pelo quase último assento disponível no ônibus, tudo isso não pode ser em vão. Lógico que eu VOU, já que eu não posso ter uma lasanha, eu mereço perder um dos pés da minha sapatilha na estação da Sé bem na hora do rush. Porque tudo tem que ter emoção, entrar no metrô por livre e espontâneo empurrão e sair do mesmo da mesma forma. Só espero não cair, assim como, também espero sair com os meus dois pés calçados. É pedir muito? Não, não é. 

Mal dormi essa noite, revisei mil vezes se eu não tinha esquecido nada. Daí eu lembrei que eu quase estava esquecendo de almoçar. Detalhe, né? Porque um evento desse, desbanca (na minha sempre humilde opinião) qualquer SPFW da vida. É um evento que você tem que ter um celular com bateria na mão e uma caneta reserva na bolsa, só por garantia. Pois garantia é tudo que não temos nessa vida, mas por precaução, a gente finge que tudo é garantido. Exemplos? Me garantiram que o ônibus vai chegar lá as 17:30h, me garantiram que o metrô nem vai ser tão lotado assim, me garantiram que a corrida do táxi até o tal evento é bem em conta, me garantiram que não vai estar lotado. Tá vendo? To mundo me garantiu mundos e fundos e eu estou botando a maior fé nessas garantias de felicidade continua e infinita que ocorrerá na minha vida a partir das 19h. Não há garantia alguma, só expectativas. Mas pra mim, no momento, já está de bom tamanho.

Se eu estou ansiosa? Lógico! Quem não estaria? Oportunidades assim não batem duas vezes na mesma porta e a gente tem que chorar rios de lágrimas (que poderia encher uma represa quase seca) e implorar pro chefe deixar você sair mais cedo, alegando que é por uma ótima causa (e nesse caso, é mesmo). 

Vai rolar um click da caneta DELA para autografar meus livros. Vai rolar um click da minha câmera, para registrar esse momento tão importante da minha vida. 

E dessa MONTANHA RUSSA  de ansiedades infinitas, nem um DIVÃ seria capaz de controlar meu nervos que estão à flor da pele. Mas nessa de ser uma DOIDA  e SANTA, a única garantia que tenho é UM LUGAR NA JANELA reservado no ônibus das 16:30h. SER FELIZ POR NADA é a GRAÇA DA COISA. Eu ainda não estou acreditando que vou encontrar a Martha Medeiros daqui há algumas horas!