segunda-feira, 8 de abril de 2013

O valor da vida


O filme “Antes de partir”, relata a história de dois homens, na casa dos 60 e poucos anos, com câncer terminal, que decidem viajar pelo mundo e fazer tudo o que adiaram por décadas. Eles eram completos desconhecidos que dividiam o mesmo quarto no hospital, mas que entendiam perfeitamente o que cada um sentia em tal situação. Como a perspectiva de vida era de seis meses a um ano, eles resolvem realizar as ultimas vontades e sonhos.

O bacana do filme, não é só essa “curtição instantânea” que reflete o desespero de ver a vida com os dias contados. Reflete o outro lado, o que deixamos de fazer enquanto temos saúde, arrogância e prepotência. E o que fazemos quando a situação se reverte, onde desejamos um pedacinho do paraíso e nos redimimos a tal ponto que, reconsiderarmos tudo aquilo que construímos com base em nossas crenças.

Mostra um homem que venceu na vida, com a sua astúcia e visão ampla no ramo dos negócios, homem este que se tornou prepotente e insuportável, e acima de tudo, sozinho. E outro homem que desde muito jovem constitui família, e teve que renunciar ao sonho de se formar em filosofia, para poder criar e educar os filhos, numa época onde o negro era visto com péssimos olhos.

O primeiro, não sabia nada sobre a essência do mundo. Tinha muito dinheiro, mas não tinha o amor da família, e muito menos fé. O segundo era uma pessoa sábia, que sabia um pouco de cada coisa, era humilde e transbordado de fé.
O filme mostra a realidade de ontem, de hoje, e do amanhã. Mostra que nós nos desfazemos de muitos sonhos, pelos imprevistos da vida, nos tornamos insensíveis, conforme ganhamos mais dinheiro. Que só temos fé, se algo de nosso interesse vem a ser solidificar e acontecer.

Não devemos adquirir uma doença terminal para percebermos que deveríamos ter viajado mais, ter sido mais paciente, ter tido amizades de todas as classes sociais. Que deveríamos ter visto mais filme, lido mais livros, entendido um pouco mais sobre astrologia, filosofia, sentimentos humanos.

Não devemos nos cegar com esse desenvolvimento desfreado que não nos leva a lugar nenhum, alias, nos leva para bem longe do essencial e fundamental aos olhos, sentidos e existência.

Talvez seja necessário morar em outro estado, dizer não as chantagens emocionais, agradar uns e desagradar outros. Vivermos com qualidade. Não nos isolarmos em metas bilionárias, em sentimentos supérfluos e vida vazia.

O primeiro homem era infeliz e fingia que não sabia. O segundo homem era feliz e sabia, mas queria conhecer o outro lado, queria um tempo pra si, já que sempre viveu em função da família. Talvez o desespero de ter data para partir, o fez mudar o roteiro do jogo e ter um tempo para si.

Espero que você não ceda os imprevistos da vida, achando que seja um sinal divino para não prosseguir. Espero que você não se frustre por ser forçado a mudar o ritmo das coisas. Espero que você não viva por dinheiro. Espero que você não jogue fora pessoas que te acrescentam espiritualmente e sentimentalmente. Espero que você ame as pessoas, independente do valor que elas trazem na carteira, conta bancaria ou carro que anda. Espero que você tente conhece rum pouco de tudo que seja interessante. Espero que você de um tempo pra si sempre que achar necessário. Espero que você não tenha um câncer terminal para começar a viver.

Valorize cada pessoa que entrar e sair da sua vida. Certamente ele fez com que você evoluísse um pouco: seja cultura, em sentimentos, em qualquer coisa. Ela é única e vai te ensinar algo que ainda esta em déficit em você.

E como o Carter disse no filme: “O valor da vida de uma pessoa está determinado pelas pessoas que admirava você”.



Nenhum comentário:

Postar um comentário