quarta-feira, 8 de março de 2017

Olha ela!

Hoje é dia internacional da mulher, e muita gente nem lembra. Mas a questão nem é essa. A questão é bem maior. Todo dia é dia. Toda hora é hora. E ter uma data celebrando é apenas um cisco no meio do oceano. 

Eu conheço muita mulher que arregaça as mangas e vai a luta. Mas conheço muita que lamenta os infortúnios da vida deitada no sofá. Tem aquelas que esperam por uma intervenção divina ou um marido rico, já tem outras que, trabalham duro e fazem acontecer. Tem as sem frescuras, que saem de cara lavada e pijama para irem até a padaria; mas tem as disciplinadas, que não tremem um milimetro do rímel. Mulheres de todos os tipos e todos os amores, segundo grande Martinho da Vila.

Tem gente que fala que mulher decente, é aquela que é submissa. Tem gente que fala, que são as independentes. Tem aquelas que gostam de cabelo curto, tem as adeptas dos fios longos. Loiras, morenas, ruivas. As japonesas que não precisam de depilação constante e as portuguesas que a cada 10 dias estão no salão. Tem mulher que admira tanto mulher, que se apaixona por uma. 

Tem mulher que viaja de tênis e mochila nas costas. Tem outras que viajam de salto e mala de rodas. Tem as consumistas e as desencanadas. As de Ipanema e as da baladas. As cozinheiras e mal amadas. Tem muita mulher que sabe colocar quadro na parede e trocar pneu de carro melhor que muito homem, mas tem muita mulher que ainda precisa de uma mãozinha. 

Mulher, sem dúvidas, chama a atenção por onde passa. Seja porque o cabelo está divino ou desgrenhado, ou porque está bem vestida ou mulambenta, ou porque está rindo escandalosamente (mulher tem risada pra ser escutada - sem dúvidas). Tem as limpinhas e as fedidas. As que não estão nem aí pra nada e as que querem ter o controle de tudo. As loucas por chocolates, as loucas por sapatos, as loucas por roupas, as loucas por livros, as loucas por viagens. E uma coisa é certa: Cada mulher carrega uma loucura consigo.

Extrovertida ou tímida. Submissa ou independente. Loira ou morena. Turista ou viajante. Chefe ou empregada. Solteira ou casada. Infeliz ou realizada. Corredora ou sedentária. A verdade é que toda mulher quer ser respeitada, admirada e amada. Consegue entender?

Cada uma com sua forma peculiar, com seus sonhos secretos, traumas de estimação, decepções quilométricas, querem seguir adiante com suas conquistas.

Feliz dia pra quem é mulher. Feliz dia pra quem é garota. Feliz dia pra quem é menina. Feliz dia pra quem faz acontecer. 




segunda-feira, 9 de janeiro de 2017

2016: Ano de muitas lições

Verdade seja dita, 2016 chegou com os dois pés e tripudiou muita gente. Eita ano turbulento, hein? Pra mim, foi um belo divisor de águas. Ao mesmo tempo que foi fantástico, foi trágico. E passou voando. Igualzinho um tobogã, onde você começa a descida numa velocidade reduzida e do meio pro fim não há freio que pare. 

No final de 2015, recebi um e-mail do meu chefe, que continha um texto que falava que 2016 seria um ano de fechamento de ciclos, onde mudanças aconteceriam mesmo contra nossa vontade. Se eu fizer uma mera comparação de 2016 com uma luta de MMA, posso afirmar com propriedade que apanhei bonito. Um nocaute atrás do outro, mal tomava folego e vinha um double-leg, mal me levantava e já tomava uma chave de braço. Apesar de toda essa metáfora, o ano foi repleta de mudanças, assim como de grandes conquistas. 

Aprendi que pessoas saem da nossa vida. Seja por culpa dela, ou por culpa nossa, e torna-se necessário lida com essa partida, mesmo com vontade de espernear, gritar com o mundo e incorporar a criança birrenta. E vamos nos sentir só, seja na segunda-feira ou sábado, e não há problema algum em assumir isso para si mesmo. Menos na TPM, quando tudo se torna a gota d'água.

Eu me comparei demais as pessoas, e isso foi bom, assim como também foi péssimo. Era exaustivo tentar acompanhar o pace de quem corria mais do que eu; de estudar que nem uma louca para tentar me igualar ao mesmo nível de conhecimento de fulano; de tentar ser cabeça aberta, quando meu conservadorismo era irremediavelmente limitado. Isso me rendeu terapias infinitas e puxões de orelha doloridos. Se eu parei de me comparar? Talvez sim. Mas de me cobrar, com certeza não. A questão é que cada um tem sua própria desenvoltura, sua inteligência peculiar, sua forma de encarar os contratempos da vida, seu brilho próprio. E na terapia, eu aprendi que eu tenho meu próprio brilho, e que tem muita gente que o brilho não brilha e vem tentando desbrilhar o meu brilho brilhoso. E eu tenho muita sorte (escrevi isso com um ramo de arruda na mão, cercada de pimentas e sal grosso para afastar toda e qualquer intenção invejosa que possa surgir). Mas cada um sabe o que tem que saber, corre o que tem que correr, descola o que tem que descolar e, aceita o que tem que aceitar, no tempo que tiver que esperar.

Eu conheci um dos lugares mais incríveis do Brasil: o Jalapão. Torrei todas as minhas economias finitas por esta viagem, e o melhor: acompanhada de pessoas incríveis, que tornaram a viagem a maior aventura vivida até hoje. REAPRENDI que viajar sempre será uma das melhores formas de refletir sobre a vida e se reconectar com si mesmo.

Corri a UltraMaratona Maresias-Bertioga em equipe e conquistamos o 3º Lugar. Uma proeza que nunca cogitei quando comecei a correr, mas que hoje tem um troféu no aparador da sala, provando que, foi real e de fato aconteceu. APRENDI que cada um tem seus próprios propósitos em um esporte, e quando sintonizamos de uma forma que seja confortável para cada um, podemos conquistar pilares maiores.

Me reaproximei de bons amigos, conheci pessoas fantásticas, e por incrível que pareça, aprendi a ignorar pessoas que não me acrescentavam em absolutamente nada.

O que eu espero de 2017? Mais discernimento nas minhas escolhas e mais leveza para enfrentar as mudanças não planejadas.