quinta-feira, 18 de abril de 2013

Implicâncias Baratas



E sempre tem aquela pessoa que a gente implica sabe-se lá o porquê - ou que implica com a gente. Implica por coisa pequena, implica por coisa grande, mas sempre implica. Implica porque não fez o trabalho da forma que tinha que ser – ou simplesmente não fez implica porque o celular fica esquecido - ou simplesmente porque fica pendurada nele o tempo inteiro; implica porque chegou atrasado, mas não enxerga os dias que trabalhou até mais tarde.

Faço hidroginástica três vezes por semana, e lá tem um exemplo gritante de implicância. Uma aluna e uma professora. A professora implica com a aluna, pois acha que ela vai apenas para monitorá-la (a aluna é uma das donas da escola), que não faz os exercícios adequadamente, que isso e que aquilo. A aluna acha que a professora é distraída, não presta a devida atenção aos alunos, na postura, no exercício, e daí o resultado é essa implicância desnecessária, onde não há diálogo entre as partes, tudo fica na entrelinhas, minando a relação aluna-professora, funcionária-empregadora que existe entre as duas. Cada uma no seu quadrado reclamando pro primeiro sortudo que pára ao lado. A professora queimando o próprio filme, e a aluna (proprietária) na espera do primeiro vacilo.

Outro exemplo: tenha uma amiga que, implica por qualquer vírgula com a sua empregada. Dizendo que não lava a louça adequadamente, que estende as roupas de qualquer jeito, que joga a sujeira debaixo do tapete, não tira o lixo das lixeiras, que isso, que aquilo, mas nunca chega pra funcionária e diz: Olha, vamos mudar o método na limpeza, pois percebo que dessa forma o serviço não está rendendo. Ela simplesmente fica espionando com insatisfação o serviço alheio, reclamando para todos, menos para quem realmente executa o serviço pleiteado. A funcionária, no meu ponto de vista, percebe tudo isso, e se sente desmotivada, mas continua no emprego porque precisa.

Muitas vezes as pessoas não percebem que estão fazendo algo de forma inadequada e precisam de um cutucão alheio, uma orientação para retomarem no caminho correto e voltarem a fazer as coisas de forma que seja benéfica para todos os envolvidos, sem implicâncias.

Na maioria das vezes a implicância nasce da falta de diálogo. Nasce nas suposições, nas interpretações errôneas, na mania de perseguição, na entrelinhas, nas indiretas nada diretas, na falta de conversa franca e clara. Fica lá, desgastando uma relação que tinha tudo pra ser saudável, deteriorando amizades, laços afetivos e relações fraternas.

Não se tornar uma pessoa implicante requer um exercício diário e intenso.  Tem gente que consegue tirar de letra, têm outras que tem que tirar de campo – sem noção. Como disse anteriormente, certas implicâncias são extremamente lesivas em face das relações humanas, e tendo a oportunidade de reverter à situação, é aconselhável que, alternativas sejam levantadas, e a implicância seja deixada de escanteio.

Pegar birra com alguém, não é a forma mais viável de resolver os problemas pendentes entre vocês, o diálogo - repito mais uma vez - ainda, consegue ser o melhor remédio e a melhor solução para qualquer mal entendido. Tentar soluções diferentes das convencionais pode ser um grande aprendizado para todos os envolvidos.  Pra que implicar?

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