segunda-feira, 15 de abril de 2013

Mentirinhas que nos contam na infância



Sou contra muita coisa que dizem pra gente na infância. Uma delas é de que papai Noel existe. Sério, até a minha maior e pior frustração foi descobrir que o bom velhinho era apenas uma lenda, uma invenção. E isso dói até hoje.

Desse o principio nossos pais mentiram  na infância, alegando que Papai Noel, coelhinho da páscoa, bruxa do dente, bicho papão, entre muitas outras coisas existia, acredito que seja por isso que, quando crescemos temos a tendência a contar algumas mentirinhas aos nossos pais (Vingança? Talvez).

Lembro que, quando descobri que Papai Noel (aquele velhinho gordo e barbudo)  não existia, foi como se surgisse um buraco negro bem debaixo de meus pés. Foi frustrante com todas as letras soletradas e em maiúsculo. Era por causa dele que eu dava o melhor de mim o ano inteiro para ganhar aquele presente fantástico no natal. Era por ele que eu escrevia cartinhas relatando o quanto eu tinha sido obediente e saindo poucas (nem tantas) vezes da linha. Era por ele que eu ficava ansiosa e me recusava a dormir na véspera de natal, para poder vê-lo pessoalmente (mas ele sempre tinha a ajuda da fada do sono, que evitava esse encontro).

Toda criança precisa um pouco desse universo pra ter uma infância feliz, cheiinha de sonhos e aquela mágica de filme da disney. Mas isso deveria ser exposto de outra forma, sem frustrar tanto, sabe? Tem criança que não ganhará absolutamente nada, vai se revoltar com os pais por tamanha mentira. E ai, como fica?

Meu sonho era ser um duende para ajudar o Papai Noel a separar todos os presentes de todas as crianças e pegar o mais legal pra mim. Que espertinha, hein?

Gosto de gente que não tem sonhos coletivizados. Gente de opinião própria e com filosofia de vida centrada. Gente que não tem medo do futuro e muito menos de correr atrás de todos aqueles sonhos de infância.

Sou ser da turma que desde cedo não vai contar esse tipo de mentiras aos filhos. Não vou ser a cética que não quer que o filho tenha um mundo de fantasia e magia na vida, mas desde cedo vou trabalhar para que ele saiba diferenciar os outros, e saiba que Papai Noel não é aquele bom velhinho barrigudinho e de cabelos brancos como a neve... Ele poderá ter 18, 25, 30 ou até mesmo uns 42 anos, e se chamará Papai. Ou será a Mamãe. Não será mentira, só mostrará que viver a realidade é bem mais interessante que viver aglomerado em mentiras sem evolução.

Em vez de dar ênfase ao seu filho ser um bruxo super poderoso, induza-o a ser um médico super qualificado que “cura” doenças e ajuda as pessoas. Que ele seja o gênio da lâmpada mágica e conquiste seus próprios desejos de forma que o faça ser uma pessoa melhor. Que ele desbrave o mundo inteiro. Que ele seja piloto de um avião já que não pode ser de um foguete. Que as meninas queiram ser atrizes para viverem as princesas internas que habitam em seu interior. Ou até mesmo bailarinas ou medalhistas olímpicas. Muitos sonhos são possíveis, basta um pouco de positividade, motivação, vontade e fé.

Hoje o que as crianças mais precisam são de pais que apoiem seus sonhos e acreditem em sua capacidade. Elas não querem que Papai Noel, bruxa do dente, príncipes encantados ou até mesmo gênio da lâmpada mágica existam, elas querem apenas pais e mães que invistam em seus sonhos e os conduzam da forma mais correta possível para que esses sonhos sejam conquistados em algum lugar lá do futuro.

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