sábado, 25 de julho de 2015

Seja Paciente


A paciência é uma das virtudes possíveis. Sim, você leu certinho. Em um mundo onde tudo é pra ontem, ter paciência é um diferencial - e é possível sim. José Francisco Botelho definiu a paciência como a arte de sofrer sem perder a compostura. E o que mais temos feito é perder a compostura. Irados com os contratempos que nos pega assim desprevenidos, com o pensamento firme de que o mundo anda conspirando contra nós, a paciência pode ser uma grande aliada - nos mostra que o mundo faz sentido, quando achamos que já perdeu o sentido há muito.

Eu sou uma pessoa impaciente, convivo com pessoas impacientes, e acredito que todos nós temos o mesmo pensamento: Pra que ser gentil e cordial, quando as pessoas são dissimuladas e cruéis? Pra que ser correto, quando o mundo inteiro tem se corrompido na velocidade da luz? Pra que continuar lutando quando nem sabemos se vale a pena a batalha? A resposta não é: "Porque devemos" e sim "Porque somos diferentes".

A paciência anda lado a lado com a esperança. Temos esperança que a politica nacional melhore, temos a esperança que a inveja dos nossos supostos amigos não nos atinja, temos a esperança que o futuro será melhor. E quando temos esperança, temos paciência. E ser paciente não é ser acrítico a tudo. É aceitar que a mudança não deverá vir dos outros e sim de nós mesmos, que somos os únicos responsáveis por nossos infortúnios e sucesso. Nós é quem criamos todas as possibilidades boas e ruins em nossas vidas. Mas quando percebemos que apesar de todos nossos esforços as coisas ainda estão fora dos trilhos, a paciência nos mostra que, mudar o trajeto é necessário, e essa nova alternativa pode ser um pouco mais demorada, mas com certeza atingirá o objetivo principal.

Não estou dizendo que você deverá ser paciente com aquela pessoa que faz de tudo para te prejudicar, estou dizendo para você ser paciente com suas próprias limitações. Se você não puder perdoar de imediato, tudo bem! Tenha paciência para perdoar no tempo certo. 

Alguns acreditam em destino, outros não. Outros acreditam que a vingança trará toda a felicidade que precisam, outros acreditam que não. Eu venho, gradativamente, acreditando que a paciência pode ser a minha melhor arma, meu escudo contra os contratempos e as decepções. Um sábio amigo certa vez me disse que, a minha melhor forma de aceitar e entender tudo é através das palavras - fazendo o que eu sei de melhor fazer - Escrever. Que é importante não perder a esperança, pois sem ela não resta mais nada, nem ao menos a esperança.

A paciência consigo mesmo é acreditar na possibilidade de avançar apesar das forças contrárias, de resolver as dificuldades, de crescer na adversidade, de ver a crise como uma oportunidade. A paciência sempre será opcional, mas só ela carrega a esperança de dias melhores. O que é uma bela opção.


quinta-feira, 23 de julho de 2015

Toc toc toc

Eu andava bem perdida. Não fisicamente, mas emocionalmente falando. Dá pra ter ideia do que é abrir uma página no word em branco e sequer conseguir formar uma frase de efeito de duas linhas? E desenvolver o texto? Eu estava entrando em depressão, é como se eu tivesse desaprendido a escrever, que a inspiração não quisesse mais se apossar dos meus pensamentos e dedinhos. Até que então.... TOC TOC TOC. Sim, alguém bateu  na porta. Não foram palavras, e sim um livro com várias figuras, um livro de colorir. TOC TOC TOC. De repente, me vejo com 4 anos estirada no chão com um livro e vários lápis de cor, colorindo e dando vida para as figuras. 

Sim, eu achei o máximo os livros de colorir terem voltado com a maior publicidade possível. Ok, a alta dos lápis de cor me desanima, mas eu gostei bastante. Independente deles estressarem ou não  (pois pra mim,  não teve esse feito), eles simplesmente são um portal que me faz regressar ao tempo - a minha infância. 

E esse portal ora aberto, diminuiu essa sensação de estar perdida, de não ver sentido nas coisas. Até porque, muita coisa não precisa ter sentido, de fato. Precisa ser vivida. Quando somos crianças, botamos uma esperança infinita na vida, acreditamos no impossível, e seguimos felizes, dando a devida credibilidade que a vida merece. Dai viramos aborrecentes e depois adultos, e nos tornamos seres insuportáveis, cheios de razões, ciúminhos baratos e picuinhas. Sim, ficamos chatos, muito chatos.

Sem essa de a gente ser o que é. A gente pode mudar sim - pra melhor ou pra pior - devemos sim, mudar de opinião, aprender com o novo e evitar enrijecer com base em fundamentos sustentados em areia. Tenho aprendido bastante com a garotada da nova geração. Eles tem mostrado que precisamos sim, dar mais crédito para vida e para a gente mesmo. Precisamos desacelerar e continuar seguindo em frente. Apesar de todas aqueles pesares horríveis e contratempos petulantes. Menos culpa e mais aceitação. Menos controle e mais coração aberto. Sim, abrir o coração é se tornar vulnerável, mas é preciso que ele esteja aberto para que possamos entender melhor todas as desventuras em série que nos atinge assim, de supetão. 

Liberte o Peter Pan que habita seu interior. Aceite que ter esperança é a forma mais leve de seguir em frente. A gente se perde, mas um dia a gente se encontra, seja num livro de colorir, num beco sem saída ou até mesmo, dentro de um abraço.