quinta-feira, 12 de fevereiro de 2015

Ciclos


Crise hídrica. É o tema que mais bomba nos jornais. Devemos racionar, economizar, a água está acabando. Ok, estamos fazendo isso. Mas a outra parte não colabora, não arruma os vazamentos. Mas o plano de rodizio vai entrar em ação. Banho de canequinha, aí vamos nós! Lembre-se, lavar as partes mais importantes é primordial, os colegas ao lado, agradecem!

Sobe o preço da energia elétrica, por causa da crise hídrica. E foi dada a largada com a bandeira vermelha. Roupas terão que ser usada no modo amassado, banho de gato serão tomados, ver T.V? Pra quê? Pura futilidade. Pega um livro, compra umas velas e vai ler como sua bisavó fazia antigamente.

Ter carro, voltou a ser um luxo. Corrijo, andar de carro, passou a ser um luxo. Com taxa zero, você sai com seu automóvel novo de qualquer concessionária. Mas quero ver, se você conseguirá manter o tanque cheio. A gasolina aumentou, pra descer à serra rumo a praia, tem que fazer mil e uma contas pra saber se, o seu orçamento permite encher o tanque sem se preocupar com a compra da semana, já que os alimentos aumentaram por causa do quê? (por causa da crise hídrica). 

E começou o burburinho rumo ao retrocesso. Querem as cédula de papel de volta na hora da votação. As urnas eletrônicas não são mais confiáveis, segundo alguns desavisados, foram descaradamente manipuladas e alteradas em favor da presidenta. Quanta criatividade! 

Impeachment. É o que a nova geração de brasileiros querem. Caia fora Dilma! É o que mais se vê nas redes sociais. Movimento "Caras Pintadas - a Revanche" está sendo organizado pra março. Porque ninguém pode perder o feriado de carnaval, claro!

Nós pagamos pelos nossos atos, já disse em textos anteriores que a lei da semente é implacável. Os bons pagam pelos maus, e muito raramente, os maus pagam pelos bons. E convenhamos, estamos atravessando um ciclo econômico e moral bem delicado nos últimos tempos. Reclamamos que vivemos presos no trânsito, mas somos o trânsito. Reclamamos da crise hídrica, mas continuamos a lavar nossas calçadas, carros e quintais. Reclamamos do aumento na energia elétrica, mas deixamos todas as luzes acesas, e demoramos no banho, como se tivéssemos encardidos.

Meu namorado vive dizendo que brasileiro tem memória curta. E ele bem que tem razão. Esquecemos o essencial e fazemos manifestações por R$ 0,20. Eu sei, no fundo todos nós acreditamos no futuro da nação, mesmo com escândalos, CPI's, e barracos afins. 

Falei tanto de politica, crises e manifestações, que deixei de lado o assunto principal desse texto. Meu ciclo que termina e deixa muita coisa boa como lembrança. Amizades construídas com base na saúde  - lembrando que nem só os exercícios ajudam a mantê-la, mas as risadas são um acessório fundamental para preservá-la. Vou sentir falta dos culotes, pelancas e barriga negativa (porque alguém tem que dar o exemplo para as foras da lei culinária, né?). E vem aquela velha história de que, geralmente você nunca acha o que procura, o que tem um fundo de verdade, pois eu encontrei exatamente o que procurava, e de quebra, ganhei três amizades, que fizeram das minhas terças e quintas a maior descontração de todos os tempos. 

Crises e manifestações passam. Mas as amizades, essas sim, ficam e agregam, passe o tempo que passar.

Meu muitíssimo obrigada à Cá, Flá e Lu. 

quarta-feira, 4 de fevereiro de 2015

Hoje vai ter festa na floresta


Hoje o pequeno Arthur completa um aninho. Um ano que se passou muito rápido e com certeza foi bem colorido para todos nós que temos o privilégio de conviver com ele. Se eu estou feliz? Sinceramente? Não muito. Ele está crescendo, o que é uma maravilha; está repleto de saúde, o que é uma benção; não dá um pingo de trabalho, o que é um alívio, mas está crescendo. Mas meu coração anda apertado, principalmente quando eu vejo que aquelas coxas e bochechas gorduchas estão "sumindo", os dentes nascendo, as palavras surgindo e a independência aparecendo.

As perninhas já estão quase firmes e há algum tempo os primeiros passos foram dados rumo à liberdade de não precisar mais do andador. Palavras? Dá diz meia dúzia compreensíveis e  milhares numa língua que só ele entende, mas que é uma delicia de escutar. As mãozinhas ágeis que querem explorar botões, celulares, notebooks, potes e panelas. Olhos astutos que observam pequenos detalhes. Os cabelos loirinhos que nas pontas viram cachos, que ao luz do sol brilham tanto que é a coisa mais bonita de se ver.

Entre todas as crianças que eu já conheci e convivi na minha vida, é o único que ostenta um bom humor energizante. Diplomático, recebe à todos com um sorriso de sete dentes no rosto e gritos de alegria. Audacioso, não se intimida em provar novos alimentos, mesmo que esses sejam azedos (Tive a honra de presenciar sua careta indescritível ao provar uma laranja - o que eu espero que ele não goste). Charmoso, faz caras e bocas e alguns olhares fatais para conseguir um colo ou uma mão que o conduza para ir mais além, explorar o desconhecido, ou simplesmente ver o movimento da rua. 

Daqui um ano, cá estarei eu, falando sobre a personalidade sendo formada, das perolas ditas e de suas brincadeiras prediletas, numa sessão nostálgica de papo furado e bajulação eterna. Pois bem, o pequeno é um primo com essência de sobrinho, que veio na hora certa para preencher a vida desses adultos com carência de uma bagunça na vida.O tic tac do relógio passa devagar quando ele está por perto, nos contagiando com uma alegria genuína e inocente que nos motiva a acreditar que o futuro que está logo ali, vai ser bacana e esperançoso.

Qualquer dia desses ele vai aprontar alguma trakinagem, que fará sua mãe entrar em desespero, assim como tios, primos e avós, mas depois todo mundo cairá na gargalhada, questionando a astúcia do guri. 

Mas por hoje eu fico com a nostalgia desses últimos 12 meses de evolução desse pequeno, e abraça-lo enquanto ele ainda não reclama dos abraços da Tia Felícia. Mas apesar de querer evitar que ele cresça e se torne um belo homenzinho, não vejo a hora dele me confidenciar qual o seu livro favorito e que fica lendo escondido quando perde o sono.