Uma vez, escutei uma pessoa
(infeliz, em minha opinião) dizer: ”Viajar, pra quê?”. Meu sangue ferveu.
Fiquei quieta, engoli a seco. Deu um sorriso irônico, e apenas disse: “Pois é!”.
Explico:
Viajar é bom pra mente, é bom pro corpo, é bom pro humor. É bom pra aprender
uma nova língua, uma nova cultura, pra quebrar preconceitos, provar novas
comidas, andar sossegado, ver o sol se por de uma montanha, uma praia, um
deserto.
Viajar
é bom pra quem gosta de desvendar o mundo, pra quem gosta de tirar férias de
tudo, pra quem gosta de se permitir o melhor.
Viajar
é cultura, é riqueza, é sabedoria. Quem viaja, é mais rico que muita gente. É
mais inteligente, é mais aberto ao mundo. É permissível, é curioso, enfim,
viajar é só pra quem tem coragem!
Ora
bolas, coragem de que? Coragem de enriquecer interiormente, coragem de ir à
busca do desconhecido. Coragem pra pular de pára-quedas. Coragem de nadar com
tubarões. Coragem de comer aquele vatapá e acarajé, que você não comeria por
nada, pois estragaria sua dieta. Coragem de andar de chinelo, até menos
descalço.
Eu
tenho mil e um motivos para explicar porque gosto tanto de viajar. Independente
de onde seja. Se for pra praia, to dentro! Pra montanha? Já estou lá com minha
mochila nas costas. Amo o frio. Amo o calor. Adoro as flores da primavera,
assim como, as folhas secas do outono.
Adoro
conhecer gente nova, sua cultura, seu paradeiro. Adoro provar comida nova.
Adoro andar sem me preocupar com a vida. Amo de paixão ver o por do sol na
beira de uma praia, assim como também, no alto das dunas de Floripa. Amo nadar
com os peixes, mas sou fascinada em voar com os pássaros.
Desvendar
o mundo é meu sonho de consumo. Por ele vivo, por ele trabalho, por ele luto!
Agora
respondo sua pergunta, caro infeliz: Viajar, pra quê? Viajar, pra que o mundo
veja que eu sou dona de tudo isso, e que eu quero ver tudo que eu tenho
direito. Que eu conheça todas as culturas que eu tenho direito, para que eu aumente
minha bagagem, por eu tenho direito. Ser infeliz, pra quê? Se meu mundo me dá
muitos motivos para eu adorá-lo.
Finalizo,
com uma frase perfeita que Martha Medeiros soube descrever perfeitamente: Eu teria uma dúzia de razões para explicar porque gosto tanto de viajar, mas por hoje fico somente com esta: pela alegria de viver e pela falta de frescura.
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