sábado, 23 de novembro de 2013

Quebra-cabeças


Gosto muito de quebra-cabeças, ficar ali, procurando pecinhas que se encaixam, dando um resultado final deslumbrante, para depois enquadrar e colocar na parede, como um troféu por tamanha paciência e determinação. Mas não dá para brincar de juntar pecinhas quando um copo se espatifa pelo chão. Corrigindo, até dá, mas o resultado final não é tão deslumbrante como um quebra-cabeças montadinho. Dá para ver cada remendo, tem lasquinhas de nada que se escondem, debaixo do fogão, geladeira, mesa, transformando aquele copo, deixando marcas de que, ele não é tão novo assim, e que já caiu. Ele não é mais o mesmo copo.

A mesma coisa acontece com a gente, após cada queda, quando levantamos, já não somos mais os mesmos. Quando quebramos um pé ou um braço, por mais que fiquemos quietinhos, seguindo religiosamente a recomendação médica, os ossos não colam exatamente no mesmo lugar, e aquele osso, nunca mais será o mesmo. Amadurecemos a cada tombo ou tropeço. Aprendemos que, a partir daquele momento, nada será como antes. O braço, não poderá ser tão forte quanto antes, e o pé, não ter tanta firmeza. A cautela é adquirida, e aprendemos, mesmo que de forma forçada, a optar por outros caminhos, readaptarmos nossa vida, mesmo que essa readaptação seja difícil, restrita.

A positividade, ajuda e muito. Assim como a paciência e a perseverança de que, logo menos, cada pecinha se encaixará, a recuperação será rápida, e por mais que nada seja como antes, a nova fase será de grande aprendizagem e crescimento, onde haverá superação e descobertas, que só agregarão.

Em determinado momento, nossa vida vira um quebra-cabeças - incompleto. Precisamos achar cada peça, e juntá-la a sua parte compatível. E não dá para ver o resultado final de imediato, cada peça é colocada dia a dia. Algumas pessoas podem nos ajudar - mas nunca podem montar por nós, mas na maioria das vezes, essa montagem é feita de forma individual.

Depois de cinco anos, reencontrei velhas peças da minha vida que estavam escondidas: a bota e as muletas. Hoje, elas são peças fundamentais no meu quebra-cabeças voltaram para me ensinar que a paciência é mais sábia que a agilidade, que a gratidão é mais sábia que a reclamação, e que há tanta beleza ao meu redor, que eu não preciso ficar correndo contra o tempo para me sentir eficaz.  E que há males, que vem para o bem.

Uma peça - ou um passo - de cada vez. A vida é assim, um quebra-cabeças sem fim.

segunda-feira, 18 de novembro de 2013

Impunidade? Que nada!


E 15 de novembro de 2013 entrará para a história do Brasil. Feriado de Proclamação da República, eu sei. Mas não estou falando sobre o trânsito caótico que aconteceu nas principais rodovias de São Paulo que levam até o litoral - que merece um até um texto aqui - para falar de como o paulista gosta de estrada (acho que o texto rende mais, depois que sair o saldo final do retorno do feriado). Mas essa data entrará na história, porque a justiça brasileira tarda, mas não falha. (Embora eu tivesse certeza, que nem da morte, que ia falhar).

E pra quem estava querendo ingressar na carreira politica, com a intenção de roubar, tramar, aprontar poucas e boas e sair impune, pois acreditava cegamente que nada ia acontecer, se ocorresse um processo, logo iria caducar e pronto, poderia voltar a roubar com a maior cara deslavada do mundo... Tenho uma má notícia para você, e uma ótima notícia para todos os desacreditados deste país.

A quadrilha está na cadeia. Colarinhos brancos, de cabeleira branca (outras tingidas) estão atrás das grades. Nem um feriadinho prolongada retardou o acontecido. Quem são esses? Os réus do mensalão. Tem um que está foragidos é claro, pois tem gente que não gosta de assumir as consequências dos próprios atos, e se escondem. Mas brasileiros assim como eu, podem respirar aliviados: A justiça vale para todos. A antiga cúpula do PT caiu, mas não estou aqui para falar de politicagem - porque não importa qual é o partido - o importante é representar adequadamente a sociedade. Mas pra aqueles que se achavam os maiorais de Brasília - José Dirceu, Delúbio Soares, José Genoino, até mesmo, dedo-duro como Roberto Jefferson - a casa começou a apresentar rachaduras há anos, mas caiu de vez agora. 

A questão nem é estar feliz com a desgraça alheia, mas é ver que, a lei não se faz valer apenas para ladrões de galinha, batedores de carteira, para pessoas pobres e mal defendidas - a lei é aplicada para todos - sem discriminação. E esses caras, que fizeram a festa na capital federal, terão que pagar, um pouco, pelo menos, dos pecados cometidos e das ofensas feitas contra cada cidadão brasileiro. 

O STF também, resolver reverter a imagem de que estavam sendo enrolados, acabaram com o toda essa lentidão, e o constrangimento que estavam causando com todo esse atraso. O velho bordão, que vem a calhar perfeitamente na situação: A justiça tarda, mas não falha. neste caso, a justiça não falhou e nem tardou.

Enquanto os mensaleiros, um a um, vão seguindo para a nova moradia, explodem casos de corrupção por todo o país, que causam indignação - nosso dinheiro, de impostos absurdos, estão satisfazendo a corrupção alheia, sendo revertido em casas, carros e hotéis de luxo, enquanto nós, temos que renunciar, dia a dia, coisas pequenas para realizar pequenos sonhos em suaves prestações, para conquistar um pouco de nossos sonhos - de forma honesta.

No dia 13 de novembro de 2013, o partido 13 entrou pelo cano. Coincidência ou não, de nada adiantou os melhores advogados, evitar gato preto e escadas. A ida até a "nova" residência foi no avião da policia federal, embora o camburão fosse o meio de transporte mais digno para tal situação. Ainda sairá noticias, do ex-presidente aquático, dizendo que não sabia (como sempre!) das prisões - alegando, suponho, que estava viajando e não teve tempo para os jornais. Tudo bem, isso não vem ao caso, no presente momento, mas o fato da fila estar andando, e a lição está sendo dada aos corruptos, resgata a esperança que de que justiça está sendo feita e, logo menos, mais cabeças rolem.

"Mas, se ergues da justiça a clava forte" - No Brasil, quando não é na base do porrada, é na expedição de alvarás de prisão.

sábado, 16 de novembro de 2013

Já é?


Nas últimas semanas os veículos de fofoca vem dando um certo destaque para a separação da Grazi com o Cauã (atores, que eram casados, e blá blá blá). Grazi reclusa, Cauã baladeiro. A última noticia que saiu foi falando que Cauã está feliz após o fim do romance. Que legal! O cara sai sorrindo numa foto, então quer dizer que ele está feliz da vida com o termino do casamento? Tem muito jornalista por aí, que não sabe o que é conteúdo, gasta anos da vida sentado numa cadeira em qualquer universidade, para depois pegar o diploma e ficar falando da vida alheia, escrevendo frases com tons de maldade, fugindo da realidade. Dai você lendo esse texto, começa a pensar, porque logo eu, que to atirando pedra, leio as noticias? Porque há certos momentos da vida que, é necessário ler um pouco de futilidade. Mas até nisso há limites.

Se eles se separaram por uma traição ou não, se eles querem falar ou não sobre isso, se estão feliz ou não, é apenas problema deles. Daí, pessoas que se acham jornalistas, passam dia e noite, plantadas em lugares estratégicos, para colher informações ou fotos para escrever uma história qualquer. Desvalorizando a própria carreira, quando podia estar escrevendo um livro que agregue na vida dos leitores - e a própria carreira. 

As pessoas tem o direito de simplesmente seguirem em frente quando um relação não dá certo ou um ente querido morre, não tem obrigação nenhuma de ficar chorando todos os dias, assim como, dar satisfação de cada novo acontecimento. Lógico que, quando as pessoas tem uma profissão que os coloca em evidencia, todo mundo tem uma curiosidade sobre a vida. A vida alheia é um entretenimento, quando a nossa não dá conta do recado. 

A má qualidade da interpretação da fisionomia das pessoas, gera uma sequencia de suposições nos observadores de plantão, que chega a causar estragos. Nem todo baladeiro é feliz, nem todo caseiro é depressivo, nem todo mundo procura uma alma gêmea. Tem gente que é feliz sozinho, outros não. Nem todo sorriso é de felicidade, assim como nem todas as lágrimas são de tristeza.

Chega de julgar as atitudes dos outros, e foque na sua. Não é que eu esteja julgando, é que eu simplesmente não entendo como, um profissional pode viver em função de destruir lares e reputações.  

Mas a questão é: até quando vale a pena viver em função da vida alheia? 

quarta-feira, 13 de novembro de 2013

O mundo está ficando chato


As crianças de hoje em dia não sabem se divertir como as crianças de antigamente. Eu, sei bem disso. E você, também. As diversões de antigamente envolviam ações reais, como correr desesperadamente - em bando - depois de apertar a campainha da casa de um desconhecido. Pular corda e amarelinha. Dar cambalhotas e virar estrela. Brincar de pega-pega, esconde-esconde, burro (ou mula?) cego. Andar de bicicleta na rua, sem capacete, joelheira, cotoveleira. As crianças de hoje em dia, são vidradas em tablets e computadores, numa diversão digital que não traz interação. Mas a culpa são dos pais. E nada de fazer essa cara de desentendido, que acabou de ser ofendido em último grau. Proteção demais, gera debilitação. Crianças precisam cair, gritar, gargalhar, se sujar, ganhar ralados, mergulhar na terra ou no barro. Precisam ser crianças. Jogar bola, brincar na balança, gangorra, acampar, fazer piquenique, escalar uma árvore. 

Ok, eu sei, o mundo mudou, hoje tem mais carros nas ruas do que antigamente, tombos na terra eram menos dolorosos que no asfalto, a qualidade do leite não é como antigamente, pois se crianças se quebrarem virando uma cambalhota, pode demorar para os ossinhos se juntarem, não dá mais para apertar a campainha e sair correndo, pois a maioria das casas tem câmeras de segurança, não dá para passar trote porque o identificador de chamadas foi inventado. Sim, o pessoal grande ai, boicotou muito a diversão da garotada nos últimos tempos. 

Falta os pais se sentarem nas calçadas com seus filhos, para tomar sorvete e contar os carros pretos e vermelhos que passam. Deixar a criança se lambuzar de sorvete, raspar a tigela com a massa do bolo, acampar na sala, fazer das panelas sua primeira bateria. Está faltando os pais interagirem com as crianças, deixando seus celulares ultra modernos de lado, e voltarem ao mundo real - lendo uma história, brincando de bonecas ou carrinhos. 

O mundo está ficando chato com tanta tecnologia solta por ai, não que a tecnologia seja algo ruim - num todo não é - mas em parte, sim. A tecnologia veta os relacionamentos interpessoais, muita gente prefere a companhia do seu Iphone do que de um amigo. São conversas interrompidas porque uma mensagem chegou, ou porque precisa responder com urgência um e-mail. Falta interação, diálogo, desplugar um pouco. Enquanto as pessoas - nisso incluo crianças, adolescentes, adultos -, não souberem aproveitar melhor seu precioso tempo, com coisas que realmente agregam, o mundo vai ficando cada vez mais chato, robotizado, internetizado - um saco! 

Está aí uma manifestação que podia infestar as ruas, não só do Brasil, como do mundo - o direito de se divertir sem a tecnologia. Crianças, lutem por seus direitos de subir em árvores, se sujar de terra, ficar fedido de suor, de se ralar brincando, de fazer das cadeiras da cozinha seu castelo! Nada de transformar esse mundo, em um mundo chato, estamos entendidos?

segunda-feira, 11 de novembro de 2013

Minhas muitas profissões


Desde pequena eu fui multi uso. Queria ser tudo. Paquita, dona de doceria, atriz, guia turística, dentista, veterinária, balconista, cantora, policial, jornalista, garçonete, dona da fábrica da trakinas. Era tanta coisa, a todo tempo que, minha mãe se cansava de tanta dúvida. 

Aos 03 anos queria ser cozinheira, pra comer tudo primeiro; aos 04 anos, queria ser cantora que nem a Xuxa, Angélica, Eliana, Sandy, e também, paquita, atriz; aos 05 anos motorista de ônibus, pois queria passear o dia inteiro; aos 06 anos, queria ser dona de doceria, pois poderia comer todos os doces de graça; aos 07 anos, queria ser dentista; aos 08 anos, uma bruxa; aos 09 anos, dar boa noite pelo Jornal Nacional; aos 10 anos, não queria ser nada; aos 11 anos, queria ser uma genia e não precisar sequer estudar; aos 12 anos, queria ser delegada; aos 13 anos, veterinária; aos 14 anos, juíza; aos 15, 16 e 17 anos, jornalista - mas tipo Zeca Camargo, pra dar a volta ao mundo; aos 18 anos, estava eu cursando Direito. Fim das dúvidas? Inicio de todas elas!

Hoje sou secretária, empresária, administradora, consultora, escritora, guia turística, corretora de imóveis, investigadora. E minha mãe ainda não tem paciência com toda essa indecisão. 

Indecisão ou não, depende do ponto de vista. Na segunda, sou secretária; terça, administradora; quarta, corretora de imóveis; quinta, consultora jurídica; sexta, escritora; sábado, guia turística; domingo, investigadora. Tá vendo a diversidade de função? Não tem como alguém reclamar de tédio, rotina, marasmo. É tudo muito diversificado. E isso, só são os oficiais. Tem dia que ataco de bombeira, tapa buraco, diplomata, tradutora, psicóloga, arquiteta, contadora, faturista, advogada, delegada, ambientalista, historiadora, faxineira. Desde capitã do BOPE até office girl. 

Mas eu ainda quero ser tanta coisa! Dona de livraria ou restaurante, diretora, professora, taxista, dubladora, estilista. Viajante ou turista? Tanto faz!

E eu me achava a maior problemática do planeta por não saber o que eu queria ser quando eu crescesse, percebi que não há problema nisso. Problema seria se, eu empacasse em querer ser só operadora de caixa e morresse nisso. É normal querer ser mais do que ontem, cantar o hino dos descontentes e correr atrás de realizar todos os sonhos de uma vez só. Desistir ou tentar. O que vale é ter alguma segunda, terceira, quarta, e até quinta opção, saber lidar com as mudanças de tempo. 

Talvez eu seja a verdadeira garota propaganda do sabão em pó OMO, pois sou multi ação. Mas eu não ligo quando as pessoas me perguntam: "Já tirou a OAB?". Não, não tirei, porque ela não me convenceu o suficiente de que me merece em tal categoria. 

Faz parte da vida ser um Faz-Tudo. Ser clinico geral, embora esteja fora de moda, é o que salva quando o sapato aperta. Ser especialista é bom, mas restringe muito. De restrição, já bastam as que a lei impõe.

quinta-feira, 7 de novembro de 2013

Ai, mudança...


A gente não faz ideia de como mudou até que a mudança tenha acontecido. Não só fisicamente, mas no interior também. Eu, por exemplo, mudei de um jeito drástico, tudo em mim é diferente do que era antes: opiniões, ideais, visão crítica. Por dentro, por fora, nada é igual. Mas posso assegurar, já que é verdade: mudei para melhor.

É difícil se ajustar a realidade, com as censuras que a sociedade impõe, os preconceitos que o círculo de convívio prega, mas é algo completamente possível. Dói ter que renunciar a inúmeras comodidades em pró de um sonho de vida. Dói escutar certas verdades, quando a maturidade não está completamente formada. Dói ser censurada, quando, na sua percepção, está fazendo tudo direitinho. Um dedo na quina dói, uma pancada na cabeça também. Até um banho de água fria, num entusiasmo alucinante, dói. E da dor, surge a mudança, porque na alegria, ninguém quer mudar. E toda mudança, por pior que possa parecer, ajuda na evolução. 

Tudo na vida é difícil, é a nossa motivação em sempre querer superar tais dificuldades, faz com que, as coisas se tornem fáceis. A coragem de seguir em frente, deixando o medo de lado e a insegurança de escanteio, é o que torna a vida mais bela. Mudar o ângulo, a posição do sofá, a vaga do estacionamento, a forma de pensar e de se expressar - isso ajuda. 

A mudança parte da gente, direta ou indiretamente. A opinião vai se modificando, conforme mais conhecimento adquirimos em determinado assunto. Muitas vezes, os fatos exteriores nos forçam para essa tal mudança - mesmo contra nossa vontade. 

As estações do ano mudam, nossa fisionomia também. As tendências, as rotas marítimas e aéreas. Mudar não é tão ruim assim, ruim mesmo, é viver estagnado em um mundo que não existe mais. 

segunda-feira, 4 de novembro de 2013

1945


Não é novidade para ninguém que, 1945 foi um ano marcante para a história mundial. Foi dado um fim para a Segunda Guerra Mundial, assim como, liberdade para todos os judeus que sofreram atrocidades nesse período, graças a falta de escrúpulos dos nazistas. 

Bom, vários livros foram publicados, com relatos de sobreviventes. Um deles, que a autora não sobreviveu, foi Anne Frank, uma jovem que morava em Amsterdã, e conseguiu se esconder por um longo período em um anexo secreto, com sua família e amigos, até serem descobertos. Ela relatou no seu diário, sua vida na guerra, assim como, os momentos difíceis por qual passou. 

Ela faleceu em 1945. Há exatamente 68 anos atrás. Em umas das passagens de seu diário, o que me chamou muito a atenção, era a vontade que ela tinha de ser escritora e viver após a morte.

Segue trecho do Diário de Anne Frank:

" Sou minha crítica melhor e mais feroz. Sei o que é bom e o que não é. A não ser que você escreva, não saberá como é maravilhoso, eu sempre reclamava de não conseguir desenhar, mas agora me sinto felicíssima por saber escrever. E se não tiver talento para escrever livros ou jornais, sempre posso escrever para mim mesma.

Não quero que a minha vida tenha sido em vão, como a da maioria das pessoas. Quero ser útil e trazer alegria a todas as pessoas, mesmo aquelas que jamais conheci. Quero continuar vivendo após a morte! E é por isso que agradeço tanto a Deus por ter me dado esse dom, que posso usar para me desenvolver e para exprimir tudo que existe dentro de mim!"

Vejamos, 68 anos após sua morte física, ela está mais viva do que nunca, através dos livros que estão sendo lidos em cada canto do mundo. Sua história é mundialmente conhecida. 

Uma pessoa muito sábia me disse certa vez, que morremos quando ninguém mais lembra de nosso nome, nossa história, nossa fisionomia. Anne não morreu, ela é um grito de esperança que brotou em meio às trevas, e conseguiu ecoar através de décadas. Dando voz há uma época nevoenta, que poucos sabemos sobre detalhes - apenas um apanhado geral.

Ela teve talento para escrever o diário, que logo virou um livro. Tornou-se uma escritora, conforme sonhou, embora seu sonho tenha se realizado apenas após sua morte. Outro sonho realizado: Sua vida não foi em vão. Foi bastante útil em cada palavra usada no diário, trouxe alegria para as pessoas - que nem conhecia -, assim como, verdades que talvez nem viessem a ser conhecidas caso esse diário tivesse caído nas mãos dos nazistas. 

História contada sob um olhar diferente, vale pela leitura, reflexão, e pela riqueza de detalhes, onde retrata o ser humano, como de fato ele é, com sonhos, ódios, medos, imperfeições, fraternidade e esperança.

sexta-feira, 1 de novembro de 2013

Sem inspiração


Tem dias que acordo sem uma palavra na cabeça. Sem inspiração alguma. Sento em frente ao computador e nada vem na cachola para escrever. O primeiro parágrafo não sai. Dai olho para o livro do José Saramago e fico perplexa: Como é que ele conseguia escrever um parágrafo de três folhas? Fora aquela palavras que nunca li e nem ouvi na vida. O cara era um poço de inspiração. E eu? Não tenho nem uma poça de palavras.

Daí, do nada, surge uma ideia brilhante. Já desliguei o computador, o tablet tá longe, e nada de papel e caneta por perto. A ideia brilhante foi embora, e fico eu novamente, de mãos, aliás, de mente vazia, a espera de uma luz ilumine a escuridão e falta de criatividade que me domina.

Saio pelas ruas à procura de um assunto. Sobre os namoricos de adolescentes? Não, muito complexo. Sobre o excesso de carros? Já escrevi sobre isso. Sobre família? Vixi! E fico ali, caçando palavras, que se tornam desconexas, não forma um texto bacana de se ler e refletir. 

Dai, parada no trânsito, começo a pensar sobre o holocausto, o casamento gay aprovado, falcatruas do governo, minha próxima viagem, as tarefas do dia seguinte, amigos de infância, e o pensamento corre solto. Vejo um cachorro sentado na calçada, um senhor andando curvado, uma criança fazendo birra com a mãe, pássaros voando - e um avião também. Motoqueiros cortando o trânsito, o casal do carro ao lado brigando por causa de uma frase mal colocada, o ônibus atrás lotado. Vou escrever sobre isso e sobre aquilo. Aquela outra coisa ainda não, preciso formar uma opinião melhor. 

E eu, que nos últimos dias, andei caçando algo pra escrever, pra abrir o penúltimo mês no ano com chave de ouro, mas bateu foi um cansaço. Um cansaço do ano que teve mais turbulências do que todas as aeronaves do planeta. Mas um ano que teve muita coisa boa, realização de sonhos, mudança de rota, crescimento.

A falta de inspiração é uma consequência do excesso de cansaço. Um banho de mar resolve? E como! Mas a reta final, sempre é a mais difícil. Exige o máximo de você, tanto em paciência, quanto em desempenho. Esses lapsos de falta de criatividade, sei que são passageiros. Logo menos estou aqui, jorrando palavras com ou sem sentido.