terça-feira, 29 de julho de 2014

Bum Bum Bum ... O Castelo Rá-Tim-Bum!



Nesse fim de semana que passou, fui verificar de perto no Museu de Imagem e Som "Castelo Rá-Tim-Bum - A exposição". E foi uma experiência inigualável. A série foi ao ar de 1994 à 1998, logo fez parte da minha infância e de muitos outros novos adultos à solta por aí. Quem nunca desejou entrar no quarto do Nino através da porta giratória? Quem nunca adivinhou as charadas malucas do porteiro? Quem nunca cantou: "Passarinho? Que som é esse?". Pois bem, lá na exposição você pode conhecer cada compartimento do castelo.


A exposição é válida tanto para as crianças quanto para os adultos, mas nem todos os objetos podem ser tocados - pois muitos são da própria série. Logo na recepção tem uma Maquete gigantesca do Castelo. Aqui fica minha parabenização pública à equipe que a desenvolveu - Perfeita!




Klift Kloft Still... A porta se abriu! Bora conhecer o castelo?





Para conhecer todos os compartimentos da exposição gastei mais ou menos 50 minutos. Se você for o tipo de pessoa louca-desvairada-estarrecida por fotos, certamente gastará o dobro - ou mais - do tempo. Experiência própria: Você quando passa pelo porteiro acaba mergulhando naquele mundo e só quer observar, e nem se dá conta de que possui uma câmera nas mãos! Sim, eu tirei muitas fotos (nem todas estão aqui, pois havia ambientes escuros e as fotos não ficaram legais! =(

Detalhe importantíssimo: É proibido filmar e as fotos tem que ser sem flash. 

O tour começa na entrada do Castelo com o Porteiro. A partir daí, prepare-se para entrar num túnel do tempo e relembrar todas as músicas que você jurava de pés juntos que não lembrava. Logo após a incrível recepção do porteiro você será recepcionado por ninguém mais, ninguém menos que o Nino! Dali por diante, você conhecerá o bibliotecário Gato Pintado e a fantástica biblioteca (que dá uma invejinha em qualquer admirador de livros), o laboratório dos cientistas Tíbio e Perônio, a Oficina do Dr. Victor (onde tem o par de botas falantes e o Nino fazia suas trapalhadas), encontrará o Mau ( com sua gargalhada fatal) e o Godofredo nos encanamentos...

Ah... e quem é que lembra da Sala de Música acoplada com a Sala de Lareira? Pois bem... ela está lá... toda linda e impecável. Sim, lá é um dos poucos lugares onde quase TUDO pode ser tocado. Você pode até se dar ao luxo de descansar por lá! (Muitas escadas, fora que o lugar precisa de um tempinho extra para ser admirado!).

E como nos episódios da série... Sim, o Etevaldo também dá o ar da graça. Mas a diferença é que nós é quem vamos ao encontro dele ao espaço sideral. 

O saguão do Castelo, sem dúvidas, é o lugar mais aguardado por todos os visitantes. É através dele que temos acesso à cozinha, ao quarto do Nino e ao quarto da Morgana. Que se jogue no chão primeiro aquele que NUNCA sonhou em estar em tal lugar. Lá ficam expostas as roupas do Nino, Zequinha, Pedro Biba, Penelope e Bongô. 

O quarto do Nino, todo decorado de Gibis do Calvin em vários idiomas (quando eu disse "todo" eu incluo chão, paredes e teto, viu?), lá quase TUDO NÃO pode ser tocado, por serem peças originais. Então se você imaginou que ia fazer a mesma bagunça que eles faziam, pode tirando toda sua cavalaria da chuva.

Tchan, tchan, tchan. O quarto da Morgana sempre foi a minha paixão (adoro bruxas, só pra constar), e como ele aparecia tão pouco nos episódios da série, fiz questão de desfrutar e gastar um pouco mais do meu tempo nele. Lá é um dos ambientes que mais tem peças originais, e mais completos (na minha opinião), logo depois do saguão. Lá quem dá as boas vindas é a gralha Adelaide. 

Tem o Ninho... Daí você pode ficar cantando com os passarinhos e decifrando quais os sons que eles estão tocando. Se quiser, e a vergonha não te vetar, pode até "fazer parte do ninho deles. Do ninho, você pode ir direto ao Lustre visitar as fadinhas Lana e Lara. E pra fechar com chave de ouro? O Dr. Abobrinha! 


O preço da exposição é muito justo. Aqui em São Paulo, coisas bem planejadas e estruturadas como esse vento geralmente são caras, então vale a pena ficar na fila para aproveitar essa oportunidade única. Toda Criança-Adulto que teve sua infância um pedacinho dessa diversão deveria ir lá resgatar um pouco do lúdico que ficou para trás. 


Ficou curioso? Também quer ir? Não sabe onde que é? Calmaaaa! Vamos aos dados necessários! =)

Local: Museu da Imagem e do Som (MIS)
Endereço: Avenida Europa, n.º 158 - Pinheiros - São Paulo/SP.
Horários: Terça à Quinta das 11:00 às 21:00h / Sábados das 09:00h às 23:00h / Domingos das 09:00h às 20:00h.
O custo para ter acesso à exposição: R$ 10,00 (Inteira) e R$ 5,00 (Meia) e os ingressos são limitados. Tem que chegar cedo (antes das 10:00h) enfrentar a fila para comprar o ingresso (lá é por sessão.. então vá preparado para passar o dia) e depois uma outra fila para entrar na exposição de acordo com o seu horário. No site Ingresso Rápido é possível comprar ingresso (embora esteja bem difícil, estão liberando apenas lotes de 50 ingressos por dia), mas o valor é de R$ 30,00 (inteira) e R$ 15,00 (Meia). A vantagem de comprar pelo site é que você não precisa pegar fila.
Alimentação: Do lado do museu tem o Chez MIS, um bistrôzinho. Lá as coisas não são muito baratas, então pra quem vai encarar a fila e comprar o ingresso na hora, vale a pena levar umas guloseimas pra disfarçar a fome. Tirando esse bistrô, não tem outras opções de alimentação. (Quando eu saí de lá tinha chego um carro de hot dog). 
A exposição vai até o dia 12/10/2014 (Dia das Crianças!), então dá tempo para você se programar e ser feliz! =)


segunda-feira, 28 de julho de 2014

5 motivos pelos quais morar sozinha acabou com a minha vida


Sou fã de listas, entretanto, nenhum um pouco de títulos apelativos. Mas, por mais que eu vasculhasse em minha mente não consegui nada que descrevesse tão bem o que a sensação de morar sozinha deixou em mim. Decidi por conta própria que era hora de morar sozinha, ter meu próprio espaço, minha própria decoração. Ok, chega de enrolação e vamos à lista!


1-) Morar sozinha liberta!

Sim, liberdade é tudo que desejamos na vida, mas morar sozinha liberta de muitas convicções limitadas e conceitos bestas. Te liberta de qualquer obrigação. Você sai e chega na hora que quiser, os móveis ficam onde você bem entender e suas refeições dependem exclusivamente de você. Assim como, liberta a imaginação: você começa a sentir uma motivação desfreada pela praticidade na cozinha e uma decoração sua cara. Não precisa necessariamente gastar mundos e fundos, mas ter um olho clinico e pés no chão, é meio caminho para poder ter uma casa que seja sua cara!

2-) Morando sozinho, somos mais nós mesmos.

Que atire a primeira pedra quem nunca escutou o grito da mãe ecoar pela casa por não ter arrumado a cama, ou ter esquecido a toalha molhada encima da mesma? Sim, eu já passei por isso. Ter a casa toda zoneada não é ser autentico, mas há bagunças que mostram personalidade e são como uma marca registrada. Na minha casa, por exemplo, você encontra facilmente livros espalhados em todos os cômodos. Como sou apaixonada por livros, dei a liberdade para que eles fiquem onde bem entender! Nossos objetos podem ser colocados onde acharmos melhor, e nada precisa necessariamente estar em sincronia. Quebrando as barreiras da zona de conforto, você encontra uma nova zona de conforto só que com as consequências de suas decisões. Uma vez que se sai da zona de conforto, é difícil voltar para ela. Ou seja, uma vez que se sai da casa dos pais, fica difícil voltar para lá e voltar a ser o que se era antes - você mudou.

3-) É bom ser anonimo

É muito bom morar em um lugar onde ninguém de conhece. Vizinhos de faces desconhecidas, ruas diferentes. Você passa por ali e ninguém sabe seu nome, de onde você veio, o que faz da vida. Mas lembre-se que isso é temporário. Sempre haverá uma Dona Fofoqueira e uma Dona Encrenca no pedaço. Usufrua de seu anonimato o quanto puder, ou enquanto essas peças não tentarem invadir seu espaço.

4-) Você vai conseguir guardar dinheiro, mas não como antes.

Experiência própria: Quando se mora sozinho, você começa a olhar mais as vitrines de decoração do que as de roupas. Nasce, de uma forma inexplicável e irremediável, uma paixão por deixar sua casa toda bonitinha. Isso não precisa ter um custo muito alto, só um pouco de criatividade. Mulheres que acompanham o blog sabem, tudo que é diferente, logo se encaixa na casa. Seja a decoração de cozinha de coruja ou pinguim ou galinha (No caso a minha, optei pelo tema carnaval - tudo colorido, junto e misturado), ou um quadro para colocar vida nas paredes. O dinheiro que antes era poupado (pois sua mãe cuidava da decoração), passará a ser gasto com seus gostos decorativos e gastronômicos.  

5-) Ser independente vicia

Sim, quando você descobre que consegue fazer a própria comida ( e ela fica estupidamente boa), lavar as próprias roupas (sem elas ficarem duras de tanto sabão em pó), administrar os próprios recursos (sem passar fome, vontade, aperto) você começa a perceber o quanto é capaz (e nem imaginava que era! ) e como demorou em tomar tal atitude. 


Enfim, a pessoa que coloca uma mochila nas costas e parte para uma nova morada nunca mais será a mesma. A partir do momento que tomamos as rédeas de nossas vida, escolhemos sair de uma zona de conforto para entrar em outra onde o conforto será muito mais recompensador, evoluímos como pessoa e amadurecemos da forma mais sábia que se tem. Fácil não é, é preciso um pouco de coragem, um outro tanto de loucura e muita sensatez de saber que há vantagens e desvantagens. 

Morar sozinha acabou com a suposta vida que eu levava. Morreu uma Bruna e nasceu uma outra. A gente amadurece, acredita mais no próprio potencial e valoriza bem mais as próprias conquistas. Mostra verdades antes encobertas e ensina que a vida é muito mais que olhar pela janela do carro - a vida é para ser vivida - dia após dia.


(***Me inspirei no post "5 motivos pelo qual viajar acabou com a minha vida" do blog Uma boa dose ! =) )



quinta-feira, 10 de julho de 2014

Olha lá o julgamento...


Tempos atrás uma grande amiga me presentou com a oportunidade de conhecer o Coach. E nesses encontros rumo à minha evolução uma tecla era batida direto: O Não Julgamento. Que por menor que venha a ser esse julgamento, ele não deixa de ser um julgamento. Exemplos? Ok. "Como aquele cara é um desocupado! Liga no escritório direto!". Pois é, estamos pré julgando que o cara é um desocupado, chato de galocha, que não tem o que fazer e fica incomodando quem tem. Quando usamos a frase: "Ai que vergonha alheia!", também estamos colocando em prática o julgamento. 

A questão é simples: Todos nós estamos lutando em uma batalha nessa vida. E essa batalha alheia é algo que sabemos muito pouco a respeito - muitas vezes, quase nada. Você, por exemplo, deve acreditar que eu só fico na arquibancada observando a vida alheia e não tenho batalhas para finalizar. Mero engano. Cada um sabe muito bem das próprias batalhas, sejam elas internas ou externas. Pode ser um trauma de infância, uma inveja não admitida, uma perda mal resolvida. Pode ser tanta coisa, e com a nossa mesquinharia gratuita ficamos julgando, apontando dedos. 

No Coach se aprende que a empatia é uma forma muito mais fácil e transformadora de lidar com o julgamento do que o próprio julgamento. Julgar é uma forma limitadora de lidar com as circunstancias da vida e o pior de tudo, é se colocar em uma posição de superioridade que não existe. É fácil falar que fulano nasceu num berço de ouro e teve tudo de mão beijada, enquanto você tem que levantar às sete da manhã para realizar alguns dos seus vastos sonhos. Falar, julgar, propagar é muito fácil quando não se tem conhecimento da situação.

Eu, por exemplo, já usei tantas vezes a expressão "vergonha alheia" me referindo à amigos, parentes, conhecidos e até mesmo desconhecidos que, perdi a conta. E nem bastava ter vergonha alheia, tinha que compartilhar a tal vergonha. Como se a minha atitude fosse o exemplo do que é certo nessa vida. Você deve ter feito isso inúmeras vezes. Mas porque vergonha alheia se, a pessoa que está fazendo tal coisa não tem vergonha alguma? A vergonha é minha e não alheia. Daí ontem, assistindo as entrevistas dos torcedores sobre a lastimável derrota do Brasil na Copa do Mundo, um dos torcedores disse: "Isso é uma vergonha nacional, aliás, internacional, né?". Perder um jogo é vergonhoso? Por acaso, você estava em campo e fez tudo aquilo? A vergonha é da seleção, é só dela. 

Venho trabalhando muito perante essa postura, e digamos que eu evolui um pouco quanto a isso. Nem todo mundo tem um senso comum, até porque nem todo mundo é comum. E o legal é exatamente isso, cada ter suas opiniões e tentar fazer a diferença no mundo do seu jeito. Somos cretinos e preconceituosos, nos incomodamos com a felicidade alheia sem nenhum pudor (Daí alegamos hipócritas que a Alemanha nos humilhou em casa....). Ficamos ali, com dor de cotovelo julgando sem saber dos fatos, sem saber de nada, em suposições artificias e hipócritas que não abastecem em nada.

A diferença de culpa e vergonha é que a primeira, você se sente mal por determinada coisa que fez, pois fere seus princípios, já a segunda, você está mais preocupado com o julgamento alheio ( E pra garantir a repercussão do jogo, bisbilhotamos todos os jornais internacionais para saber o que eles acharam..). 

Quando julgamos, quando temos vergonha alheia, estamos ignorando a batalha que cada um tem. E isso não é nada legal, pois como já disse, não sabemos absolutamente nada a respeito dessas batalhas. Nos resta exercitar o não julgamento, a empatia e sermos legais (até mesmo com a seleção brasileira, gente!)

terça-feira, 8 de julho de 2014

Vaga-lume


Um dia desses cheguei em casa e não tinha energia elétrica. Daí descobri o quanto minha mãe é a pessoa mais prevenida do mundo e eu não. Sempre que faltava energia elétrica na casa dela, todos saíamos à caça de velas. E a gente achava vela na gavela do armarinho do banheiro, vela atrás do sofá, vela no altar dos santinhos que ela tanto agradava. Daí eu chego na minha casa e não tenho velas em nenhuma gaveta. Mas eu tenho uma lanterna, eu não faça ideia de onde, mas eu tenho. 

Mas a desvantagem do inverno é isso. Escurece cedo. E como eu vou achar a bendita lanterna com a luz do meu celular? Será um milagre. Mas eu resolvo desistir. Vai ser um parto de girafa tal missão, levando em conta que eu ainda tenho caixas lacradas da mudança. Eu deveria ter pego algumas velas da minha mãe, mas só quis os copos de requeijão por acreditar que eles eram inquebráveis - mas eles não iluminam! 

Deito na rede que fica na varanda, coloco o Charlie pra balançar junto comigo. As primeiras estrelas aparecem no céu, uma luz natural. Daí eu to lá, perdida na imensidão do que o céu representa na minha vida e eu vejo uma estrela mais perto. Opa? Como assim? Não é estrela! Mas que luz é aquela que se movimenta, que acende num lugar e apaga em outro? Vaga-lume minha gente!

E não é que esse extinto bichinho, que eu não encontrava há anos luz (isso não é uma ironia!) aparece para me iluminar as ideias e a casa? Como se fosse amigo íntimo, ele entrou iluminando minha casa e iluminando minhas lembranças antigas.

Daí como numa viagem no tempo, me deparo no sítio da minha falecida avó com oito anos de idade. Lá não tinha energia elétrica, a noite era iluminada por lamparinas, estrelas e vaga-lumes. E eu ficava completamente apaixonada por aquilo e era um momento tão gostoso que eu me permitia correr atrás dos vaga-lumes e queria engarrafá-los para que eu nunca ficasse sem uma luz na minha vida. E eu me sentia infinitamente feliz pelo fato de vivenciar tanta coisa diferente que não acontecia na minha casa.

Daí a ficha cai exatamente com o pouso do vaga-lume no armário da cozinha. Lá vinha o vaga-lume me ensinar de novo, depois de anos o que eu tinha me esquecido naquele sítio: Que a gente tem que ser feliz com o que tem e fazer disso a melhor opção que existe. A falta de energia elétrica não era um acontecimento para eu me sentir a mais desprevenida de todas as gurias que moram sozinhas, por não ter uma vela numa gaveta qualquer, mas sim para eu me sentir a mais afortunada de todas por ter um jardim enorme com uma vista espetacular para o universo.

Dentre todas as visitas que já recebi no meu "mini sítio" (considere os sapos, gambás, saguis, ratazanas) o vaga-lume foi o que mais me surpreendeu, talvez porque ele era o único que ia acendeu uma luz na minha cabeça e iluminar as oportunidades que ganho diariamente e quase não enxergo.

sexta-feira, 4 de julho de 2014

DPF - Você sofre?



Você sofre de depressão pós-férias? Como faz para superá-la? Chega mais, puxe a cadeira, pretendo prolongar a prosa com você. Eu sempre me sinto deprimida em estágio mega blaster avançado quando minhas férias acaba. Chego a chorar, juro! Na minhas últimas férias, no aeroporto antes de embarcar, meu coração estava todo apertado, doía que só. Quando aquela mau humorada avisou no super alto falante dela: "Atenção senhores passageiros com destino ao Aeroporto Internacional de Guarulhos, queiram se dirigir ao portão 24", eu quase desabo. Choro de forma sentida (queria fazer aquelas encenações que só criança consegue e tem coragem, espernear, dizer que de lá eu não saio, que ninguém me manda de volta, mas não dá, né?). Quando subo no avião, esqueço que estou indo de volta pra casa, e fico toda entretida folheando a revista da companhia aérea para já planejar minha próxima viagem. Que paranoia, né? Estou viajando e já pensando na próxima viagem. Insatisfação? Não, insaciedade. 

Daí depois de mais de nove horas de voo, vem o piloto e joga aquele balde de água fria: "Tripulantes, preparar para pouso!". Daí lá estou eu, com olhos marejados, já sentindo saudades da viagem que acabou de acontecer. Resumindo: Minha depressão pós férias começa no aeroporto, antes de eu embarcar rumo à minha casa. Não que eu não goste de voltar para casa, eu gosto. Chega uma hora que nada, absolutamente nada no mundo substitui nosso chuveiro, nossa cama, nosso travesseiro, nosso quarto. É que a gente se apega, que nem carrapato em coisa boa e gostosa. A gente não quer ver o fim. Mas o fim acontece, é inevitável, precisamos voltar a labuta e ganhar dinheiro para planejar uma próxima viagem inesquecível, e sofrer (como num looping sem fim) uma nova depressão pós viagem.

Como eu faço para superar minha depressão pós viagem? Revendo amigos, bisbilhotando as fotos tiradas, contando os contratempos engraçados que ocorreram, e acima de tudo, planejando uma nova viagem. Viajar é abrir um leque de possibilidades para o aprendizado, é abrir as portas da sua vida para o novo. Não há nada de mau em planejar a próxima viagem, mesmo quando a sua mal chegou ao fim. Não há nada de mau em alimentar essa insaciedade em absorver outras culturas (contanto que essa insaciedade não venha a te falir). 

Enquanto a minha nova viagem física não chega, vou relembrando as viagens passadas, escolhendo fotografias para meu mural, dando dicas para amigos que irão para o destino que eu já fui. Supero a depressão lendo matérias, escutando relatos dos meus amigos viajantes, mergulhando em livros.

E você como faz para superar essa depressão? 


quarta-feira, 2 de julho de 2014

Aprendendo a aprender


Pois bem, desde que me emancipei, tive que quebrar alguns tabus na minha vida. O primeiro deles - questão de sobrevivência - é de que eu não sabia e nunca aprenderia a cozinhar. 

O primeiro passo foi pegar uma receita e comprar os ingredientes. O segundo passo foi me convencer que aquilo não seria um desastre total e  que eu não colocaria fogo na minha cozinha (pois bem, quando você sai da casa dos pais para morar sozinho, você começa a ficar meio possessivo: minha cozinha, minha sala, meu banheiro, meu quintal, etc). O terceiro passo foi meter a mão na massa. 

Cozinhar que antes parecia um bicho de sete cabeças, agora passou a ser um bicho de apenas uma. Ainda não me aventuro em receitas complexas (Confesso, eu ainda estou na categoria das que compõem necessariamente  de 3 à 4 ingredientes) e demoradas, e não coloco tempero nenhum que não esteja na receita. Segredo: Tenho pulado de alegria a cada bolo que não queima e a cada feijão que não fica salgadissimo.

O fato de aprender a cozinhar não foi só a chave para eu me sentir uma aprendiz de chef de cozinha, eu gosto da minha comida. A motivação em continuar a "pilotar" fogão foi exatamente essa, o sabor da refeição era melhor do que eu imaginava. Mas também descobri que toda a bagunça que é feita durante a árdua tarefa de preparar uma refeição é mais divertida do que só comer a refeição pronta e lavar o prato. 


A paciência também foi aprendida, pois acompanhei de perto todo o processo para um bolo virar de fato um bolo, desde a mistura dos ingredientes e tempo no forno, além de descobrir - na pele - que um pedaço de bolo assim que sai do forno não queima só a língua, mas os neurônios. 

Me dedicando a essa nova lição, passei a explorar habilidades que sequer imaginava que habitavam em mim. Quando exercitamos nossa capacidade de aprender sozinhos, sem valer nota, sem estar numa sala de aula, o mundo ganha mais contornos, cores, entusiasmo e possibilidades. 

Mas o que eu quero dizer sobre eu ter aprendido a cozinhar? Super simples: O prazer na aprendizagem só vem quando nos sentimos confortáveis e aceitamos isso. Eu me permiti entrar em um território que eu não conhecia, a queimar bolos, errar na quantidade - ou na falta - de sal, eu me permiti aprender com a situação, seja ela favorável ou desastrosa. E nesse processo, não aprendi tão somente a cozinhar, mas a ter paciência e a acreditar mais em mim.

Todos podemos ser autodidatas em algo, voltarmos a ser criança e reaprendermos a aprender com tudo, sempre. Basta querer!