A lua vermelha vai se despedindo e o dia vai
clareando, e o azul que estava negro, vai misturando mais branco e clareando o
dia. O que antes a noite escondia, o sol vem mostrar.
Colinas que lembram o Condado do filme O Senhor
dos Anéis. Montanhas onipresentes de ambos os lados da pista, chamando a
atenção pela variedade de tonalidades de verdes, pela beleza exuberante que
fascina e enfeitiça, dando as boas vindas pela visita. Dá vontade de escalar as
montanhas e ver se não encontro nenhuma toca de qualquer Bolseiro por ai. Mas a
estrada me manda seguir em frente, avante!
E assim, Santa Catarina nos recepciona, nos
encantando com o excesso de beleza que nunca será tido como excesso. Eu que
sempre entrei no estado por via aérea, ou no calar da madrugada, pude enxergar
- em alta definição - mais uma amostra desse Estado estupendo que, ganha o título
de melhor lugar para se viajar.
Penha é o destino, cidadezinha que foi escolhida
pela falta de opção, tornou-se a melhor opção não esperada. Cidade litorânea
que não chama tanta atenção como suas vizinhas Florianópolis e Balneário
Camboriú. A ventania no final da tarde acalma os ânimos antes exaltados pelo
sol, pelo mar, pelo parque, pelas montanhas.
A primeira parada foi na Praia da Saudade, no
final da tarde, que só de lembrar dá saudades. Saudades da infância na beira do
mar fazendo castelos indestrutíveis de areia, colhendo conchinhas intactas para
levar como lembrança pra casa, saudades de muita coisa que aconteceu, do que
ainda á acontecer, saudades sabe-se lá do que, saudades de tudo e de quase
nada.
E as ondas vão quebrando, trazendo aquela paz que
tanto estávamos procurando, e as buzinas dos carros que carregam seus donos
estressados não permitiam que encontrássemos. E o mar, com o vento vão formando
uma bela melodia, anestesiando pensamentos nada amistosos, e esvaziando o
cérebro, para que informações novas - e sejam realmente importantes, levando
embora tudo aquilo que é descartável.
Vontade de ficar ali, por tempo indeterminado
apreciando tudo o que me foi dado de presente: mar, árvores, ar, vida, visão,
percepção. Vontade de ficar nesse estado, do qual me encanto por completo, e
nada me faz gostar menos a cada vez que vou completando minha jornada pelo
país.
E o dia vai indo embora, deixando a noite
novamente chegar, sem lua estampada no céu, estrelas encobertas por nuvens, uma
brisa que me lembra de que estou de férias e que devo aproveitar cada momento,
seja descansando, brincando, mergulhando ou apenas pensando, ou nem pensando –
apenas absorta em qualquer lugar da galáxia.
Recarregando as energias para um novo ano que
promete mudanças radicais em todo o ciclo da minha vida, sempre olhando pra
frente, seguindo em frente, olhando pra trás apenas para ver o sol se pôr. E
nada melhor que, fazer isso em um lugar do qual gosto de forma peculiar, com
alguém que gosto de forma incondicional.