sábado, 25 de maio de 2013

Pudim de Cerveja


A receita é fácil: Sábado à noite, entre petiscos e boas risadas, a boa e eterna cevada é ingerida sem muita cerimônia, não muito dosada. É assim que começa o preparo do pudim de cerveja. Uns preferem a tradicional, outros preferem mais concentrada, mas a bela loira (ou morena – se a cerveja for escura) sempre será muito bem-vinda em encontro entre amigos.

Conversa vai, conversa vem e a descontração vai aumentando. Ela vai alterando os hormônios, mexendo com o temperamento, diminuindo a concentração e os sentidos, anestesiando as cordas vocais, que transformam qualquer um em um slow motion de filme americano.

Depois da primeira visita ao toalete é fatal, a visita aumenta em curto tempo, começam diversos papos: sobre o melhor time de futebol, sobre a melhor cerveja, sobre a luta meia boca do UFC. Ah... E se esse encontro é bem no dia de uma luta, namoradas se preparem: você poderão ser alvos fáceis de simulação de golpes! Todo cuidado é pouco.

Daí eles começam a falar que mulher não sabe dirigir, e olha pra você com aquele olharzinho safado do tipo: “Amor, não fique brava com essa inverdade...”. Se vamos ficar bravas? Nunquinha! A verdade é que dirigimos muito bem, e que eles são metidos a espertos e vivem se gabando pela performace no volante e nem sequer olham os ralados na lataria.

Mas enfim, a saideira vem umas quatro vezes. A comanda é paga, os casais começam a se despedir e um solta: Mais uma saideira? A última? A primeira na última rodada, só se for. É ai que começa aquele papo chato de assombração. História de caminhoneiro mesmo, do tipo da mulher loira vestida de noiva na beira da Rodovia Dom Pedro pedindo carona, e se você não para, ela aparece no banco de trás do teu carro e você leva um susto quando olha pelo retrovisor (quando eu escuto uma história dessas nem no retrovisor eu olho, só pra início de conversa). A loira do banheiro, que aparece a meia noite em ponto, com o clamor de três palavrões cumulado com três descargas. E de tantas outras loiras – que não são das que eu começo a falar no início desse texto – que conseguem ser pivô até de histórias assombrosas.

Mais enfim, depois de todas as historias assombrosas, a última saideira é a última mesmo. Cada um segue no seu carro, para seu destino, sem olhar no retrovisor, sem reparar nos pedestres ao redor, pra não confundi-los com alma penada.

Daí você percebe que, por mera coincidência do destino – nunca do excesso de cerveja – seu namorado, marido, acompanhante, está falando mole. Daí você comenta, e esse negará até a morte que está bêbado, que não está falando mole. Você? Finge que acredita, é claro! Nessa hora você ou morre de rir ou morre de raiva, a escolha é sua.

E como bêbado consegue TUDO, que uma pessoa em plena sanidade não conseguiria JAMAIS, ele consegue se melecar todo com um micro chiclete. Fala que foi praga divina, macumba alheia, e sobra a culpa até pra você – que estava se divertindo ou morrendo de martírio desde o princípio.

No dia seguinte... A dor de cabeça ataca, a moleza também – a amnésia deixa vestígios. O que resta? Boas risadas ou uma bela de uma DR – a receita foi dada passo a passo.

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