quinta-feira, 30 de maio de 2013

Desapego


O melhor exemplo de desapego vem das abelhas. Após construírem a colméia, abandonam-na. E não a deixa morta em ruínas, mas viva e repleta de alimento. Todo o mel que fabricaram, além do que necessitavam, é deixado. Batem asas para a próxima morada sem olhar para trás. Num ato incomum, abandona tudo o que levaram a vida para construir. Simplesmente a soltam sem preocupação, e deixam o melhor que tem, seja para quem for, o que é muito diferente de doar o que já não tem mais valor, ou dirigir a doação para alguém de nossa preferência.



Se quisermos ser livres, parar de sofrer pelo o que temos, ou pelo o que não temos, devemos abrigar um único desejo: o de nos transformar. E toda transformação, por menor que seja, requer renuncias. E renunciar a algo ou a alguém, não significa egoísmo, muito menos submissão. Assim quando algo ou alguém tiver que sair da nossa vida, não devemos, em hipótese alguma, alimentar o sentimento de perda e vazio ou de revolta e abandono.


Sofrimento vem da fixação a algo ou alguém. Apego embaça o que deveria estar claro: por trás de uma pretensa perda está o ensinamento de que algo melhor para nosso crescimento precisa entrar em nossa vida. E se, o espaço está cheio, precisa ser limpo, organizado; e, algumas coisas que já não fazem mais sentido permanecer ali, necessita de um destino melhor – útil.

E seguindo o exemplo das abelhas, não devemos nos apegar a bens materiais, sentimentos de posse e pessoas, com o pensamento de que, se desfazer disso, uma parte de você será levada, e nada de bom voltada a reinar. É preciso quebrar regras e conceitos, se abrir para o inédito, permitir que você mesmo se surpreenda.


Se não abrirmos mão do velho, como poderá haver espaço para o novo?

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