A
gente cresce, deixa de gostar de rosa e opta pelo preto. Paramos de implicar
com os amiguinhos e começamos a vê-lo com outros olhos. Não queremos mais calça
de moletom com camiseta. Queremos blusinhas justas, com calças jeans e uma
sandália bonitinha e charmosa.
Descobrimos
o batom, o rimel, o blush. Queremos muitas roupas, muitos olhares, muitos
suspiros. Queremos descobrir cada função de cada órgão. Queremos sempre mais.
Aquela
menininha descolada e bon vivant virou
uma Barbie ambulante. Esquecendo de quanto é maravilhoso lamber o potinho de
Danone, a panela de brigadeiro, ou a bacia da batedeira que acabara de fazer um
bolo.
Ela
vive atrás daquele cara que ela acredita ser o homem da sua vida, enfrenta tudo
e todos por aquela paixãozinha passageira e esquece que atrás da carcaça de
mulherzinha quase formada, a criança ainda predomina intensamente.
Ela
reinicia a vida, cria maturidade, conhece outros caras, mais legais e outros piores
do que aquele. Ela ouve mais a amigas, mas acaba metendo os pés pelas mãos
sempre – cada vez que uma nova paixão pira a sua cabeça.
O
tempo passa, tudo mudou, certos sentimentos deixam de ser o centro da atenção e
passam a ser substituídos por outros – mais maduros e saudáveis.
Tudo
muda: as opiniões, os sentimentos, as necessidades. E ainda bem que muda. E o
ponto final que estava sendo adiado por vírgulas e reticências, finalmente
chegou e colocou um fim naquela historia sem pé nem cabeça.
Ela
seguiu deixando-o com um sorriso perfeito, ele dedicou-se a publicidade. E se
tornaram dois estranhos por completo, esquecendo certas euforias da
adolescência, deixando entrar em suas vidas, pessoas que mais se adequam a sua
personalidade.
E
o fato de ambos terem saudades de uma época que já passou, ambos não tem
vontade alguma de viver tudo aquilo de novo. Etapas não devem ser refeitas e
sim lembradas. Contadas às gargalhadas entre amigos queridos, para orientar
filhos que entram na adolescência na mesma velocidade da luz.
Mas
lá no fundinho, o ponto final virou uma bela historia para ser relembrada por
ambos, e não através de tinta, papel, teatro ou filme, mas através de memórias
– que tornaram o refúgio para a nostalgia do passado que eles tanto se
divertiram – e aprenderam.
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