Quem não gosta de saber de um
segredinho cabuloso? Quem não tem um segredo guardado? Que já não deu com a
língua entre os dentes e deixou um segredo escapar? E quando alguém diz: “É pra
guardar segredo, hein?”, a língua coça pra sair gritando aos quatro ventos.
E
todo segredo envolve um grande mistério – e logo mais, logo menos, será
desvendado – descoberto. E tem segredos que se forem contados fazem tremenda
devastação; já outros, nem cócegas fazem.
O
segredo era para ser um sigilo selado, sem brechas e exceções para a quebra.
Uma conversa confidencial, onde quem deixasse tal informação vazar, fosse
submetido a uma investigação minuciosa. Algo apenas de conhecido de poucas
pessoas. Uma conversa ao pé do ouvido em sussurros quase sem som.
Fico
imaginando o pobre padre escutando segredos diversos, de causar arrepios e náuseas
no confessionário. Escutar tudo, ligar calado. Sabe de detalhes de crimes, de
adultério, falso testemunho, trambicagem.
Segredos
à sete chaves, esquecidos pelo tempo, pela ocultação, pelo esquecimento.
Segredos lembrados em momentos delicados, ditos no calor de uma discussão,
divulgados sem conseqüências.
Segredo
de estado, segredo de justiça, segredo de amigos, segredo de irmãos. Todo mundo
tem segredos, segredos até de si mesmo.
Segredo
que vira truque, que vira estorno, ameaça, piada, briga, morte, nada. Segredo
que cola vidros, desata nós, causa discórdia, se perde no tempo.
E
não é segredo que, segredo não é algo bom de saber, porque se fosse, não era
segredo.
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