Há um conto indiano que fala sobre
uma árvore extraordinária que se encontrava em um matagal seco. Diziam que a
árvore era mais velha que a Terra. Essa árvore dava frutos maravilhosos, e
esses frutos faziam dois galhos enormes envergarem – um para cada lado. Um dos
galhos dava frutos envenenados, o outro não. E todos os habitantes que viviam na
aldeia próxima à árvore, por não saberem qual dos galhos davam frutos
envenenados, não usufruíam desses frutos.
Surge
então uma época de fome, onde os pomares foram devastados e colheitas queimadas.
E a velha árvore, continuou firme, forte e glamorosa com seus frutos. Então os
habitantes da aldeia precisam escolher entre morrer de fome ou arriscar a vida
e comer os frutos para viverem. Um ancião tomou a iniciativa e pegou o primeiro
fruto e comeu, depois disso outro e mais outro. Logo, os outros correram para
se alimentar. O fruto era perfeito! Saciava tanto a fome, quanto a sede.
Passaram-se
semanas, o povo estava feliz pelo novo alimento, que se multiplicava, e
resolveram, numa noite, cortar o galo envenenado. Pra que correr riscos?
Para
surpresa de todos, na manhã seguinte, os extraordinários frutos estava
apodrecendo no chão, e a árvore, a bela árvore, tão velha quanto a terra,
estava morta.
Nem
sempre o mal está de um lado e o bem de outro. O bem se nutre do mal, e
vice-versa. Muitas vezes, na ânsia de podar o mal, e viver em plena felicidade,
acabamos desestabilizando as bases, e colocando em perigo tudo o que foi
erguido.
A
economia é uma forma de avareza. A tolerância uma forma de covardia. Nossos
defeitos estão diretamente interligados com nossas qualidades. Não existe o que
é certo e errado, tudo depende do ponto de vista. O que é certo pra mim, pode
ser indiscutivelmente errado para você.
Tomamos
atitudes achando que serão benéficas e elas se transformam em verdadeiros
pesadelos. Omitimos nossas vontades, e tudo se resolve. Devemos aprender a
respeitar tanto nossas qualidades e defeitos, para depois sabermos lidar com as
qualidades e defeitos do próximo.
Todo
mundo tem qualidades espetaculares e defeitos obscuros, e isso se torna
essencial até mesmo para o equilíbrio natural do ser humano.
Até
para podarmos nossos defeitos, precisamos ter uma cautela enorme, pois eles
podem ser à base de tudo o que somos.
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