sábado, 8 de junho de 2013

Qualidades e Defeitos


Há um conto indiano que fala sobre uma árvore extraordinária que se encontrava em um matagal seco. Diziam que a árvore era mais velha que a Terra. Essa árvore dava frutos maravilhosos, e esses frutos faziam dois galhos enormes envergarem – um para cada lado. Um dos galhos dava frutos envenenados, o outro não. E todos os habitantes que viviam na aldeia próxima à árvore, por não saberem qual dos galhos davam frutos envenenados, não usufruíam desses frutos.

Surge então uma época de fome, onde os pomares foram devastados e colheitas queimadas. E a velha árvore, continuou firme, forte e glamorosa com seus frutos. Então os habitantes da aldeia precisam escolher entre morrer de fome ou arriscar a vida e comer os frutos para viverem. Um ancião tomou a iniciativa e pegou o primeiro fruto e comeu, depois disso outro e mais outro. Logo, os outros correram para se alimentar. O fruto era perfeito! Saciava tanto a fome, quanto a sede.

Passaram-se semanas, o povo estava feliz pelo novo alimento, que se multiplicava, e resolveram, numa noite, cortar o galo envenenado. Pra que correr riscos?

Para surpresa de todos, na manhã seguinte, os extraordinários frutos estava apodrecendo no chão, e a árvore, a bela árvore, tão velha quanto a terra, estava morta.

Nem sempre o mal está de um lado e o bem de outro. O bem se nutre do mal, e vice-versa. Muitas vezes, na ânsia de podar o mal, e viver em plena felicidade, acabamos desestabilizando as bases, e colocando em perigo tudo o que foi erguido.

A economia é uma forma de avareza. A tolerância uma forma de covardia. Nossos defeitos estão diretamente interligados com nossas qualidades. Não existe o que é certo e errado, tudo depende do ponto de vista. O que é certo pra mim, pode ser indiscutivelmente errado para você.

Tomamos atitudes achando que serão benéficas e elas se transformam em verdadeiros pesadelos. Omitimos nossas vontades, e tudo se resolve. Devemos aprender a respeitar tanto nossas qualidades e defeitos, para depois sabermos lidar com as qualidades e defeitos do próximo.

Todo mundo tem qualidades espetaculares e defeitos obscuros, e isso se torna essencial até mesmo para o equilíbrio natural do ser humano.


Até para podarmos nossos defeitos, precisamos ter uma cautela enorme, pois eles podem ser à base de tudo o que somos. 

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