Gosto
do barulho da chuva, embora deteste trovões. É como se fosse uma meditação com
uma pequena pitada de sonífero – me teletransporta para um momento sublime -,
de plena imersão de pensamentos, sentimentos, de paz.
Na
infância, dia chuvoso era sinônimo de desenho animado debaixo das cobertas e
muito mingau de chocolate, além de ser dia internacional de matança de aula,
dormir até tarde e aproveitar a ociosidade conquistada.
E
falando em infância, acho lamentável esses pais politicamente incorretos que,
vetam o consumo de chocolates e doces de seus filhos, assim como, corridas pelo
parque, bolos de brigadeiro feitos de barro – Meu Deus! Eu adorava fazer bolos
e brigadeiros de barro.
Eu
conquistei os melhores tesouros em minha infância: Cicatrizes. Tenho em
diversas partes do corpo, e lembro da conquista de cada uma delas: Eu estava me
divertindo.
As
crianças têm que parar de querer ser gente grande e ligar unicamente para a
estética. Menininhas sujem as unhas de barro, areia, unhas pintadas devem ser
apenas as de suas mamães. Menininhos peguem suas bicicletas e andem pelas ruas,
se caírem e se machucarem, faz parte da brincadeira, saia de frente dos
videogames e parem de se tornar zumbis rabugentos. Vão adquirir essas
tatuagens, que não precisam de autorização dos pais.
Chega
de tatuagens gravadas com nomes de ex namorado, ou de mil lipos realizadas em
busca do corpo perfeito. Cicatrizes são histórias, histórias de imprevistos,
mas histórias fundamentais que compõem a nossa própria história.
Quem
nunca teve um joelho ralado, um roxo na canela, um braço ou pé quebrado, um
esfolado do cotovelo e um beijo pra sarar, certamente tem vivido muito mal a
própria vida.
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