E todo dia de manhã, lá está ele com seu
uniforme branco intacto aguardando o próximo cliente. No estacionamento seu fusca
brilhante e conservadissímo o aguarda para um passeio que acontecerá logo
menos.
Só na Rua José Alvim, está estabelecido a
cerca de seis décadas, fazendo adequadamente o seu trabalho. Um dos raros
barbeiros ainda ativos na cidade – muito bem cotado, alias.
Assistiu de camarote o centro se
revitalizar. Presenciou o surgimento e a queda da ditadura, assistiu de
camarote toda a transformação automobilística.
E todo dia quando passo em frente a sua
barbearia, ele abre o sorriso e solta: “Bom dia moça bonita!”, e eu prontamente
respondo: “Bom dia Senhor Gentil”. E assim, ele cumprimenta todos que por ali passam, acrescentando seu dia com prosas diversas, com pessoas diversas.
Uma gentileza em pessoa. Eu o admiro por
tal qualidade que o próprio carrega no nome. O admiro pela perfeição e
dedicação que realiza o seu oficio, anos a fio, década após década.
Gentileza é uma qualidade absurdamente
rara nos tempos modernos. Mas o Senhor Gentil, sabe como ser gentil.
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