quarta-feira, 12 de junho de 2013

Perdendo


O significado de perder é deixar de possuir, de ter, de gozar, de presenciar, de ver e de ouvir. Eu não sei lidar bem com perdas, mas estou melhorando pouco a pouco. Sempre quando perco o trecho da música que gosto, reinicio a música, se eu perco a melhor cena de um filme, paro e volto. Mas essas “perdas” dão pra contornar, remediar, reaproveitar, recuperar. Não é algo que se dá por perdido. O que dói é perder pessoas queridas, isso não tem como recuperar.

Perdi duas primas na casa dos vinte e poucos anos. Uma eu conheci, era mais nova que eu; e a outra não cheguei a conhecer. Quando recebi a noticia, deu um baque. Podia ter sido eu. Depois veio a revolta. Eu vivia a lamentar que outras pessoas que deveriam ter ido, mas elas não. Eram novas, tinham uma vida pela frente, filhos, viagens, trabalho, tudo! Uma morreu lutando pela vida, a outra na busca pela perfeição corporal.

Eu não sou muito de perguntar a idade das pessoas, e até evito. Quando a pessoa vai envelhecendo, começa a apertar o coração, porque sabemos que, a qualquer hora ela irá partir, e não conseguiremos evitar, não é simplesmente como voltar uma música no inicio, é diferente.

Dói perder uma mãe, um pai, um irmão, uma prima, uma amiga, um animal de estimação. Dói não poder chorar, sofrer e reverter à situação. Lógico que, como seres humanos, tentaremos de todas as formas possíveis retardar a situação. A ciência tem trabalhado fortemente nisso, as pessoas tem sido cautelosas em alguns pontos. Mas há ainda, muita imprudência solta pelos quatro ventos.

E perder forma um vazio imenso dentro de quem perde. Um vazio que jamais será preenchido e confortado. Será apenas tratado. Mas sempre será um vazio que carregaremos para onde formos.


A gente vai ficando mais velha, as pessoas vão morrendo e vamos compreendendo tudo de outra forma. Por incrível que pareça, vai aliviando a incompreensão, porque você passa a entender isso como parte do ciclo da vida.

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