quinta-feira, 22 de agosto de 2013

Uma desculpa... Um meio


Tem gente que vive de vento, e outras de desculpas. Essa é a verdade nua e crua. Inimaginável, mas é a verdade. Assim, toda esparramada no chão, folgada ao extremo, ocupando espaço e querendo toda a atenção que acredita ter direito. 

Desculpas pelo atraso na entrega do relatório, por uma ligação não retornada, por uma gafe horrorosa, pelo erro grotesco. E a vida se torna uma maratona de desculpas. Como diz o velho ditado: Quem não arruma um meio, arruma uma desculpa. E as desculpas são vomitadas sem pensamento algum, não colam, mesmo que se use cola quente, super bond, e etc. 

Uma desculpa que magoa mais que uma verdade. Uma desculpa que decepciona mais que um erro. Uma desculpa que dói mais que um espancamento. Uma desculpa, uma mentirinha, uma afronta à responsabilidade e ética. Uma meia desculpa, uma desculpa inteira. Existem dois tipos de desculpas, a da boca pra fora, e as que tem um peso bem maior, ou seja, as verdadeiras. 



Mas tem gente que cansa, com o repertório quilométrico de desculpas esfarrapas que guardam como cartas na manga. Pra cada pergunta: uma desculpa. Pra cada cobrança: duas desculpas. E assim, vira uma cascata, com até, ironicamente, um campeonato de melhor desculpa do ano.

Desculpa por faltar ao trabalho, por esquecer o aniversário da mãe, por não pagar uma conta, por não abastecer o carro, por ter passado o telefone errado, por não responder um e-mail, por perder as chaves de casa.

Uma desculpa, um meio. Um meio, uma desculpa. É melhor meter as caras e resolver as coisas, do que viver na enrolação e agregando insatisfações alheia e uma má reputação. Um meio, a melhor alternativa. Uma desculpa, quando em excesso, ato de covardia. 

Mas a desculpa, para quem vive disso, virou um meio de sair impune as obrigações, responsabilidades e deveres. Um meio de se eximir das consequências. Um meio... sem fim.


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