terça-feira, 13 de agosto de 2013

Desapego: Parte 2





Eu precisava urgentemente praticar o desapego em minha vida. Essa foi a recomendação dada, mas estava sendo difícil demais. Por onde começaria? Será que conseguiria? A dúvida cruel pairava no ar, e eu continuava a tardar a atitude que deveria tomar.

Comecei com meus livros  - Meus amados e idolatrados livros. Sou completamente e irremediavelmente ciumenta com eles. Se empresto quero-os sem orelhas, farofa, café, anotações. Quero-os com cheiro de novo, bem tratados e pertinhos de mim. Sofria antecipadamente só de pensar que eles ficaram jogados, juntando poeira, servindo de suporte para uma televisão ou porta-copos. Mudava de ideia e inventava uma desculpa: Já emprestei. E lá ele ficava, prisioneiro do meu ciúmes.

Emprestei o primeiro e ufa.. Voltou inteiro. Depois emprestei o segundo, terceiro, quarto, décimo oitavo, trigésimo sexto... Perdi a conta! Eram inúmeras pessoas com meus livros, adorando, devolvendo intacto, debatendo sobre o assunto abordado, agradecendo. E eu, ficando feliz com o retorno de meus pequenos filhotes para a casa, como se tivessem feito um intercâmbio interminável em Saturno. Mas comecei a ficar feliz também, pelo bem que eles estavam fazendo para que os lia.

Lógico que, os livros foram o primeiro passo para a tarefa de exercitar o desapego, para uma pessoa apegada demais com seus brinquedinhos, livrinhos, roupinhas, revistinhas, perfuminhos, e outros "inhos" da vida. Mas era preciso. Eu comecei com o emprestar, mas logo sei que terei que doar, ou simplesmente, dar. Para poder abrir espaço para o novo entrar em minha vida. 

Enquanto isso, vou compartilhando conhecimento - seja através de livros ou revistas - enquanto me preparo para outros tipos de desapego. A meta é transformar essa "possessiva" em uma pessoa melhor, e que o início de tudo seja através de palavras escritas e publicadas para olhos curiosos lerem - o que eu tanto prezo e amo.

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