segunda-feira, 26 de agosto de 2013

Pra sempre?!


Sabe aquele medinho que carregamos bem lá no íntimo, que quase nunca compartilhamos tipo, um segredo secretíssimo? Pois é, eu também tenho um desses medinhos. Eu tenho um medo terrível do “pra sempre”. Finais de filme com “viveram felizes para sempre” sempre me causou certa confusão. Como assim ser feliz pra sempre? Me explique melhor, por favor.

Assim como eu acho impossível ser feliz pra sempre, triste pra sempre, mal humorado pra sempre, inconveniente pra sempre, pra sempre, sempre. O sempre, sempre acaba. Isso é fato. Nossa vida é composta de episódios, assim como um seriado, tem dias que tudo de melhor acontece, o universo inteiro conspira para que tudo que você quer aconteça do jeitinho que programou. Mas têm outros dias que tudo que é possível de dar errado, dentro da bendita “24 horas” acontece, um pneu fura, um relatório é perdido, uma indireta, um desentendimento, um furto, e assim por diante.

Esperar pelo pra sempre, é perder uma eternidade buscando uma utopia que não existe. Não adianta nada ficar a procura, perguntando se já está chegando. Cadê? Onde está? Você não vai achá-lo.

O pra sempre é mais interno do que externo. O pra sempre material, de casamento até que a morte os separe, com filhos lindos e educados, marido fiel e trabalhador, esposa zelosa e que vive em pró do lar e da família já era. Isso é conto de fadas, roteiro de cinema que não é campeão de bilheteria.

O pra sempre pode ser focado de outras maneiras, como no hoje, no momento presente, o agora, o já! É cada tijolinho assentado com cimento, que vai unindo duas coisas completamente distintas, que antes nem sequer sabiam da existência da outra. Uma casa é construída dia após dia, um relacionamento também.

O pra sempre é muito mais de nós mesmos do que dos outros. Não há fórmula secreta. Não há mágica, muito menos encantamento.

Eu por exemplo, tenho medo de ser feliz pra sempre. Porque, na minha humilde opinião, seria tedioso não viver certos contratempos. Seria como viver  na primavera eternamente, não aproveitando o calor do verão, as folhas marrons no chão graças ao outono, e o vento gélido do inverno.


E o pra sempre, nada mais é que uma única palavra: Construção.



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