A tristeza faz
algumas pessoas cortarem os cabelos, e pintarem de ruivo, loiro ou preto. Faz
pessoas ganharem ou perderem peso – de acordo com suas tristezas. A tristeza
faz alguns jogarem tudo pro alto e sair em busca da felicidade que tanto
querem; já outras, afundam-se em calmantes e medonhices, esperando a vida tomar
as rédeas e colocar o trem de volta ao trilho.
A
tristeza em si, não é algo triste e muito menos lamentável. É algo contornável.
Assim como é impossível uma pessoa todo santo dia ser plenamente feliz, ela
também não pode ser plenamente triste.
A
tristeza para alguns, é um estimulo para reverter o jogo. Transformam corações
em pedra, sentimentos em grandes geleiras. Para outros, transforma
absolutamente nada – inércia pura e quieta. A vida, mais uma vez, que resolva o
que eu não sei resolver.
E
milhares de pessoas diariamente são diagnosticadas com depressão e tristeza
profunda. A solução? Comprimidos de todos os tamanhos e cores. Para uns, dois
por dia basta. Para outros, tem que ser de quatro em quatro horas. Droga
licita, tele transportação para um mundo irreal e quase não-imaginário.
A
cura para tristeza é vontade própria. Tem que partir da própria pessoa, e não
de um diagnóstico médico de um estranho que sabe quase tudo na teoria, muito
menos de um psicólogo que mal participa da sua vida diária. E muito menos de
comprimidos manipulados e tóxicos que só vão deteriorar seu estômago.
Uma
leitura, uma viagem, um cachorro, uma atividade física ou artística. Uma
proximidade com alguém distante, feridas bem limpas e fora de risco de infecção
– talvez um misto de tudo isso já ajude a eliminar a tristeza aguda de sua vida
– Basta você conhecer os motivos e as causas que desencadearam esta tristeza
sem fim.
Frases
prontas, vazias e tediosas nem sempre são sintomas que a tristeza esteja
pairando no ar. A morte de um parente querido, próximo e fundamental. A perda
daquele objeto de infância que você tanto preservou. Os sonhos que escaparam
entre os dedos que nem água, por falta de coragem de reinventar.
A
tristeza bate na porta de toda casa diariamente e ela chega a ser chata de tão
insistente que é. Uns abrem a porta e depois a mandam embora, outros a colocam
no quarto de visitas. Tristeza não se põe na mesa, e muito menos no quarto ao
lado. De preferência, não deve viver nem na própria vizinhança.
Cabe
a cada um determinar quanto tempo a tristeza deve ser hospedada em seu lar. O
que ela vai ensinar com a chegada e a hora que ela deva partir. Tudo que fica
tempo demais acaba sendo destrutivo.
Assim
como felicidade é um estado de espírito, a tristeza também é. Cabe a cada um,
no seu próprio ritmo, definir o estado que melhor se apropria a sua vida.
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