sexta-feira, 15 de março de 2013

Granada



E tem dias que é assim, é como se fossemos granadas ambulantes, prontas para detonar com tudo e a todos ao nosso redor, com um simples movimento não calculado. Dias que é impossível conter a diplomacia, a cordialidade, o sorriso falso do rosto de que está tudo sob controle, quando na verdade nada está.

Para alguns é o excesso de responsabilidade. Por ter um cargo de alta confiança, por serem muletas de alguns familiares, de terem que lidar com pessoas problemáticas, difíceis, carentes e irritantes.

E talvez seja mais fácil explodir e detonar a tudo ao redor, deixando cacos, fragmentos espalhados para todos os lados. Deixar vestígios de que ouve uma guerra naquele ambiente. Ter feridos, mortos e dilacerados.

Palavras que machucam, atitudes que bombardeiam, cobranças que violam a liberdade de querer viver bem.

E enquanto vivermos em função dos outros, nos alunando, nos inferiorizando, iremos desencadear doenças incuráveis, revoltas incontroláveis, raivas profundas e tristezas irreversíveis.

Não precisamos ser pessoas-bombas, nem viver metralhando ofensas a torto e a direita para os folgados, intransigentes e patéticos que cruzam nossos caminhos. Também não devemos ter sangue de baratas e sermos sugados pela hipocrisia alheia.

Nossas vontades, nossas idéias devem entrar em pauta a cada assembléia/auditoria realizada em todos os setores de nossas vidas. Seja na vida pessoal, profissional, acadêmica. Você não é uma marionete, e muito menos um robô ao qual tenha que seguir todas as regras pré-estabelecidas pelas leis humanas que é cheinha de falhas, e onde não te respeita como pessoa.

Respeite-se, assim conseguirá e saberá como é respeitar alguém de verdade. Respeito não é baixar a cabeça, e sim estar de cabeça erguida falando olho no olho, e mostrando seu lado. Se a outra pessoa não souber respeitar o seu ponto de vista, talvez seja melhor você começar a respeitar o meio ambiente. Se não está agradando – retire-se.

Não faça mau uso do seu livre arbítrio, não viva infeliz e se lamentando pelas escolhas não feitas, atitudes não tomadas, e pelos sonhos engavetados.

Não há idade limite para lutar pelos sonhos, ser feliz, e se impor para o mundo. Não estou falando que você deva ser um ditador como Hitler, Stalin, Fidel, entre muitos outros que vivem por ai, soltos ou mortos pelo mundo, mas que você imponha suas vontades perante o mundo, sem ferir a liberdade de ninguém – inclusive a sua.

Ser granada, além de destruir tudo ao redor, vai dilacerar por completo, com você mesmo.

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