segunda-feira, 25 de março de 2013

Memória péssima



Descobri que tenho uma memória péssima. E não falo isso porque não lembro a fisionomia de alguém, ou o nome, ou por viver esquecendo onde coloco minhas coisas, data de aniversários, consultas agendadas há tempos, de passar recados urgentes.

E não entra na categoria o fato de não absorver a matéria estudada, não lembrar as frases fantásticas que dizem no final dos filmes e não conseguir anotar ou esquecer o que estava falando.

Por que eu tenho uma memória péssima? Vivo me esquecendo de viver, de fazer coisas que me causam bem estar, alegria, euforia, prazer! E por mais que vivam a gritar que a coisa mais difícil na vida é viver, eu me recuso a acreditar em tal besteira. Pode até ser um pouco difícil, mas não impossível.

Viver não é difícil, a vida não é difícil, uma prova não é difícil, viajar não é difícil, ser feliz também não. Difíceis somos nós, seres complicados, remetidos a questionamentos intermináveis, levando em conta que temos tempo certo de permanência nesse planeta enigmático, e que não aproveitamos adequadamente esse tempo, desperdiçando-o com picuinhas, preguiça, falta de bom senso.

São as escolhas, essas sim, que transformam nossas medíocres vidas em fáceis ou difíceis. Uma vida fácil é quando você enxerga tudo pelo melhor lado, uma vida difícil é quando você acredita que tudo conspira contra você.

O cérebro é um músculo que precisa ser exercitado mais que os bíceps. O cérebro é um depósito de informações seguríssimo, território inviolável, livre de patrulha – a não ser de si próprio.

Viva o que há pra viver, esqueça o que é melhor esquecer. O mundo não conspira contra você, mas você precisa estar conspirando ao seu próprio favor. 

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