Descobri
que tenho uma memória péssima. E não falo isso porque não lembro a fisionomia
de alguém, ou o nome, ou por viver esquecendo onde coloco minhas coisas, data
de aniversários, consultas agendadas há tempos, de passar recados urgentes.
E
não entra na categoria o fato de não absorver a matéria estudada, não lembrar
as frases fantásticas que dizem no final dos filmes e não conseguir anotar ou esquecer o que estava falando.
Por
que eu tenho uma memória péssima? Vivo me esquecendo de viver, de fazer coisas
que me causam bem estar, alegria, euforia, prazer! E por mais que vivam a
gritar que a coisa mais difícil na vida é viver, eu me recuso a acreditar em
tal besteira. Pode até ser um pouco difícil, mas não impossível.
Viver
não é difícil, a vida não é difícil, uma prova não é difícil, viajar não é
difícil, ser feliz também não. Difíceis somos nós, seres complicados, remetidos
a questionamentos intermináveis, levando em conta que temos tempo certo de permanência
nesse planeta enigmático, e que não aproveitamos adequadamente esse tempo,
desperdiçando-o com picuinhas, preguiça, falta de bom senso.
São
as escolhas, essas sim, que transformam nossas medíocres vidas em fáceis ou
difíceis. Uma vida fácil é quando você enxerga tudo pelo melhor lado, uma vida
difícil é quando você acredita que tudo conspira contra você.
O
cérebro é um músculo que precisa ser exercitado mais que os bíceps. O cérebro é
um depósito de informações seguríssimo, território inviolável, livre de
patrulha – a não ser de si próprio.
Viva
o que há pra viver, esqueça o que é melhor esquecer. O mundo não conspira
contra você, mas você precisa estar conspirando ao seu próprio favor.
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