Nascemos,
e depois deste fato histórico, vamos desenvolvendo nossas habilidades.
Aprendemos a pedir as coisas sem palavras, depois a falar, começamos
engatinhando, para depois andarmos. Logo vira uma cascata de acontecimentos: o
crescimento traz a abertura para questionamentos infinitos sobre tudo e todos.
O porquê do sol ser quente, das ondas do
mar, dos cachorros não falarem, e assim por diante.
Aprendemos
a reconhecer as letras, formar palavras, pronunciá-las corretamente. Aprendemos
a andar de bicicletas com rodinhas, depois que a segurança aumenta as abandonamos
e andamos apenas sob duas rodas com as mãos de nossos pais segurando, até
olharmos para trás e percebermos que somos só nós e a bicicleta – o equilíbrio
quase perfeito se o medo não ocasionasse o tombo.
Em
toda a vida será assim: precisaremos e seremos professores de novos pescadores.
Ensinaremos as formas de pescar, a maneira mais correta, mas não devemos dar o
peixe de bandeja. Conquistas verdadeiras são feitas pelos próprios méritos.
Tudo que vem fácil vai fácil, não tem valor, não tem apreço.
Levar
tombos de bicicleta até conseguir se equilibrar e coordenar pedalada, direção e
velocidade. E tudo na vida será assim: na base do equilíbrio, coordenação.
Saber a hora de desacelerar, perceber a hora melhor para pescar. Dinheiro não
cai do céu e nem nasce em arvores, peixes não pulam no colo para servirem a
mesa, e conhecimento é adquirido diariamente através de leitura, experiência, vivencias,
erros e conquistas.
Sair
da rotina é necessário, faz bem a saúde. Viajar, ler um livro, tomar um banho
de sal grosso direto da fonte – o mar -, tentar ser artista – seja na dança, na
pintura, na escrita, na atuação. Nada de copo meio vazio, meio cheio. O meio
termo não conforta.
É
preciso buscar maneiras diferentes de chegar aos sonhos, objetivos, desejos. É
preciso reinventar as atitudes, mudá-las quando for necessário, quebrar regras
que não se adéquam a sua forma de viver.
Esperar
que tudo venha de mão beijada é questionar a própria capacidade de aprender e
evoluir. É entrar em fogo cruzado sobre os próprios méritos, sobre o sentido da
própria vida.
Somos
seres humanos necessitados de evolução. Precisamos constantemente aprender
sobre diversas coisas, para saciarmos a sede de conhecimento que cada um
carrega dentro de si.
Sonhar
acordado às vezes é necessário, e nem sempre é aconselhável. Colocar em prática
é mais emocionante, é desafiador. Superar os próprios limites, os próprios
conhecimentos, ir além do que suponha. Precisamos nos surpreender
periodicamente.
Aprenda
a pescar, não espere pela boa vontade alheia em lhe trazer o peixe. Às vezes o
que sobra, é o que nos falta.
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