segunda-feira, 25 de março de 2013

Aprendendo a pescar



Nascemos, e depois deste fato histórico, vamos desenvolvendo nossas habilidades. Aprendemos a pedir as coisas sem palavras, depois a falar, começamos engatinhando, para depois andarmos. Logo vira uma cascata de acontecimentos: o crescimento traz a abertura para questionamentos infinitos sobre tudo e todos. O porquê do sol ser quente,  das ondas do mar, dos cachorros não falarem, e assim por diante.

Aprendemos a reconhecer as letras, formar palavras, pronunciá-las corretamente. Aprendemos a andar de bicicletas com rodinhas, depois que a segurança aumenta as abandonamos e andamos apenas sob duas rodas com as mãos de nossos pais segurando, até olharmos para trás e percebermos que somos só nós e a bicicleta – o equilíbrio quase perfeito se o medo não ocasionasse o tombo.

Em toda a vida será assim: precisaremos e seremos professores de novos pescadores. Ensinaremos as formas de pescar, a maneira mais correta, mas não devemos dar o peixe de bandeja. Conquistas verdadeiras são feitas pelos próprios méritos. Tudo que vem fácil vai fácil, não tem valor, não tem apreço.

Levar tombos de bicicleta até conseguir se equilibrar e coordenar pedalada, direção e velocidade. E tudo na vida será assim: na base do equilíbrio, coordenação. Saber a hora de desacelerar, perceber a hora melhor para pescar. Dinheiro não cai do céu e nem nasce em arvores, peixes não pulam no colo para servirem a mesa, e conhecimento é adquirido diariamente através de leitura, experiência, vivencias, erros e conquistas.

Sair da rotina é necessário, faz bem a saúde. Viajar, ler um livro, tomar um banho de sal grosso direto da fonte – o mar -, tentar ser artista – seja na dança, na pintura, na escrita, na atuação. Nada de copo meio vazio, meio cheio. O meio termo não conforta.

É preciso buscar maneiras diferentes de chegar aos sonhos, objetivos, desejos. É preciso reinventar as atitudes, mudá-las quando for necessário, quebrar regras que não se adéquam a sua forma de viver.

Esperar que tudo venha de mão beijada é questionar a própria capacidade de aprender e evoluir. É entrar em fogo cruzado sobre os próprios méritos, sobre o sentido da própria vida.

Somos seres humanos necessitados de evolução. Precisamos constantemente aprender sobre diversas coisas, para saciarmos a sede de conhecimento que cada um carrega dentro de si.

Sonhar acordado às vezes é necessário, e nem sempre é aconselhável. Colocar em prática é mais emocionante, é desafiador. Superar os próprios limites, os próprios conhecimentos, ir além do que suponha. Precisamos nos surpreender periodicamente.

Aprenda a pescar, não espere pela boa vontade alheia em lhe trazer o peixe. Às vezes o que sobra, é o que nos falta. 

Nenhum comentário:

Postar um comentário