sábado, 5 de setembro de 2015

Loucura Sã


Se indignar é da nossa natureza. Mas me responde uma coisa: Como é que aguentamos tanto estresse? Porque eu, definitivamente, não sei. Tem dias que eu acordo com meus instintos primitivos a flor da pele. Tem dias que eu me adepto ao Deboísmo. Tem dias que eu aguento cada desaforo, que se eu estivesse num dia relativamente raivosa, não sobraria um sobrevivente para contar a história. Eu sei, nosso mundo é um verdadeiro hospício. Há dias que tudo está numa maré baixa, já outros, o tsunami já está nos sugando e nos fazendo lutar. Todos loucos, todos sãos, num equilíbrio quase imperceptível.

Somos loucos? Claro! De loucura todos temos um pouco. Somos sãos? Claro! A sanidade é que nos faz seguir sempre em frente. Mas tem gente que consegue. Consegue o quê? Consegue seguir até as ultimas consequências sem negociar com a moral e a ponderação, causando um efeito dominó de revolta que, só Deus na causa para segurar o furor humano que começar a crescer.

Se eu tiro o chapéu pra quem sempre fica sob controle? Nem aqui e muito menos na China. Precisamos, vez em outra soltar os cachorros e dizer: “Olha aqui sua cafumbira dos infernos, eu sei de tudo o que você está fazendo, ok? Ou você pára, ou você vai tomar uns tapas no pé da orelha!”. Perder o controle é feio? Não, é libertador. Vejo inúmeras pessoas engolindo sapos e vivendo uma diplomacia fajuta que entro em depressão imediata. Tem gente que se acha tão esperta que esquece de limpar os próprios rastros e mantém uma calma admirável diante tanta merda que eu desacredito.

Precisamos sim rasgar o verbo, soltar os cachorros, gritar até perder a voz. A insanidade, se usada vez em outra, proporciona um alivio mental indescritível. Que matemos, no nosso interior, tudo e todos que nos causam os sentimentos mais impuros e indesejados. Que cortemos o vínculo com tudo aquilo que nos induz a fazer o que dá na telha sem pensar nas consequências. Em contrapartida, ser civilizado demais tem seus malefícios e é um tédio sem fim.


Dedico este texto à todos que mantém a classe em meio a tantas rasteiras, que conseguem aguentar provocações baratas sem partir pra briga, é inteligente o suficiente para saber que a vingança é um prato que, definitivamente, não se come – nem frio e nem quente. E, dedico esse texto também, aos esquentadinhos que não deixam barato as ponderações esquecidas por uns e outros. 


Nenhum comentário:

Postar um comentário