Se indignar é da nossa natureza. Mas me responde uma
coisa: Como é que aguentamos tanto estresse? Porque eu, definitivamente, não
sei. Tem dias que eu acordo com meus instintos primitivos a flor da pele. Tem
dias que eu me adepto ao Deboísmo. Tem dias que eu aguento cada desaforo, que
se eu estivesse num dia relativamente raivosa, não sobraria um sobrevivente
para contar a história. Eu sei, nosso mundo é um verdadeiro hospício. Há dias
que tudo está numa maré baixa, já outros, o tsunami já está nos sugando e nos
fazendo lutar. Todos loucos, todos sãos, num equilíbrio quase imperceptível.
Somos loucos? Claro! De loucura todos temos um
pouco. Somos sãos? Claro! A sanidade é que nos faz seguir sempre em frente. Mas tem gente
que consegue. Consegue o quê? Consegue seguir até as ultimas consequências sem
negociar com a moral e a ponderação, causando um efeito dominó de revolta que,
só Deus na causa para segurar o furor humano que começar a crescer.
Se eu tiro o chapéu pra quem sempre fica sob
controle? Nem aqui e muito menos na China. Precisamos, vez em outra soltar os
cachorros e dizer: “Olha aqui sua cafumbira dos infernos, eu sei de tudo o que
você está fazendo, ok? Ou você pára, ou você vai tomar uns tapas no pé da
orelha!”. Perder o controle é feio? Não, é libertador. Vejo inúmeras pessoas
engolindo sapos e vivendo uma diplomacia fajuta que entro em depressão
imediata. Tem gente que se acha tão esperta que esquece de limpar os próprios
rastros e mantém uma calma admirável diante tanta merda que eu desacredito.
Precisamos sim rasgar o verbo, soltar os cachorros,
gritar até perder a voz. A insanidade, se usada vez em outra, proporciona um
alivio mental indescritível. Que matemos, no nosso interior, tudo e todos que
nos causam os sentimentos mais impuros e indesejados. Que cortemos o vínculo
com tudo aquilo que nos induz a fazer o que dá na telha sem pensar nas consequências.
Em contrapartida, ser civilizado demais tem seus malefícios e é um tédio sem fim.
Dedico este texto à todos que mantém a classe em
meio a tantas rasteiras, que conseguem aguentar provocações baratas sem partir
pra briga, é inteligente o suficiente para saber que a vingança é um prato que,
definitivamente, não se come – nem frio e nem quente. E, dedico esse texto também, aos esquentadinhos que não deixam barato as ponderações esquecidas por uns e outros.
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