quinta-feira, 23 de julho de 2015

Toc toc toc

Eu andava bem perdida. Não fisicamente, mas emocionalmente falando. Dá pra ter ideia do que é abrir uma página no word em branco e sequer conseguir formar uma frase de efeito de duas linhas? E desenvolver o texto? Eu estava entrando em depressão, é como se eu tivesse desaprendido a escrever, que a inspiração não quisesse mais se apossar dos meus pensamentos e dedinhos. Até que então.... TOC TOC TOC. Sim, alguém bateu  na porta. Não foram palavras, e sim um livro com várias figuras, um livro de colorir. TOC TOC TOC. De repente, me vejo com 4 anos estirada no chão com um livro e vários lápis de cor, colorindo e dando vida para as figuras. 

Sim, eu achei o máximo os livros de colorir terem voltado com a maior publicidade possível. Ok, a alta dos lápis de cor me desanima, mas eu gostei bastante. Independente deles estressarem ou não  (pois pra mim,  não teve esse feito), eles simplesmente são um portal que me faz regressar ao tempo - a minha infância. 

E esse portal ora aberto, diminuiu essa sensação de estar perdida, de não ver sentido nas coisas. Até porque, muita coisa não precisa ter sentido, de fato. Precisa ser vivida. Quando somos crianças, botamos uma esperança infinita na vida, acreditamos no impossível, e seguimos felizes, dando a devida credibilidade que a vida merece. Dai viramos aborrecentes e depois adultos, e nos tornamos seres insuportáveis, cheios de razões, ciúminhos baratos e picuinhas. Sim, ficamos chatos, muito chatos.

Sem essa de a gente ser o que é. A gente pode mudar sim - pra melhor ou pra pior - devemos sim, mudar de opinião, aprender com o novo e evitar enrijecer com base em fundamentos sustentados em areia. Tenho aprendido bastante com a garotada da nova geração. Eles tem mostrado que precisamos sim, dar mais crédito para vida e para a gente mesmo. Precisamos desacelerar e continuar seguindo em frente. Apesar de todas aqueles pesares horríveis e contratempos petulantes. Menos culpa e mais aceitação. Menos controle e mais coração aberto. Sim, abrir o coração é se tornar vulnerável, mas é preciso que ele esteja aberto para que possamos entender melhor todas as desventuras em série que nos atinge assim, de supetão. 

Liberte o Peter Pan que habita seu interior. Aceite que ter esperança é a forma mais leve de seguir em frente. A gente se perde, mas um dia a gente se encontra, seja num livro de colorir, num beco sem saída ou até mesmo, dentro de um abraço. 


Nenhum comentário:

Postar um comentário