terça-feira, 24 de setembro de 2013

Ser mãe


Tem gente que fala que só dá pra ser mãe de gente, de animal nunca. Mas graças ao cara lá de cima, tem muitas outras pessoas que não pensam assim. Sim, eu sou mãe (assim me considero) de um maltês de 45 cm e 3,3 kg. Pequeno de tudo, peludo num todo, sapeca intergalatical. Charlie é o nome dele, falei sobre ele algumas vezes por aqui. 

Pois é, e como toda mãe, eu me preocupo com ele. Coisas do tipo: se está comendo, porque está espirrando (cachorros espirram, aprendi isso), o porque de estar agressivo, se está indo no banheiro direitinho, e assim por diante. Se ele cai, lá estou eu vendo se machucou e dando beijinho pra sarar. 

O maior divertimento desse branquelo é correr atrás de passarinhos. Na minha casa tem muitos, então ele escuta um passarinho cantar, pelo corredor ele sai a cantar as patas para um passarinho fisgar. Ele sempre consegue parar antes da escada, só que ontem, seus freios ABS ficaram a desejar: ele simplesmente saltou em queda livre de uma altura de 2,00 metros. Só escutei os gritos. Depois disso, eu voei escada abaixo para pegá-lo. 

Estava todo esticadinho, imóvel, olhos arregalados, sangue manchando os pelos brancos e tremendo. No calor da situação, a única coisa que pensei foi em pegá-lo e levá-lo ao hospital. Não escutava nada além de uma vozinha na minha orelha mandando eu voar para o hospital o mais rápido possível. 

Minha mãe me acompanhou, eu quebrei todas as leis de trânsito naquele momento (mais algumas, ainda falarei sobre a pior de todas qualquer dia desses), dirigir sem cinto de segurança, excesso de velocidade, ultrapassem perigosa, avançar o farol vermelho. Uma mãe fora da lei - desespero correndo nas veias. 

Depois de todas essas infrações, chego no hospital. A avó entra com ele, pois a mãe está os os nervos a flor da pele fazendo o cadastro. Depois de examinado, um medicamento para dor, nada de fraturas, só um ralado no queixo e na pata dianteira direita. Ufa... Posso respirar? Respiro, logo choro. Pode parecer a maior banalidade, mas é um choro de alivio tão grande. Ver meu branquelo, correndo pra lá e pra cá, todo feliz em me ver, só com alguns arranhões... Não tem preço. Para pagar as  as despesas com exames, remédios e consultas usei meu mastercard. É pra isso que serve cartão, né?

Ninguém me disse que ser mãe seria fácil, mas também não me disseram que seria tão mais difícil que levar para tomar vacina. O primeiro tombo, ele pode até esquecer, mas eu não. E para prevenir futuras aventuras de voo livre por parte desse serelepe, comprei um portãozinho, para ser um "air bag" quando os freios não funcionarem. 

Tirando o susto, ele está bem. E eu, me recuperando ainda. Prontos pra outra? Nem aqui, nem na China. 

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