sexta-feira, 20 de setembro de 2013

A graça da coisa


Muita gente vive procurando um sentido pra vida. Seja esse sentido através dos estudos, relacionamentos, conquistas espirituais ou materiais. Há grupos que acreditam de forma incondicional que, viver o hoje, gastando mais do que se ganha, é a forma mais sensata de se viver. Já outros que vivem a poupar dinheiro e tempo, economizam tanto que se privam de pequenas coisas. E tem um grupinho que sabe dar uma equilibrada nisso - não se privam de certos prazeres, mas também não caem de cabeça em miragens de vida feliz. Até porque, ser 100% feliz é impossível. Nossos sentimentos oscilam como a temperatura: tem dias que está um tempo aberto, outros dias tempestades, já outros, apenas tempo fechado. Adoramos cantar o hino dos descontentes a torto e a direita. Queremos sempre mais - SEMPRE.

Para alguns a graça da coisa é troca de carro todo ano, fazer muitas viagens, ter só roupas de marca, comer em lugar caro, viver em forma - tudo como estabelece o padrão de uma sociedade fútil. Não que seja futilidade você cuidar do seu corpo, assim como viajar, trocar de carro. Futilidade e alienação é você viver em FUNÇÃO disso. Devemos enxergar o prazer além das notas de onça. Devemos encontrar graça em coisas gratuitas, baratas ou caras. Em coisas materiais ou não. Viver em função do material causa frustração, assim como dos sentimentos. A ideia é balancear, encontrar o meio termo que traga aquela paz de espírito, que dê a sensação de que: "Estou chegando lá!".

Degrau por degrau, nada de querer ir além do que se pode. Ter ambição sim, de evoluir como pessoa, conseguir ter uma estabilidade, isso é bem legal. Mas por você, e não para desfilar e esfregar na cara dos outros. Há felicidade maior que, se fazer realmente feliz e estar satisfeito com a vida que se tem? Acredito que não.

A graça da coisa não é achar graça em absolutamente tudo na vida, mas achar graça nas coisas mais impossíveis de se achar. É não precisar de marcas e status para ser feliz, aprender com os erros, não crescer os olhos com as vitórias, sabe ouvir, assim como, falar. A graça da coisa é não viver a rotina como um ciclo vicioso. É dar tempo ao tempo, amor ao amor, liberdade à liberdade.


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