sábado, 21 de setembro de 2013

Falando sozinha


Me pego inúmeras vezes falando sozinha, isso quando, além de falar, estou gesticulando. E já vi milhares, digo – MILHARES de pessoas fazerem isso, a todo tempo, a todo lugar, a todo instante e deslize.

Se é loucura? Não sei. Se é doença? Também não sei. Só sei que, é absolutamente normal, de vez em quando, ou de vez em sempre, você bater papo com alguém inteligente - mesmo que esse alguém seja você.

Brincadeiras a parte, falar sozinho de certa forma é algo relativamente bom. É bom escutar a própria voz, sem ter necessariamente um interlocutor ao seu lado. Eu por exemplo, sou do tipo que gargalha sozinha na rua. Conhecidos já me flagraram inúmeras vezes rindo que nem uma louca. Risada gostosa, lembranças de coisas engraçadíssimas que retornaram do nada, sem aviso prévio, no meio da rua, e como não tinha ninguém para eu compartilhar tal momento de nostalgia, compartilhei comigo mesma: caindo na gargalhada.

Para muitos falar sozinho é a mesma coisa que pensar alto, talvez seja. Pensa-se algo, logo fala. E não é arrogância, prepotência, muito menos egocentrismo: Falar com si mesmo é uma prática de aprender a escutar a si. Quem fala com si mesmo, gosta do próprio ser, da própria vida, puxa a própria orelha quando percebe que esta fazendo coisa – ou coisas erradas. É uma forma de conversar com um interlocutor "invisível" e acertar todos os ponteiros.

Fale com você mesmo, de manhã, a tarde, ou antes, de dormir. Em frente ao espelho, tirando dúvidas, relembrando viagens. Ria sozinho, viaje sozinho, leia sozinho, fale sozinho: É importantíssimo aprender a lidar com a solidão e saber o que fazer nela e com ela, ao invés de viver amizades vazias, baladas vazias, casa vazia de sentimentos e auto-estima e cheinha de depressão. Estar sozinho às vezes é um luxo tão precioso, que devemos estabelecer que: Férias de todo mundo deverá tirada: principalmente daquela outra metade de você, aquela metade chata, exigente, perturbada, que vive sob pressão, dorme mal, vive mal, reclama de tudo.


Fale sozinha para abstrair sua vida: O mais importante de tudo na vida não é quem te distrai e te faz feliz, isso é importante, mas não merece estar no pedestal mais alto. Eu falo de se divertir por si só e se fazer feliz independente de não ter o salário reajustado, a família unida, a viagem sonhada, o namorado mais pontual do universo, ou os amigos mais ponta firme da face da terra. Nascemos sozinhos e daqui partimos solitários, aprender a viver consigo mesmo, tantos nas qualidades, quanto nos defeitos, loucuras e sanidades é essencial para que possamos lidar  com as duas faces de todos que cruzam em nosso caminho e complementam a nossa vida.

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