terça-feira, 15 de outubro de 2013

Trânsito à vista!


Segundona, logo cedo quando me levanto, sinto um vento quente no ar. Olho pro céu, e quem está todo sorridente? O sol! Deixo o receio de lado, pego o capacete e vou de moto trabalhar. Não vai chover, não vou me molhar. A meta é chegar em ponto, mal pegar o trânsito, sentir o vento na cara. E lá vou eu.

A tarde o tempo mudou. Telefonei para São Pedro e perguntei: "Tá de brincadeira? Fecha a torneira!". Logo escutei ele resmungar, um trovão ecoou pelo céu. A chuva? Nem apareceu. O mormaço ficou, o tempo fechou, e nenhuma gota caiu. Ufa...Tomar banho de chuva é bom, quando não estou encima duma moto, andando em ruas revestidas de paralelepípedos que com água ficam escorregadios  como sabão. 

Rumo pra casa, me deparo com um trânsito quilométrico. Corto ou não corto? Costuro ou não costuro? Que papo é esse de corte e costura? Gíria de motociclista, aprendi na Mix. Cortei, logo costurei. Buzinei, me sentindo uma moto girl do mal. Freei com tudo, pensando o pior: "Lá estou eu, pela terceira vez, testando o asfalto!". Foi de raspão. O trânsito não fluía. Aquelas buzinas cantando todas juntas estava me deixando louca, até parei de usar a minha. Caminho alternativo, corredores livres, e lá estou eu, economizando milhares de minutos do meu tempo. 

O porque do trânsito? Um caminhão quebrou bem na rotatória. E dizem que em cidade pequena não tem dessas coisas de tráfego intenso, poluição sonora, quilômetros de trânsito parado. Atibaia não é uma cidade pequena, embora tenha, de fato, muita gente miudinha de caráter, mas não estamos falando disso, né?

E lá estava eu, feliz da vida, sentindo o vento no rosto, ultrapassando todos os carros que estavam ali, sem ar condicionado, inspirando poluição, expirando indignação por perder o inicio da novela das seis. Enquanto eu, economizando tempo, gasolina, ajudando a não destruir a atmosfera, chegando no horário de sempre, e nem sentindo os efeitos colaterais do trânsito em minha vida. 

E a tendência é piorar. Não pelos caminhões que vão quebrar em esquinas e rotatórias, minando o trânsito local, mas pelo excesso de carros que saem, diariamente de concessionárias, e fecham o trânsito. Carro é uma maravilha, mas vem se tornando um grande problema. Lógico que, se o transporte público fosse bom, todo mundo iria trabalhar de ônibus. Mas isso é mentira. Nem todo mundo iria, nem todo deixaria o conforto do carro, com um som só seu, um espaço cheirosinho, para pegar um ônibus lotado, de gente cheirosa e fedida, para ir trabalhar. Lógico que você não fará o esquema carona coletiva, para não se sentir na obrigação de sempre estar amarrado ao favorzinho. 

Eu tenho pensado seriamente em comprar uma bicicleta. Me falta fôlego para investir em tal transporte alternativo, já que será um tremendo rally de tantos sobes e desces de casa para o trabalho, e do trabalho pra casa. Mas estou pensando, trabalhando nessa mudança positiva, pois será menos um carro travando o trânsito, menos um carro poluindo o ar e mais dinheiro útil no meu bolsinho.

Preparem-se: Trânsito à vista a cada baixa do IPI. E logo menos, uma nova ponte aérea: Guarulhos-São Sebastião. Porque descer a serra, é luxo ultimamente. Assim como, almoçar em casa, quando se mora à apenas 5 km do trabalho, a demora é de 25 minutos para concluir o trajeto. 

Mas enfim, um beijo pra São Pedro que não mandou água, e ao meu bom senso que usou a moto como meio de transporte rápido numa segunda que tinha tudo pra ser a treva. 

O universo conspirando ao meu favor, porque eu estou conspirando a favor dele. Troca mútua, uma via de mão dupla. Trânsito à vista, é apenas uma pista, de como você pode mudar... sua vida.

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