segunda-feira, 1 de dezembro de 2014

Foi sem querer querendo


Lá vem o Chaves, Chaves, Chaves... Essas pequenas palavras em forma de música me fazia sair correndo pela casa para pegar o melhor lugar no sofá. Desde que eu me entendo por gente, foi a única série que eu acompanhava religiosamente e que não enjoava nunca (Pois é, pois é, pois é). Até hoje quando assisto, dou as mesmas risadas. Minha mãe vê Chaves, logo lembra de mim. E se vê a Chiquinha, falta dizer: "Olha lá a minha filha!".

Já chorei inúmeras vezes com o episódio que chamavam o Chaves de ladrão e o expulsavam da vila. E aquela vez que, ele estava escrevendo uma carta para agradecer o Seu Madruga por ter dado comida ele algumas meses? E a felicidade sem fim quando o Seu Barriga o levou para Acapulco? E aquele sanduíche de presunto que atiçava minha lombriga ao mesmo tempo que a do Chaves era atiçada? Minha infância não teria sido nada, se esse menino órfã que morava num barril não tivesse entrado em minha vida através da televisão. (Cansei de contar as vezes que pedi um barril de presente de natal pra minha mãe e tive meu pedido negado!)

Eu duvido que tenha algum programa no ar que seja tão engraçado - e inocente ao mesmo tempo - que consiga prender a atenção das crianças. 

E a mente brilhante, que criou todo esse espetáculo, com personagens únicos, com bordões inspiradores, hoje já não está mais com nós. Mas deixou um pouco dele, em cada palavra dito por esse personagem ícone, em cada gesto estrambelhado ou cada batida sem querer querendo que recebeu o Seu Barriga.

Sou infinita e irremediavelmente grata à oportunidade que tive - e ainda tenho - de reviver minha infância - através do humor requintado e modesto de Chaves.

Roberto Bolanos, meu muito obrigada por criar uma série sem querer querendo,  mesmo muita gente não tendo paciência com você, por tudo tudo tudo ter que ser resolvido após seu veredito.

Pra você dou nota 10. Zero? Só se eu fosse burra. 


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