quinta-feira, 10 de julho de 2014

Olha lá o julgamento...


Tempos atrás uma grande amiga me presentou com a oportunidade de conhecer o Coach. E nesses encontros rumo à minha evolução uma tecla era batida direto: O Não Julgamento. Que por menor que venha a ser esse julgamento, ele não deixa de ser um julgamento. Exemplos? Ok. "Como aquele cara é um desocupado! Liga no escritório direto!". Pois é, estamos pré julgando que o cara é um desocupado, chato de galocha, que não tem o que fazer e fica incomodando quem tem. Quando usamos a frase: "Ai que vergonha alheia!", também estamos colocando em prática o julgamento. 

A questão é simples: Todos nós estamos lutando em uma batalha nessa vida. E essa batalha alheia é algo que sabemos muito pouco a respeito - muitas vezes, quase nada. Você, por exemplo, deve acreditar que eu só fico na arquibancada observando a vida alheia e não tenho batalhas para finalizar. Mero engano. Cada um sabe muito bem das próprias batalhas, sejam elas internas ou externas. Pode ser um trauma de infância, uma inveja não admitida, uma perda mal resolvida. Pode ser tanta coisa, e com a nossa mesquinharia gratuita ficamos julgando, apontando dedos. 

No Coach se aprende que a empatia é uma forma muito mais fácil e transformadora de lidar com o julgamento do que o próprio julgamento. Julgar é uma forma limitadora de lidar com as circunstancias da vida e o pior de tudo, é se colocar em uma posição de superioridade que não existe. É fácil falar que fulano nasceu num berço de ouro e teve tudo de mão beijada, enquanto você tem que levantar às sete da manhã para realizar alguns dos seus vastos sonhos. Falar, julgar, propagar é muito fácil quando não se tem conhecimento da situação.

Eu, por exemplo, já usei tantas vezes a expressão "vergonha alheia" me referindo à amigos, parentes, conhecidos e até mesmo desconhecidos que, perdi a conta. E nem bastava ter vergonha alheia, tinha que compartilhar a tal vergonha. Como se a minha atitude fosse o exemplo do que é certo nessa vida. Você deve ter feito isso inúmeras vezes. Mas porque vergonha alheia se, a pessoa que está fazendo tal coisa não tem vergonha alguma? A vergonha é minha e não alheia. Daí ontem, assistindo as entrevistas dos torcedores sobre a lastimável derrota do Brasil na Copa do Mundo, um dos torcedores disse: "Isso é uma vergonha nacional, aliás, internacional, né?". Perder um jogo é vergonhoso? Por acaso, você estava em campo e fez tudo aquilo? A vergonha é da seleção, é só dela. 

Venho trabalhando muito perante essa postura, e digamos que eu evolui um pouco quanto a isso. Nem todo mundo tem um senso comum, até porque nem todo mundo é comum. E o legal é exatamente isso, cada ter suas opiniões e tentar fazer a diferença no mundo do seu jeito. Somos cretinos e preconceituosos, nos incomodamos com a felicidade alheia sem nenhum pudor (Daí alegamos hipócritas que a Alemanha nos humilhou em casa....). Ficamos ali, com dor de cotovelo julgando sem saber dos fatos, sem saber de nada, em suposições artificias e hipócritas que não abastecem em nada.

A diferença de culpa e vergonha é que a primeira, você se sente mal por determinada coisa que fez, pois fere seus princípios, já a segunda, você está mais preocupado com o julgamento alheio ( E pra garantir a repercussão do jogo, bisbilhotamos todos os jornais internacionais para saber o que eles acharam..). 

Quando julgamos, quando temos vergonha alheia, estamos ignorando a batalha que cada um tem. E isso não é nada legal, pois como já disse, não sabemos absolutamente nada a respeito dessas batalhas. Nos resta exercitar o não julgamento, a empatia e sermos legais (até mesmo com a seleção brasileira, gente!)

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