sexta-feira, 13 de junho de 2014

Sobre as transformações


O que eu aprendi sobre as transformações nesse primeiro semestre foi que, nem tudo pode ser transformado. Sejam as crenças, as atitudes, as experiências. É impossível acordar um dia e transformar toda a vida num passe de mágica, assim como não adianta fechar os olhos e começar a mentir pra si mesma e criar um espetáculo mental e acreditar que na vida real as coisas estão mudando, quando na verdade, não estão. Transformações requer tempo e paciência. 

Por mais que eu tente respeitar as diferenças entre as pessoas, ainda serei imparcial quando souber sobre a falta de caráter de uma pessoa, assim como sobre casos e mais casos de corrupção passiva, ativa e desaforada como uma forma de levar a vida. Vou continuar a me sentir culpada por erros bobos que poderiam ser evitados e por erros não tão bobos que eram necessários para que eu aprendesse que acertar nem sempre ensina de verdade. E não tem como mudar isso, é da minha essência, faz parte de mim, e caso eu queira tirar a culpa de vez da minha vida, eu perca um os alicerces mais fortes da minha estrutura. A teimosia de algumas pessoas continuará a me incomodar, e eu sei que sou a única responsável por tudo o que me atinge e não atinge, mas acredito que eu preciso ser atingida por essas coisas para que eu possa amadurecer da forma correta. Amadurecimento não se conquista com sorrisos, palavras doces e condescendência.

Eu sempre quis (e ainda quero) fazer o bem sem olhar a quem, mas descobri que é algo bem mais difícil do que imaginava. É algo que requer tempo, prática e paciência. Um dia eu chego lá, eu sei que eu ainda chego lá. 

Eu não acredito em regeneração do dia pra noite, nem mesmo em um semestre, e mesmo que isso tivesse acontecido comigo, eu teria morrido de um overdose excessiva de transformações em um prazo bem curto, não teria tempo suficiente para digerir tudo de forma adequada, e eu não seria eu por completo, apena um eu imperfeito, incompleto e perdido. 

Mas, e aí? O que eu aprendi nesse primeiro semestre? A me colocar em primeiro lugar em tudo. E o fato de me colocar em primeiro lugar, para alguns parecia algo de extremo egoísmo ( e foi o que aconteceu) e para outros algo de muita prepotência (também aconteceu). Mas o que importa é o efeito positivo que isso causou na minha vida, a qualidade de vida que surgiu como consequência e  não o que as pessoas acharam ou deixaram de achar. 

Contos de fadas não existem na vida real, assim como a perfeição. E com essas descobertas, simplesmente não posso sair terminando todos os meus relacionamentos por eles não corresponderem as minhas expectativas, já que, fui eu quem criou as tais expectativas. Assim como sou um ser cheio de imperfeições e manias, as pessoas também são. Cabe aceitar isso e ponto. 

Sim, eu estou muito longe de ser quem eu quero ser, mas sei que já dei o primeiro passo nessa jornada que está só começando. Um passo de cada vez para que o tombo não seja desastroso, embora haja tombos, e nem adianta eu me achar a maratonista do ano e querer sair correndo para chegar logo ao final - Tudo tem seu tempo. 

Existem transformações que acontecerão quando eu menos esperar, por isso nem penso nisso para não sofrer. Um exemplo? A velhice. Eu cai antes da ficha (coisas da vida, né?) e cheguei a conclusão que a velhice me assombra tanto porque eu definitivamente, não sei perder. E a velhice (pra mim) é um sinal de que eu perderei... perderei pessoas importantes na minha vida, que me ajudam a seguir em frente e me ensinam diariamente, assim como, em algum momento, eu serei a perda de alguém. Perder o ônibus, uma prova, dinheiro é fácil, perder pessoas que fazem parte da sua história é muito difícil. 

A vida é complexa, assim como nossos sentimentos. E a graça da vida é exatamente isso, essa complexidade sem fim, que nos estimula à correr atrás de soluções, respostas, felicidades e satisfações. A ser melhor que ontem, a desejar o melhor todo santo dia. Aprender com os contratempos e chegar lá no fim e perceber que você se tornou algo bem melhor do que planejou. Porque na verdade, só nos tornamos pessoas melhores quando não focamos em ser pessoas melhores, quando deixamos as coisas fluírem de acordo com o roteiro.

Não virei a mulher maravilha, ainda não consigo enxergar o lado bom de todo mundo, continuo imperfeita (e assim espero continuar até o último dia da minha existência), mas estou aqui, nessa jornada de transformações espontâneas e forçadas, na busca de ser quem eu quero ser quando eu finalmente crescer.

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