sexta-feira, 1 de novembro de 2013

Sem inspiração


Tem dias que acordo sem uma palavra na cabeça. Sem inspiração alguma. Sento em frente ao computador e nada vem na cachola para escrever. O primeiro parágrafo não sai. Dai olho para o livro do José Saramago e fico perplexa: Como é que ele conseguia escrever um parágrafo de três folhas? Fora aquela palavras que nunca li e nem ouvi na vida. O cara era um poço de inspiração. E eu? Não tenho nem uma poça de palavras.

Daí, do nada, surge uma ideia brilhante. Já desliguei o computador, o tablet tá longe, e nada de papel e caneta por perto. A ideia brilhante foi embora, e fico eu novamente, de mãos, aliás, de mente vazia, a espera de uma luz ilumine a escuridão e falta de criatividade que me domina.

Saio pelas ruas à procura de um assunto. Sobre os namoricos de adolescentes? Não, muito complexo. Sobre o excesso de carros? Já escrevi sobre isso. Sobre família? Vixi! E fico ali, caçando palavras, que se tornam desconexas, não forma um texto bacana de se ler e refletir. 

Dai, parada no trânsito, começo a pensar sobre o holocausto, o casamento gay aprovado, falcatruas do governo, minha próxima viagem, as tarefas do dia seguinte, amigos de infância, e o pensamento corre solto. Vejo um cachorro sentado na calçada, um senhor andando curvado, uma criança fazendo birra com a mãe, pássaros voando - e um avião também. Motoqueiros cortando o trânsito, o casal do carro ao lado brigando por causa de uma frase mal colocada, o ônibus atrás lotado. Vou escrever sobre isso e sobre aquilo. Aquela outra coisa ainda não, preciso formar uma opinião melhor. 

E eu, que nos últimos dias, andei caçando algo pra escrever, pra abrir o penúltimo mês no ano com chave de ouro, mas bateu foi um cansaço. Um cansaço do ano que teve mais turbulências do que todas as aeronaves do planeta. Mas um ano que teve muita coisa boa, realização de sonhos, mudança de rota, crescimento.

A falta de inspiração é uma consequência do excesso de cansaço. Um banho de mar resolve? E como! Mas a reta final, sempre é a mais difícil. Exige o máximo de você, tanto em paciência, quanto em desempenho. Esses lapsos de falta de criatividade, sei que são passageiros. Logo menos estou aqui, jorrando palavras com ou sem sentido. 


Nenhum comentário:

Postar um comentário