segunda-feira, 11 de novembro de 2013

Minhas muitas profissões


Desde pequena eu fui multi uso. Queria ser tudo. Paquita, dona de doceria, atriz, guia turística, dentista, veterinária, balconista, cantora, policial, jornalista, garçonete, dona da fábrica da trakinas. Era tanta coisa, a todo tempo que, minha mãe se cansava de tanta dúvida. 

Aos 03 anos queria ser cozinheira, pra comer tudo primeiro; aos 04 anos, queria ser cantora que nem a Xuxa, Angélica, Eliana, Sandy, e também, paquita, atriz; aos 05 anos motorista de ônibus, pois queria passear o dia inteiro; aos 06 anos, queria ser dona de doceria, pois poderia comer todos os doces de graça; aos 07 anos, queria ser dentista; aos 08 anos, uma bruxa; aos 09 anos, dar boa noite pelo Jornal Nacional; aos 10 anos, não queria ser nada; aos 11 anos, queria ser uma genia e não precisar sequer estudar; aos 12 anos, queria ser delegada; aos 13 anos, veterinária; aos 14 anos, juíza; aos 15, 16 e 17 anos, jornalista - mas tipo Zeca Camargo, pra dar a volta ao mundo; aos 18 anos, estava eu cursando Direito. Fim das dúvidas? Inicio de todas elas!

Hoje sou secretária, empresária, administradora, consultora, escritora, guia turística, corretora de imóveis, investigadora. E minha mãe ainda não tem paciência com toda essa indecisão. 

Indecisão ou não, depende do ponto de vista. Na segunda, sou secretária; terça, administradora; quarta, corretora de imóveis; quinta, consultora jurídica; sexta, escritora; sábado, guia turística; domingo, investigadora. Tá vendo a diversidade de função? Não tem como alguém reclamar de tédio, rotina, marasmo. É tudo muito diversificado. E isso, só são os oficiais. Tem dia que ataco de bombeira, tapa buraco, diplomata, tradutora, psicóloga, arquiteta, contadora, faturista, advogada, delegada, ambientalista, historiadora, faxineira. Desde capitã do BOPE até office girl. 

Mas eu ainda quero ser tanta coisa! Dona de livraria ou restaurante, diretora, professora, taxista, dubladora, estilista. Viajante ou turista? Tanto faz!

E eu me achava a maior problemática do planeta por não saber o que eu queria ser quando eu crescesse, percebi que não há problema nisso. Problema seria se, eu empacasse em querer ser só operadora de caixa e morresse nisso. É normal querer ser mais do que ontem, cantar o hino dos descontentes e correr atrás de realizar todos os sonhos de uma vez só. Desistir ou tentar. O que vale é ter alguma segunda, terceira, quarta, e até quinta opção, saber lidar com as mudanças de tempo. 

Talvez eu seja a verdadeira garota propaganda do sabão em pó OMO, pois sou multi ação. Mas eu não ligo quando as pessoas me perguntam: "Já tirou a OAB?". Não, não tirei, porque ela não me convenceu o suficiente de que me merece em tal categoria. 

Faz parte da vida ser um Faz-Tudo. Ser clinico geral, embora esteja fora de moda, é o que salva quando o sapato aperta. Ser especialista é bom, mas restringe muito. De restrição, já bastam as que a lei impõe.

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