quinta-feira, 11 de setembro de 2014

Micos e Falhas


Acho que chegou a hora de vir a público todos os contratempos que enfrentei em minhas viagens. Nem só de promoções e passeios se faz viagens, pessoas! Pra quem acha que minhas viagens são mil e uma maravilhas, sem contratempo nenhum, começará agora, um breve relato de todas as vergonhas e micos que já passei (tudo porque eu queria economizar cada centavo). 


1-) Fortaleza/CE - DEZ/2007

Eu já conhecia Fortaleza, mas eu não conhecia todas as praias intituladas como maravilhosas e esplendidas. Numa excursão que levava até Canoa Quebrada, uma praia longínqua e famosa, eu e meu primo, que na época tinha 11 anos, resolvemos andar na famosa jangada. Inexperientes em selecionar a melhor jangada e um bom jangadeiro, pegamos o mais barato (nem tudo que é barato é bom, hein?), o jangadeiro era doido de pedra e a jangada dele era literalmente uma furada. No meio do mar, aquele troço começou a afundar e eu e meu primo nos desesperamos, porque estávamos muito longe da praia e havia uns peixes enormes, que com nosso pouco conhecimento, achamos que eram filhotes de tubarão. O que nos restou? Voltar nadando desesperadamente para não sermos comidos pelos "filhotes de tubarão" e deixar o jangadeiro naufragando sozinho. 


2-) Blumenau/SC - JUN/2008

Existe cidade mais encantadora que Blumenau? Sim, existe milhares, mas eu ainda me encanto por Blumenau como se nunca tivesse pisado ali. Minha primeira aparição na cidade me rendeu muitas andanças, o que foi ótimo. Andar por aquelas ruas é perder a noção do tempo e do lugar onde se está. E sim, eu perdi literalmente a noção do tempo (Pavilhão onde acontece a Oktoberfest, eu tomando chopp, já viu, né?) e quando dei por mim, faltava exatamente 15 minutos para o ônibus sair com destino a Florianópolis. O albergue que me hospedei era de um lado da cidade e a rodoviária do outro lado. Sai correndo, achando que eu estava numa maratona, peguei minhas coisas no albergue e quando cheguei na rodoviária o ônibus já tinha saído. Ok.... Eu sai correndo pelas ruas, e encontrei o ônibus 6 ruas mais à frente. Pois é... de vez em quando é preciso fazer exercícios físicos intensos. 


3-) Florianópolis/SC - Fevereiro/2010

Fevereiro, alegria. Muita festa, carnaval. Ilha, muvuca, assim esperávamos eu e mais quatro amigas. Carnaval em Floripa. Sol, mar e muita festa. Como eu sabia que a ilha fervia de gente e a locomoção seria drástica, tive a ideia de girico de alugar duas motocicletas Biz. Até aí tudo bem, pegamos as Biz e fomos ser feliz em Floripa, até que... numa das várias ladeiras, chego lá em cima com a minha biz se esgoelando e percebendo que minhas duas amigas que estavam na outra biz não chegavam nunca! (Detalhe... Deixei minha amiga que estava na garupa acelerando a biz, pois se ela desligasse... sabe-se lá quando conseguiríamos ligá-la de novo) e fui procurar elas. Elas estavam subindo a ladeira literalmente empurrando a Biz, pois a motoca não tinha força alguma. Lá fui eu ajudar a empurrar a biz. Depois descobrimos que essa mesma Biz fraca, estava sem freio e sem velocímetro. Só posso dizer que passamos quatro dias dando voltas e mais voltas e evitando radares, descidas e subidas.


4-) Bonito/MS - Fevereiro/2011

Bonito é Lindo. E toda lindeza que há naquela cidade perdida no Mato Grosso do Sul, se reverte em alto custo. Lá tudo é caro. Qualquer passeio que seja, é caro. E a forma mais barata de se locomover por lá, de um ponto turístico até outro é de moto táxi. Eu que não gosto desse meio de transporte (quem dirige moto, não sente segurança nenhuma em qualquer outra pessoa pilotando) tive que me render em função de economizar e aproveitar mais. Em Bonito as ruas e estradas não são asfaltadas Até ai, tudo bem, eu sabia que do albergue que eu estava até a Gruta da Lagoa Azul, eu chegaria meia sujinha de terra, mas nada como levar na mochila, uma troca de roupa e tudo resolvido. Peguei o primeiro horário (06:30h), eis que o moto-taxista era um doido (eu tenho uma sorte de encontrar doidos nas minhas viagens, que só por sorte mesmo eu estar viva até hoje!), que ele corria tanto e eu sabia que não ia prestar: Moto + velocidade + estrada de terra + terra fofa = dois seres estirados no chão. É, o tombo foi feio e eu achando que ia chegar meio sujinha de pó, cheguei fantasiada de garota terra e recebida em meio as gargalhadas dos guias que estavam esperando seus grupos. (Eu tinha outra troca de roupa... mas como eu estava literalmente suja, não ia sujar outra roupa, né?) 


5-) Amsterdã/Holanda - Maio/2014

É de conhecimento geral que em Amsterdã o meio de transporte mais popular e usado são as bicicletas. Ok. E as bicicletas e a lambretas/motocicletas podem andar pelas calçadas. OK. E lá a coisa funciona mais ou menos assim: A preferência são para ônibus, carros, lambretas/motocicletas, bicicletas E pedestres, nessa ordem pra ser mais precisa. Eu sabia que deveria estar sempre muito atenta, para não correr o risco de ser atropelada... e eis que.... eu fui atropelada por uma bicicleta. Falha minha, eu sei. Eu estava tentando me localizar no mapa e quando vi, estava caída, com uma bicicleta em cima de mim e a ciclista do outro lado e mais outras bicicletas caindo por cima. Como eu não entendo nada de holandês e meu inglês é muito fajuto (e eu não tinha noção se pedestre que causa acidente de trânsito era preso ali) me levantei e sai correndo o mais rápido que pude (ainda bem que ninguém saiu correndo atrás de mim), chegando no albergue suja, com roupa rasgada, cansada e nem percebendo o quão descabelada eu me encontrava.


Pois é gente. Quando vemos fotos, ficamos imaginando tudo de bom de uma viagem e nem nos atentamos aos imprevistos e micos que acontecem com os viajantes. Sempre que me lembro desses incidentes, caio na risada, porque querendo ou não, são histórias engraçadas que hoje fazem parte da minha vida.

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