sexta-feira, 26 de agosto de 2016

Ai, que preguiça!

" Querer, a gente quer muita coisa. Mas sempre é um querer preguiçoso."

Martha Medeiros - Montanha Russa



Ando numa preguiça absurda, ultimamente. Preguiça de ser simpática com gente falsa. Preguiça de sorrir pra gente folgada. Preguiça de escutar quem não tem nada de relevante a dizer. A preguiça se aloja no meu ser, me domina de tal forma, que o que me resta é a mais pura redenção. Me rendo numa indiferença quase mórbida, me transmuto para outra galáxia e meu corpo congela num sorriso e numa balançada de cabeça, e murmura automaticamente algumas palavras, como por exemplo, "legal". "uhum". "nossa" só pra demonstrar que presente de corpo estou, mas meu espirito está numa outra dimensão.

Morro de preguiça de escutar os problemas alheios, que sempre são os mesmos há mais de mil anos. Morro de preguiça com os discursos bem elaborados dos políticos que estão surgindo com milhões de propostas que nunca sairão do papel. Morro de preguiça de mim mesma, quando estou confusa, impaciente, sem direção e com vontade de comer algo que não tem na geladeira. 

Lógico que quero revolucionar o mundo, mas morro de preguiça de subir em um palanque e fazer o tal alvoroço necessário. Tenho preguiça de ir correr quando está frio - mas vou lá e corro. Tenho preguiça de correr quando está chovendo - mas vou lá e corro. Tenho preguiça de correr quando está um calor infernal - mas vou lá e corro. Mas o porquê de correr? É simples, eu ganho algo com isso. Puro interesse. Porque correr por correr, porque a corrida alimenta minha alma, satisfaz a minha necessidade de endorfina é a mais pura mentira. Corro porque ganho milhas e ponto. Se eu não ganhasse, não correria com tanto afinco assim não. 

Mas... o que é que tem isso ligação com a preguiça? Absolutamente tudo! Quando é algo para nosso próprio bem, para nossa própria satisfação, para nosso próprio interesse, a preguiça some. Quer ver? Você morre de preguiça de levantar cedo para trabalhar, mas vai. Por que? Porque você recebe sua remuneração, que, consequentemente proporciona a realização de vários desejos. Você morre de preguiça de ir pra casa da sogra no domingo, mas vai; Por que? Porque você quer manter seu relacionamento saudável na medida do possível, ou simplesmente porque, ela mora no caminho de uma excelente doceria. 

A mais pura verdade é que somos um bando de interesseiros à espera de ter uma boa moeda de troca para sacudirmos a preguiça para o lado e darmos um up nos acontecimentos. Enquanto isso não acontece, vamos empurrando tudo o que encontramos pela nossa frente com a barriga, a espera que a preguiça suma num piscar e transforme tudo na mais pura sintonia e disposição.

Ai, que pre-gui-ça! 



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